Uma menina de 18 meses apresenta-se com obstrução nasal unilateral direita com secreção purulenta e fétida daquela narina. O exame geral da criança é normal. O diagnóstico mais provável é:
a) Corpo estranho.
b) Pólipos nasais.
c) Sinusite frontal.
d) Desvio de septo.
e) Atresia de coanas.
Comentário: Pedaços de comida, sementes, borracha, pedaços de papel, pedras, pedaços de esponjas são alguns exemplos de corpos estranhos introduzidos nas narinas por crianças, geralmente lactentes e pré-escolares. Os sintomas iniciais são: obstrução nasal unilateral, espirros, odor fétido e descarga nasal purulenta. Os principais aspectos que diferenciam esta condição do resfriado comum são a unilateralidade (obstrução e descarga) e secreção nasal fétida, além da ausência de sintomas gerais, como febre, prostração e inapetência.
Resposta: Letra A
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS-HPPMG
O agente mais frequentemente envolvido na infecção das vias aéreas superiores na infância é:
a) Pneumococo.
b) Vírus.
c) Streptococcus beta hemolítico.
d) Haemophilus.
Comentário: Crianças pequenas têm em média 6 a 7 resfriados por ano, e 10-15% têm até 12 infecções/ano. A maioria das rinossinusites é causada por vírus, na ordem a seguir: rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, adenovírus e enterovírus.
Resposta: Letra B
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
A profilaxia antimicrobiana com doses subterapêuticas de aminopenicilinas ou de sulfonamida oferece proteção variável contra as recorrências em crianças com episódios frequentes de otite média aguda. No entanto, devido ao aparecimento de resistência bacteriana podemos considerar que a medida só deve ser adotada para as crianças que:
a) Frequentam creche e geralmente convivem com muitas crianças colonizadas pelo S. pneumoniae.
b) Ficam em casa e geralmente convivem com muitas crianças.
c) Frequentam creche e geralmente convivem com poucas crianças colonizadas pelo S. pneumoniae.
d) Ficam em casa e geralmente convivem com poucas crianças.
Comentário: A antibioticoprofilaxia para otite média aguda recorrente é uma opção de prevenção apenas para crianças cuidadas em casa, e que convivem com poucas crianças. Tal recomendação justifica-se pelo fato do uso de antibióticos de forma crônica selecionar as cepas resistentes, permitindo que as mesmas substituam as sensíveis na nasofaringe de um grupo grande de crianças portadoras do pneumococo.
Resposta: Letra D
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-PERNAMBUCO
Paciente com 8 meses com história de febre baixa, tosse e coriza, há 48 horas. Ao exame físico foi observada discreta hiperemia de membrana timpânica à direita e frequência respiratória de 41 ipm, sendo observada discreta sibilância na ausculta respiratória. Foi prescrito amoxacilina na dose de 90mg/Kg/dia, tendo sido justificado pelo médico que o paciente estaria com otite média aguda à direita e pneumonia. Sobre este atendimento, assinale a alternativa correta:
a) Pelas normas do Ministério da Saúde/OMS, realmente o paciente apresenta o diagnóstico de pneumonia, entretanto a dose de amoxacilina deveria ter sido de 50mg/Kg/dia.
b) Apesar de o diagnóstico de pneumonia não estar correto, como a resistência bacteriana ao pneumococo está crescendo no Brasil, foi correto o uso de amoxacilina já que o paciente apresentava clínica de otite média aguda bacteriana.
c) O único erro observado no caso é que a discreta hiperemia de membrana timpânica à direita não permite o diagnóstico de OMA, já que qualquer resfriado comum pode cursar com hiperemia de MT.
d) Apesar de a frequência respiratória estar aumentada para a idade, o que pelas normas do MS/OMS permite o diagnóstico de pneumonia, a presença de espasticidade implicaria a necessidade de nebulização com beta 2 e depois reclassificação da FR.
e) O quadro clínico poderia ser compatível com bronquiolite viral aguda.
Comentário: Um lactente de 8 meses com febre, tosse, coriza hialina e sibilância apresenta como diagnóstico provável bronquiolite aguda viral.
A hiperemia de membrana timpânica não caracteriza a presença de otite média aguda, pois pode estar presente nas infecções virais e choro. Para definir este diagnóstico seriam necessários achados como: opacidade, abaulamento, nível líquido, dor intensa e otorréia purulenta. Além disso, uma frequência respiratória de 41 aos 8 meses não define pneumonia, diagnóstico que requer uma contagem igual ou superior a 50 ipm. Logo, o uso do antibiótico foi completamente inadequado, pois não existe nem OMA e nem pneumonia.
Resposta: Letra E
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-RJ
Menina de 2 anos com febre alta (>39ºC), otalgia e otorreia purulenta em ouvido direito. Em uso de amoxicilina há 48 horas, houve piora do quadro com aparecimento de hiperemia e dor na região retroauricular. A conduta adequada neste caso será:
a) Iniciar antibioticoterapia intravenosa.
b) Manter a amoxicilina oral e aumentar a dose.
c) Manter a amoxicilina oral e indicar miringotomia.
d) Trocar para cefuroxima ou amoxicilina-clavulanato oral.
Comentário: Os sinais de febre + otalgia + otorreia definem o diagnóstico de otite média aguda supurada. Mesmo na vigência de tratamento com antibiótico adequado houve piora dos sinais inflamatórios em 48 horas, com extensão do processo infeccioso para região retroauricular. A presença de dor e eritema retroauriculares caracterizam a mastoidite, uma complicação da OMA. Na presença de mastoidite o Ministério da Saúde recomenda que a criança seja referida a um hospital para tratamento com antibiótico venoso. A escolha do antibiótico deve contemplar os principais agentes bacterianos envolvidos, que são no pneumococo, hemófilos não tipável e pseudomonas.
