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Clozapina

Sintetizada nos anos 60, a clozapina refuta a antiga hipótese de que para haver eficácia terapêutica deveria haver uma síndrome extrapiramidal, como observavam os primeiros autores que utilizaram os neurolépticos para o tratamento da esquizofrenia,7,8 e que foi reforçada quando se verificou uma correlação positiva entre resposta terapêutica e ocupação de receptores dopaminérgicos D2, muito abundantes nos gânglios de base.9

Em oposição a tal paradigma, a clozapina tem pouca afinidade pelos receptores D2 e, por isto, não provoca sintomas extrapiramidais, o que a faz ser considerada um neuroléptico "atípico". No entanto, tem grande eficácia antipsicótica, provavelmente devido à sua grande afinidade por receptores dopaminérgicos D4, predominantemente corticais. A afinidade pelos receptores serotoninérgicos 5HT2 também contribui para baixa incidência de efeitos extrapiramidais e praticamente nula de discinesia tardia, bem como maior eficácia sobre os sintoma negativos.10 Além disso, há evidências de que a clozapina tenha propriedades antidepressivas, com estudos demonstrando diminuição significante das taxas de suicídio, ocorrência infelizmente muito freqüente em pacientes com esquizofrenia.11



Referências:
ELKIS, Helio. Clozapina, esquizofrenia refratária e evidências. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 23, n. 2, June  2001 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462001000200002&lng=en&nrm=iso>. access on  27  July  2014.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462001000200002.

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