Resposta: Letra A
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
CENTRO DE READAPTAÇÃO DR. HENRIQUE SANTILLO-CRER
A droga indicada para o tratamento inicial da otite média aguda que ocorre em lactentes é:
a) Penicilina.
b) Eritromicina.
c) Amoxacilina.
d) Oxacilina.
e) Cefalexina.
Comentário: A escolha do antimicrobiano para tratamento da OMA em crianças deve contemplar os agentes etiológicos mais comumente envolvidos (pneumococo, hemófilos não-tipável e moraxela, nesta ordem), sendo a droga de escolha a amoxacilina (40-50mg/Kg/dia) com o tratamento recomendado por 10 a 14 dias.
Em crianças menores de 2 anos, ou que convivem em creches, que tenham feito uso de antibiótico nos últimos três meses, que tenham história de OMA de repetição ou que possuam alguma doença imunossupressora, recomenda-se o uso de amoxacilina em dose dobrada.
Crianças alérgicas à penicilina deverão receber macrolídeos de nova geração como a claritromicina ou a azitromicina.
Resposta: Letra C
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UNIRIO
Pré-escolar de 2 anos é levado ao pronto-socorro com otalgia, febre não aferida, irritabilidade e mal-estar. Ao exame apresenta regular estado geral; eupneico; hidratado; membrana timpânica com opacidade e perda do movimento. A conduta adequada é prescrever por via oral:
a) Descongestionante.
b) Corticosteroide.
c) Anti-inflamatório.
d) Amoxicilina.
e) Amoxicilina-clavulanato.
Comentário: A presença de dor no ouvido, presença de pus no conduto e otoscopia anormal (tímpano vermelho, ou imóvel, ou opaco) deve classificar a criança como tendo otite média aguda. A conduta é antibiótico via oral (amoxicilina 50mg/Kg/dia de 8/8h), tratar a febre e a dor e reavaliar em 48-72 horas ou antes se houver piora.
Resposta: Letra D
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP
Criança de 3 anos apresenta febre, diminuição do apetite e choro constante há 48 horas. Ao exame apresenta temperatura axilar de 38,7ºC, discreta hiperemia da orofaringe, rinorreia hialina por ambas as fossas nasais e otoscopia esquerda com hiperemia e abaulamento importante da membrana timpânica sendo normal a otoscopia direita. Prescreve-se amoxacilina por via oral por 10 dias e medicação para dor e febre. Após 48 horas de uso adequado da medicação a criança apresenta piora da dor e manutenção da febre (39,2ºC). Ao exame clínico persiste o abaulamento da membrana timpânica esquerda. Neste momento a conduta é:
a) Solicitar tomografia computadorizada de ossos temporais e indicar mastoidectomia.
b) Internar para uso de cefalosporina de 3ª geração por via endovenosa.
c) Solicitar tomografia computadorizada de ossos temporais, suspender a amoxacilina e introduzir cefalexina.
d) Indicar paracentese da membrana timpânica esquerda.
e) Associar o ácido clavulânico à amoxacilina e realizar paracentese da membrana timpânica esquerda.
Comentário: Criança de 3 anos febril, irritada e com hiperemia e abaulamento da membrana timpânica é otite média aguda. O fator precipitante foi o resfriado comum que ela teve. A conduta inicial foi correta, entretanto, estamos diante de uma típica falha terapêutica por resistência microbiana. As hipóteses são: (1) pneumococo resistente à penicilina, (2) hemófilo ou moraxela produtores de beta-lactamase. A troca para a associação amoxicilina-clavulanato (Clavulin) é uma ótima opção, utilizando-se uma dose dobrada de amoxicilina para cobrir o pneumococo resistente. A timpanocentese não é obrigatória neste caso, mas a única opção possível é a última.
Resposta: Letra E
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Menino de 2 anos com sintomas gripais há alguns dias e, há 36 horas com dor de ouvido, febre, irritabilidade e choro fácil. Ao exame apresenta obstrução nasal e otoscopia com perda de brilho bilateral, aumento de vascularização e abaulamento à esquerda. A conduta mais apropriada é:
a) Colher hemograma e de acordo com o resultado indicar antibioticoterapia.
b) Prescrever diclofenaco e reavaliar após 24 horas.
c) Prescrever acetaminofeno, soro fisiológico nasal e amoxicilina.
d) Prescrever diclofenaco, soro fisiológico nasal e amoxicilina.
e) Prescrever solução otológica contendo antibiótico e anestésico e soro fisiológico nasal.
Comentário: Como tratar uma criança com um quadro clássico de otite média aguda: antitérmico-analgésico, soro fisiológico nasal, hidratação oral e amoxicilina oral. Acetaminofeno é também conhecido como paracetamol.
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE-DF
Menino de 7 anos apresenta tosse que piora ao deitar, secreção nasal purulenta e febre. O diagnóstico e tratamento são respectivamente:
a) Traqueobronquite e amoxacilina.
b) Rinofaringite aguda, hidratação e antitérmico.
c) Sinusite aguda e amoxacilina.
d) broncopneumonia e penicilina.
e) Asma tussígena, corticoide inalatório.
Comentário: O diagnóstico de sinusite se impõe diante da presença de tosse com duração superior a 14 dias, que piora à noite ao deitar (pois com a posição supina, a secreção dos seios maxilares e etmoidais drena para os meatos e cornetos nasais, de modo a gotejar e irritar a faringe posterior, intensificando a tosse), com secreção nasal espessa e febre. Os guidelines da Academia Americana de Pediatria recomendam o tratamento antimicrobiano da sinusite bacteriana aguda para resolução dos sintomas e prevenção de complicações supurativas, embora 50% a 60% das sinusites bacterianas se recuperem sem antibióticos. O tratamento inicial é feito com amoxicilina (45mg/Kg/dia).
Resposta: Letra C
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
A manifestação clínica mais comum da sinusite aguda na infância é:
a) Edema facial.
b) Febre baixa.
c) Mialgia.
d) Conjuntivite.
e) Tosse.
Comentário: A tosse é o principal sintoma da sinusite aguda em crianças. Diferentemente da tosse do resfriado comum e da gripe, que aparece principalmente à noite, a tosse da sinusite é intensa e frequente mesmo durante o dia, agravando-se ainda mais à noite. O motivo é a acentuada descarga de secreção nasal, que acaba gotejando posteriormente na hipofaringe (rica em receptores de tosse).
Resposta: Letra E
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA-UNB
Um escolar apresenta, há 2 dias, febre moderada, odinofagia e volumoso aumento dos gânglios submandibulares e cervicais, que se apresentam dolorosos e quentes. Ao exame da orofaringe, foram observadas hipertrofia e secreção purulenta em amigdalas e secreção pultácea em orofaringe. Nessa situação, o agente etiológico mais provável é o Streptococcus pyogenes, e a criança deve ser tratada com um antibiótico à base de penicilina.
a) Certo.
b) Errado.
Comentário: O grande desafio diante das faringoamigdalites agudas da infância é distinguir entre a etiologia bacteriana e viral, pois deste passo depende a decisão ou não de iniciar antibiótico. Achados clínicos como, início abrupto de febre alta (acima de 38,3ºC), na faixa escolar, com exsudato ou pus em amigdalas, petéquias em palato e linfadenomegalia cervical são mais sugestivas de etiologia bacteriana, e dentre as bactérias causadoras a mais importante é o Streptococcus pyogenes. Alguns estudos nacionais revelam que a incidência dessa bactéria nas crianças com faringotonsilites agudas varia em torno de 40-50%. O restante dos casos (50%) são de etiologia viral, dentre os quais se destacam: adenovírus, rinovírus, coxsackie vírus, influenza, parainfluenza, vírus sincicial respiratório e Epstein-Barr vírus. Nas faringotonsilites virais, sintomas de coriza, obstrução nasal, espirros, hiperemia conjuntival, lacrimejamento e diarréia são mais frequentemente observados. O Epstein-Barr vírus pode levar à síndrome da mononucleose infecciosa, doença caracterizada por febre alta, amigdalite purulenta, linfadenomegalia cervical, edema palpebral, esplenomegalia (50%), hepatomegalia (10%) e rash após o uso de amoxicilina/ampicilina. A assertiva está correta pois ficamos com a hipótese da etiologia bacteriana devido a sua maior incidência e ausência de sinais que nos façam tender ao diagnóstico de mononucleose infecciosa (aumento do baço, fígado e mialgias importantes), indicando o tratamento com antibiótico a base de penicilina.
Resposta: Letra A
13) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESP
Pré-escolar apresenta-se com febre alta, odinofagia, vômitos, adenomegalia cervical dolorosa unilateral e exsudato purulento sobre as amígdalas. Seu hemograma revela 15.000 leucócitos com 72% de segmentados. Não há possibilidade de fazer exame microbiológico. O melhor tratamento para essa condição é:
a) Azitromicina.
b) Cloranfenicol.
c) Sulfametoxazol-trimetoprim.
d) Penicilina benzatina.
e) Lincomicina.
Comentário: Perceba que existem vários dados que se encaixam numa faringoamigdalite estreptocócica: febre alta, odinofagia (dor de garganta ao deglutir), adenomegalia cervical dolorosa, amigdalite exsudativa, leucocitose neutrofílica. Apenas a idade fala um pouco contra: a doença predomina em escolares e adolescentes. A droga de escolha para a faringoamigdalite é a penicilina.
Resposta: Letra D
14) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
CENTRO MÉDICO CAMPINAS-CMC
Lactente de três meses é atendido com história de estridor inspiratório desde o nascimento. Vem apresentando piora progressiva do estridor e dificuldade de alimentação. Ao exame se apresenta afebril, dispneico com retração esternal. O diagnóstico mais provável é:
a) Epiglotite.
b) Anel vascular.
c) Laringomalácia.
d) Refluxo gastroesofágico.
e) Laringotraqueobronquite.
Comentário: O anel vascular é um termo usado para designar malformações congênitas do desenvolvimento do arco aórtico e seus ramos principais. Este anel vascular circunda a traquéia e esôfago, provocando sintomas variáveis de compressão nessas estruturas. Neste paciente parece haver comprometimento da perviedade das vias aéreas inferiores e disfagia, quadro clínico característico desta anomalia.
A laringomalácia se caracteriza pelo estridor inspiratório que se exacerba com o choro e agitação, na posição supina e com infecções virais de vias aéreas superiores. A laringomalácia não cursa com sintomas de obstrução do sistema digestivo. A conduta é expectante, pois a maioria dos casos se resolve espontaneamente.
No quadro clínico do refluxo gastroesofágico não podem faltar sintomas como regurgitações e vômitos.
As hipóteses de epiglotite e laringotraqueobronquite estão descartadas devido à presença de manifestações desde o nascimento e ausência de outros sintomas sugestivos de IVAS (obstrução nasal, coriza, tosse).
Resposta: Letra B
15) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
CENTRO DE READAPTAÇÃO HENRIQUE SANTILLO-CRER
Criança de 18 meses de vida apresenta, durante o curso de uma infecção respiratória aguda, rouquidão, tosse seca, estridor inspiratório quando a criança fica agitada e febre baixa. Neste caso deve-se instituir como forma de conduta terapêutica:
a) Nebulização com beta 2 agonista.
b) Vaporização quente.
c) Antibioticoterapia.
d) Intubação orotraqueal.
e) Traqueostomia.
Comentário: Um lactente com quadro de febre, tosse, rouquidão e estridor respiratório apresenta uma síndrome de crupe ou laringite. O edema e inflamação da laringe e tecidos adjacentes promovem um estreitamento da luz da via aérea, alteração responsável pelos sintomas do paciente. O tratamento da laringite é feito com vapor quente ou frio (medida sem benefício comprovado cientificamente) e nebulização com epinefrina racêmica.
Resposta: B
16) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Menina de 2 anos e meio com súbito desenvolvimento de dispneia ruidosa à inspiração, marcantes retrações torácicas, batimento de asas de nariz e uma tosse rouca. Ela apresenta um quadro de resfriado leve há 2 dias. O diagnóstico mais provável é:
a) Crise aguda de asma.
b) Epiglotite.
c) Bronquiolite.
d) Crupe viral.
e) Corpo estranho no brônquio principal direito.
Comentário: O diagnóstico é feito quando temos uma criança pequena com história recente de resfriado, evoluindo dias depois com a tríade rouquidão + tosse metálica + estridor (síndrome do Crupe). O crupe é a forma mais comum de obstrução aguda das vias aéreas superiores, geralmente de origem viral. À medida que a obstrução aumenta acontece o batimento das asas do nariz e retrações supra, sub e intercostais.
Uma crise de asma se manifesta tipicamente com sibilância, ruído ins ou expiratório agudo audível com estetoscópio.
A bronquiolite é também uma doença que conjuga sibilância com dispnéia, mas afeta principalmente as crianças abaixo de 1 ano.
A epiglotite é marcada pela intensidade progressiva da dispnéia e estridor, com aparência toxêmica e muita sialorreia.
Resposta: Letra D
17) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS-UNIFESO
Todas as manifestações a seguir podem estar presentes na laringite aguda, exceto:
a) Febre.
b) Radiografia de tórax com sinais de hiperinsuflação.
c) Cornagem.
d) Infecção pelo vírus parainfluenza.
e) Idade entre 1 e 3 anos.
Comentário: A laringite aguda viral cursa com febre, rouquidão e estridor respiratório. A idade principal de acometimento é de 3 meses a 5 anos e 75% dos casos são provocados pelo vírus parainfluenza. Na radiografia de tórax da laringite poderemos ver o sinal da torre, caracterizado pelo estreitamento da coluna aérea pelo tecido laríngeo inflamado.
A radiografia de tórax com hiperinsuflação pulmonar é característica da bronquiolite, uma síndrome de vias aéreas inferiores.
Resposta: Letra B
18) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL-HRMS
Pré-escolar de 3 anos com história de febre alta há 36 horas, toxemia, sialorréia, estridor e dispneia progressiva. Além da internação hospitalar, está indicada a realização de:
a) Drenagem torácica.
b) Radiografia de tórax.
c) Radiografia lateral de pescoço.
d) Permeabilização de vias aéreas.
e) Nebulização com adrenalina.
Comentário: A presença de estridor (marca da obstrução respiratória alta), sialorreia e toxemia é muito sugestiva de epiglotite. Confirmada a epiglotite, é fundamental a internação do paciente em UTI pediátrica. Independente do grau de dificuldade respiratória está indicada a intubação traqueal (preferencialmente) ou traqueostomia. Em geral, as crianças com epiglotite aguda permanecem intubadas por 2 a 3 dias. Como a maioria dos pacientes tem bacteremia, deve-se instituir antibioticoterapia parenteral, sendo mais utilizados a ceftriaxona, a cefotaxima, a ampicilina-sulbactam ou a amoxicilina-clavulanato.
Resposta: Letra D
19) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 4 anos apresenta quadro de febre e queda do estado geral, de início súbito e em seguida manifestou sialorreia, disfagia e dispneia com leve estridor inspiratório. Pode-se afirmar que o diagnóstico mais provável e a conduta são, respectivamente:
a) Laringite estridulosa - coricoesteroides, anti-histamínico e umidificação.
b) Laringite aguda viral - anti-inflamatório e inalações com soro fisiológico.
c) Epiglotite - antibioticoterapia específica para Haemophilus Influenzae.
d) Laringotraqueobronquite membranosa - antibioticoterapia parenteral com cobertura para S.Aureus e H.Influenzae.
e) Rinofaringite bacteriana - amoxicilina associada a anti-inflamatório hormonal ou não hormonal.
Comentário: Temos uma criança menor de 5 anos com quadro súbito de febre e queda do estado geral, além disso, há estridor, disfagia e sialorreia sugerindo quadro de epiglotite aguda. Existem duas entidades que causam estridor: crupe (laringotraqueíte) ou epiglotite. O crupe é uma virose benigna, precedida sempre de sintomas de resfriado e não cursa com disfagia ou sialorreia. O agente clássico da epiglotite é o Haemophilus Influenzae tipo B. Com a vacinação em massa contra esse agente, a incidência de epiglotite vem caído bastante em nosso meio.
Resposta: Letra C
20) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Criança de 3 anos, com coriza e febre baixa há 3 dias evolui com tosse rouca, estridor inspiratório, retrações supraesternais, intercostais e subcostais. Sem sialorreia ou disfagia. O diagnóstico mais provável é:
a) Epiglotite aguda.
b) Laringotraqueobronquite viral.
c) Abscesso retrofaríngeo.
d) Crupe espasmódico.
Comentário: Este é um quadro clássico de laringotraqueobronquite, com sintomas de resfriado há 3 dias evoluindo para estridor inspiratório e retrações subcostais. A ausência de sialorreia e disfagia afastam epiglotite. Crupe espasmódico é o mesmo que laringite estridulosa que se caracteriza por um episódio abrupto (geralmente noturno) de laringite com estridor, mas que melhora após algumas horas.
Resposta: Letra B
21) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL-UFMS
Paciente de 5 meses com coriza, febre baixa, tosse e chiado no peito há 2 dias. Ao exame apresenta: FC: 145 bpm; FR: 68 ipm; SpO2: 92%; Tax: 37,3ºC. Lactente, irritado com obstrução nasal, coriza hialina, apresentando movimentação da cabeça durante os movimentos respiratórios. Tórax com tiragem intercostal e subcostal. Sibilos difusos bilaterais. Quais os diagnósticos e o tratamento mais indicados para o caso?
a) Insuficiência respiratória, bronquiolite, oxigênio.
b) Bronquiolite, pneumonia, beta 2 agonista.
c) Insuficiência respiratória, infecção de vias aéreas superiores, adrenalina 1:1000.
d) Pneumonia, hiperreatividade brônquica, hidrocortisona.
e) Insuficiência respiratória, bronquiolite, dexametasona.
Comentário: Um lactente de 5 meses com taquipnéia + dispneia (tiragem intercostal e subcostal) + hipoxemia (SaO2 em ar ambiente < 94%) possui como diagnóstico sindrômico insuficiência respiratória hipoxêmica. A presença de taquidispneia + febre + sibilos nos localiza uma síndrome infecciosa de vias aéreas inferiores. A presença de febre baixa e sintomas proeminentes de IVAS (coriza hialina e obstrução nasal) nos sugere etiologia viral. Além disso, na pneumonia bacteriana, a sibilância e o chiado não são achados semiológicos tão proeminentes, a febre é mais alta, pode haver toxemia (distúrbio de perfusão, enchimento capilar lentificado, pulsos finos, vômitos, letargia). Por isso, nossa principal hipótese diagnóstica é a bronquiolite viral, cujo tratamento é de suporte, ou seja, oxigênio suplementar (principal medida), hidratação venosa e antitérmicos.
Resposta: Letra A
22) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS-UCPEL
O principal agente de Bronquiolite Viral Aguda na infância é o VSR (Vírus Sincicial Respiratório), que tem as seguintes características, EXCETO que:
a) A infecção não causa imunidade completa.
b) Virtualmente 100% das crianças são infectadas até os 2 anos de idade.
c) Acomete principalmente menores de 1 ano.
d) É mais severa nos primeiros 6 meses de vida.
e) Tem como principais manifestações: febre alta, gemência e toxemia.
Comentário: A bronquiolite é uma doença infecciosa, de etiologia predominantemente viral, mais incidente em lactentes menores de 24 meses (principalmente os menores de 6 meses), que resulta na obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas inferiores (bronquíolos). Aos 2 anos, quase todas as crianças já foram infectadas. A doença é mais grave entre o primeiro e terceiro mês de vida. O vírus sincicial respiratório é responsável por cerca de 50% dos casos. Dentre os outros agentes, destacam-se o parainfluenza tipos 1 e 3, o influenza, o adenovírus 7 e 21 e o mycoplasma pneumoniae. Geralmente há espirros, rinorreia, dispneia e irritabilidade. Toxemia (ou seja, sinais de choque, como palidez, enchimento capilar periférico lentificado, pulsos finos, letargia) e febre alta não são achados clínicos compatíveis com bronquiolite viral por VSR.
Resposta: Letra E
23) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
HOSPITAL AMARAL CARVALHO-HAC
São doenças causadas por enterovírus, EXCETO:
a) Poliomielite.
b) Meningite viral aguda.
c) Diarreia viral aguda.
d) Faringite.
e) Bronquiolite viral aguda.
Comentário: A bronquiolite é causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (50%), dentre os outros agentes, destacam-se o parainfluenza 1 e 3, o influenza, o adenovírus 7 e 21 e ocasionalmente o mycoplasma. Enterovírus não são causadores de bronquiolite.
Os enterovírus incluem os seguintes subgrupos: poliovírus 1, 2 e 3, Coxsackie A e B e echovírus. Os poliovírus produzem doença medular paralítica. Os humanos são os únicos reservatórios dos enterovírus. A transmissão se dá por via fecal-oral, respiratória, vertical (pré-natal e periparto) e através de fômites.
Resposta: Letra E
24) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-FMUSP
Lactente de 4 meses com história de febre, tosse e falta de ar há 2 dias com piora progressiva. Ao exame apresenta regular estado geral, FR: 80 ipm, tiragem intercostal e subdiafragmática, com discreta cianose perioral. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e simétrico bilateralmente, expiração prolongada, sibilos expiratórios difusos e estertores grossos em ambos os hemitórax. A conduta imediata para este lactente é:
a) Solicitar RX de tórax.
b) Prescrever oxigenoterapia.
c) Prescrever inalação com adrenalina.
d) Prescrever inalação com beta-2 adrenérgico.
e) Solicitar broncoscopia.
Comentário: Estamos frente a um quadro de bronquiolite. Um lactente com sibilos e febre, a princípio é portador de bronquiolite. O agente causal é o vírus sincicial respiratório e o tratamento em criança sem doença crônica e que não se encontra imunossuprimida é de suporte. Sendo assim, recomendamos a administração imediata de oxigênio, uma vez que a criança apresenta esforço respiratório e está cianótica.
Resposta: Letra B
Radiografia de Tórax de uma criança com bronquiolite demonstrando hiperinsuflação
25) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 4 meses, em aleitamento materno exclusivo, apresenta coriza, tosse e cansaço há 3 dias. Mama com dificuldade e interrompe a mamada várias vezes. Apresentou piora progressiva do cansaço e tosse intensa há 1 dia. Ao exame apresenta-se em regular estado geral, hidratada, taquidispneica, taquicárdica, afebril, com tiragem subcostal, supraesternal, sibilos generalizados, fígado palpável a 3 cm do RCD e baço a 2 cm do RCE. O diagnóstico mais provável é:
a) Bronquiolite e a conduta é internação, oxigenoterapia e corticoterapia IV.
b) Bronquiolite e a conduta é internação, oxigenoterapia e hidratação.
c) Bronquiolite grave, com insuficiência cardíaca secundária à falência respiratória, e a conduta é internação, oxigenação, beta 2 agonista via inalatória contínua e restrição hídrica.
d) Broncopneumonia e a conduta é internação, inalação com beta 2 agonista, brometo de ipatrópio e o uso intravenoso de penicilina.
e) Crise asmática com infecção bacteriana secundária, a conduta é inalação com beta 2 agonista, até a estabilidade respiratória e prescrição de antibiótico e corticoide para uso domiciliar.
Comentário: Esforço respiratório e sibilos em um lactente devem nos fazer pensar em bronquiolite. O fígado e baço palpáveis se devem provavelmente à hiperinsuflação pulmonar que rebaixa esses órgãos. A criança deve ser internada e o tratamento é de suporte com hidratação e oxigenoterapia.
Resposta: Letra B
26) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP-RIBEIRÃO PRETO
Lactente com 3 meses de idade apresenta primeiro episódio de sibilância após infecção de vias aéreas superiores. O diagnóstico e a conduta indicada são:
a) Aspiração de corpo estranho, fazer broncoscopia.
b) Asma brônquica, fazer nebulização com drogas simpatomiméticas.
c) Bronquiolite, fazer pesquisa de vírus em secreção de nasofaringe.
d) Pneumonia, fazer radiografia de tórax.
e) Refluxo gastroesofágico, fazer estudo radiológico com bário.
Comentário: Em lactentes com sibilos devemos considerar o diagnóstico de bronquiolite. Alguns métodos laboratoriais, como a imunofluorescência direta de secreções da nasofaringe, podem ser usados para o isolamento do vírus sincicial respiratório, o principal agente implicado.
Resposta: Letra C
27) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-UFF
Lactente de 9 meses com história de febre, tosse e dificuldade respiratória há 72 horas. De acordo com as Normas Nacionais de Controle de Infecções Respiratórias Agudas, os sinais que encontramos ao exame físico que permitem indicar o tratamento ambulatorial com amoxicilina são:
a) Frequência respiratória de 56 irpm.
b) Frequência respiratória de 40 irpm.
c) Frequência respiratória de 40 irpm e tiragem subcostal.
d) Frequência cardíaca de 80 bpm e gemência.
e) Temperatura axilar de 39ºC e tiragem subcostal.
Comentário: Diante de um lactente de 9 meses com sintomas de tosse + febre + dificuldade para respirar, os diagnósticos diferenciais que se impõe são: "não é pneumonia (tratamento com antitérmico)", "é pneumonia (tratamento com antibiótico em casa)" e "pneumonia grave (tratamento com antibiótico venoso em regime de internação hospitalar). Se a frequência respiratória for igual ou maior que 50 irpm, temos o diagnóstico de pneumonia. Se além da taquipneia houver tiragem subcostal, estridor ou vômitos frequentes, cianose ou letargia fazemos o diagnóstico de pneumonia grave. Logo, o que define um quadro de pneumonia cuja conduta é o tratamento ambulatorial com amoxicilina oral é FR igual ou maior que 50 irpm em crianças de 2 a 12 meses.
Resposta: Letra A
28) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
CENTRO DE REABILITAÇÃO HENRIQUE SANTILLO-CRER
Criança de 6 anos apresentando febre alta, dor torácica, dispneia, tosse seca. A radiografia de tórax mostra uma condensação pneumônica no hemitórax direito com discreto derrame pleural. O agente etiológico mais provável é:
a) Haemophylus influenzae.
b) Mycoplasma pneumoniae.
c) Staphylococcus aureus.
d) Streptococcus pneumoniae.
e) Streptococcus pyogenes.
Comentário: No Brasil os principais causadores de pneumonia são: S. pneumoniae (23,5%), H. influenzae (15,6%), bacilos gram negativos (9,8%) e S. aureus (1%). Em relação ao derrame pleural, o pneumococo também continua a ser a principal causa seguida do S. aureus.
Resposta: Letra D
29) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS-UCPEL
Ao considerar o agente etiológico mais comum em nosso meio para os quadros de pneumonia aguda da faixa etária pediátrica, qual a primeira escolha antimicrobiana para tratamento ambulatorial?
a) Amoxicilina.
b) Cefaclor.
c) Cloranfenicol.
d) Gentamicina.
e) Claritromicina.
Comentário: O principal agente causador das pneumonias bacterianas comunitárias com e sem derrame pleural em todas as faixas etárias (exceção do período neonatal) é o Streptococcus pneumoniae. Apesar da crescente resistência bacteriana aos agentes beta-lactâmicos, no Brasil ainda é preconizado o uso de penicilina cristalina para as pneumonias com necessidade de internação e amoxicilina ou penicilina procaína para as pneumonias não graves de regime terapêutico ambulatorial.
Resposta: Letra A
30) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
SECRETARIA DO ESTADO DO DISTRITO FEDERAL
Criança de 5 anos com história de febre há 3 dias, tosse e cansaço. Ao exame apresenta-se dispneico, em regular estado geral, com broncofonia à direita. O RX de tórax mostra condensação de aspecto redondo à direita, hemograma com leucócitos com 70% de neutrófilos. A hipótese diagnóstica mais provável é de:
a) Tuberculose.
b) Pneumonia por estafilococo.
c) Bronquiolite.
d) Corpo estranho.
e) Pneumonia por pneumococo.
Comentário: Apesar de não haver elevação da frequência respiratória, a presença de esforço respiratório, a história de febre e tosse, e as alterações na ausculta e no hemograma (desvio para esquerda), são suficientes para o diagnóstico de pneumonia, sendo o pneumococo o agente mais frequente nessa faixa etária. Como o estado geral está preservado, pneumonia por estafilococo é menos provável. Bronquiolite não é comum nessa faixa etária e a ausência de história epidemiológica para tuberculose fala contra esse diagnóstico.
Resposta: Letra E
31) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER-INCA
Criança de 18 meses apresentou há 48 horas febre de 38ºC, tosse irritativa, FR:40 irpm e ausculta pulmonar com muitos roncos. Hoje está apresentando febre alta (até 39,5ºC), tosse produtiva, FR: 65 irpm e ausculta pulmonar com estertores subcrepitantes esparsos. De acordo com o Manual de Assistência das infecções respiratórias Agudas do Ministério da Saúde, o dado de valor prognóstico na evolução deste caso é:
a) A elevação da temperatura.
b) A modificação no padrão da tosse.
c) O aumento da frequência respiratória.
d) A mudança na ausculta pulmonar.
e) A idade da criança.
Comentário: Diante de uma criança menor de 5 anos com um quadro de infecção respiratória aguda, o primeiro parâmetro a se procurar é "quanto está sua frequência respiratória?". A presença de taquipneia é o dado de maior acurácia para identificar os casos de pneumonia. Frequência respiratória maior ou igual a 60 irpm em menores de 2 meses, maior ou igual a 50 irpm em crianças de 2 a 12 meses e maior ou igual a 40 irpm em crianças de 1 a 5 anos é considerada taquipneia.
Resposta: Letra C
32) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE-HCPA
Escolar de 7 anos com queixas de irritação na garganta, febre moderada e tosse seca há 3 dias. Ao exame encontra-se em regular estado geral, com sibilos esparsos e crepitação bilateral em região anterior do hemitórax esquerdo. O RX de tórax evidenciou broncopneumonia com padrão intersticial. Qual a opção mais adequada em relação ao manejo antimicrobiano?
a) Não prescrever antimicrobiano.
b) Prescrever quinolona.
c) Prescrever macrolídeo.
d) Prescrever penicilina.
e) Prescrever tetraciclina.
Comentários: A presença de febre moderada + tosse seca + irritação da garganta sugerem uma síndrome de vias aéreas superiores (VAS), do tipo faringite viral. O paciente evolui com crepitações pulmonares e infiltrado intersticial na radiografia de tórax, revelando também comprometimento das vias aéreas inferiores (VAI). Uma doença que associa muito tipicamente sinais e sintomas de VAS e VAI é a pneumonia atípica, frequente na faixa etária de escolares e adolescentes. A pneumonia bacteriana também pode se iniciar com sintomas altos, mas de forma distinta cursa com comprometimento maior do estado geral, taquidispneia e febre alta. Os agentes etiológicos mais envolvidos na pneumonia atípica são: Mycoplasma pneumoniae, adenovírus e Chlamydia pneumoniae. O tratamento é feito com antibióticos macrolídeos: eritromicina, claritromicina e azitromicina.
Resposta: Letra C
33) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Menina de 14 anos apresenta febre baixa e tosse seca há 3 semanas. Seu RX de tórax evidencia uma pneumonia intersticial. O diagnóstico mais provável é:
a) Pneumonia viral.
b) Pneumonia por Mycobacterium tuberculosis.
c) Pneumonia por Mycoplasma.
d) Pneumonia aspirativa.
e) Pneumonia por Chlamydia.
Comentário: A marca das pneumonias atípicas é a longa duração da tosse, febre baixa e a presença radiológica de um infiltrado pulmonar intersticial. Além disso, sabemos que as pneumonias atípicas são mais frequentes na faixa etária de escolares e adolescentes. A solicitação de crioaglutininas (IgM) no plasma com titulação a partir de 1:32 já sugerem o diagnóstico. Os agentes mais comuns são: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae. O tratamento é feito com macrolídeos: eritromicina, claritromicina e azitromicina.
Resposta: Letra C
34) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ-AMP
Qual das alternativas abaixo apresenta melhor sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo no diagnóstico de pneumonia em crianças?
a) Aumento da frequência respiratória.
b) Presença de crepitantes na ausculta.
c) Presença de tosse.
d) Presença de hipertermia.
e) RX de tórax com consolidação.
Comentário: Quando as crianças desenvolvem pneumonia os pulmões ficam rígidos. Uma das respostas do organismo aos pulmões rígidos e a hipóxia é a respiração rápida. Caso a pneumonia se agrave, os pulmões tornam-se ainda mais rígidos. Pode ocorrer tiragem subcostal, que é o sinal mais importante para o diagnóstico de pneumonia grave.
Resposta: Letra A
35) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL-AMRIGS
Das alternativas abaixo, qual definiria uma pneumonia grave em um lactente de 6 meses?
a) FR = 40 e presença de febre.
b) FR = 45 e presença de toxemia.
c) FR = 55 e presença de tiragem intercostal.
d) FR = 60 e presença de estertores crepitantes.
e) FR = 50 e redução do murmúrio vesicular.
Comentário: Em crianças com idade maior ou igual a 2 meses e menores de 1 ano a definição de pneumonia grave é: FR maior ou igual a 50 irpm e tiragem intercostal.
Letra: C
36) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Um bebê de 45 dias, sem fatores de risco prévios, apresenta-se em um hospital com quadro de pneumonia aguda. Considerando os agentes bacterianos mais usuais, marque a alternativa com o esquema antibioterápico inicial de escolha.
a) Penicilina cristalina + aminoglicosídeo.
b) Penicilina cristalina.
c) Amoxacilina + clavulanato.
d) Oxacilina + aminoglicosídeo.
e) Oxacilina.
Comentário: Sabemos que as pneumonias em crianças menores de 2 meses são provocadas por: estreptococos do grupo B (S. agalactiae), enterobactérias, listeria, pneumococo e S. aureus. O esquema antibiótico deve conter: oxacilina + aminoglicosídeo (gentamicina, amicacina ou tobramicina) ou Oxacilina + cefalosporina de 3ª geração. A penicilina não é uma boa escolha por não cobrir Listeria monocytogenes.
Resposta: Letra D
37) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
CENTRO MÉDICO DE CAMPINAS-CMC
Criança de 2 anos apresenta tosse e febre há 5 dias associada a vômitos, com dificuldade respiratória e piora no estado geral há 2 dias. Ao exame apresenta bom estado geral, FR de 60 irpm, FC de 140 bpm, acianótica. Pulmões com movimentos respiratórios diminuídos à direita com estertores crepitantes e fígado a 2 cm do RCD. O RX de tórax mostra infiltrado homogêneo em hemitórax inferior direito, com sinais de derrame pleural. É correto afirmar:
a) Realizar punção pleural para ver necessidade de drenagem pleural.
b) Introduzir cefalotina ou oxacilina, mais cloranfenicol, para boa cobertura dos germes mais comuns em pneumonia para faixa etária (pneumococos, haemophilus, influenzae B e estafilococos aureus.
c) Aguardar 48 horas com bom esquema de antibiótico (cefalotina + cloranfenicol), então reavaliar a necessidade de punção pleural, que no caso deve ser evitado pois o procedimento é invasivo.
d) O quadro sugere criança com cardiopatia + insuficiência cardíaca, sendo o quadro pulmonar de edema de origem cardiogênica, mesmo lembrando que o derrame pleural é à direita.
e) As alternativas a e b estão corretas.
Comentário: A presença de derrame pleural é indicativo de pneumonia grave e a criança deve ser internada. Deve-se optar pela introdução de oxacilina + cloranfenicol ou a cefalosporina de terceira geração + cloranfenicol, devido a possibilidade de infecção por staphylococcus aureus ou haemophylus influenzae. A opção B coloca a cefalotina (cefalosporina de 1ª geração) para cobertura estafilocócica. Se o líquido pleural puncionado tiver característica de empiema, além do antibiótico venoso, será necessária a drenagem pleural fechada sob selo d'água.
Resposta: Letra E
38) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL DA PUC-RIO GRANDE DO SUL
Criança de 5 anos com febre, tosse e dificuldade respiratória há 5 dias, com piora nas últimas 24 horas. RX de tórax mostra, à direita, consolidação lobar com broncograma aéreo e derrame pleural moderado. Toracocentese revela líquido purulento; pH de 6,5; glicose de 35 mg/dl; proteínas 4,5g/dl. Qual o agente etiológico mais provável e qual a melhor conduta após a prescrição do antibiótico?
a) Staphylococcus aureus; tratamento clínico para o derrame pleural.
b) Streptococcus pneumoniae; nova toracocentese em 48 horas.
c) Streptococcus pneumoniae; drenagem pleural.
d) Staphylococcus aureus; drenagem pleural se a febre persistir por mais de 48 horas.
e) Haemophylus influenzae; drenagem pleural.
Comentário: O Streptococcus pneumoniae é o principal agente das pneumonias comunitárias, com e sem derrame pleural. Líquido pleural com aspecto purulento; pH < 7,2; glicose < 40 mg/dl e proteínas > 3 g/dl apontam para o diagnóstico de empiema e necessita de drenagem fechada do tórax sob selo d'água.
Resposta: Letra C
39) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
Pré-escolar com febre alta, dor de garganta e dispneia. Durante seu atendimento evoluiu com cianose, estridor e insuficiência respiratória aguda. Qual o diagnóstico provável?
a) Asma brônquica.
b) Bronquiolite aguda obliterante.
c) Intoxicação exógena.
d) Crupe.
e) Epiglotite.
Comentário: O estridor é um ruído inspiratório que sugere obstrução das vias aéreas extrapleurais. Bronquiolite e asma são doenças obstrutivas intrapleurais. Crupe é um quadro de laringite subglótica que leva à rouquidão e ao surgimento de uma tosse metálica. O crupe é em geral uma doença viral e evolui num período de dias numa criança que apresenta previamente um resfriado comum e não costuma cursar com febre alta e dor de garganta. A principal hipótese em um paciente com febre alta, dor de garganta e que evolui rapidamente para insuficiência respiratória e estridor é a epiglotite aguda.
Resposta: Letra E
40) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança de 7 meses tem tosse e febre há 3 dias. Apresenta tiragem subcostal e sua FR é de 50 irpm. Segundo a Estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância do Ministério da Saúde, esta criança tem:
a) Pneumonia.
b) Não é pneumonia.
c) Doença febril muito grave.
d) Pneumonia grave.
Comentário: Toda criança que apresentar tiragem subcostal deve ser classificada como portadora de pneumonia grave.
Resposta: Letra D
Postado por Doutor Rafa às 18:09 Nenhum comentário:
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Marcadores: Infância, Pediatria, Questões, Residência Médica, Síndromes Respiratórias
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Pediatria | Questões de Residência Médica sobre Exantemáticas
1) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-SC
Em relação ao sarampo, todas as alternativas são corretas, exceto uma delas. Indique-a:
a) É doença de notificação compulsória.
b) As manchas de Koplik são patognomônicas.
c) A contagiosidade ocorre por via respiratória.
d) O tratamento com vitamina A reduz o risco de complicações.
e) As complicações neurológicas são as complicações mais frequentes na criança.
Comentário: As seguintes doenças exantemáticas são de notificação compulsória: sarampo, rubéola e varíola.
No sarampo há o desenvolvimento de um enantema (cerca de 1 a 4 dias antes do exantema), caracterizado por pequenas lesões puntiformes, esbranquiçadas com halo avermelhado na mucosa jugal na altura dos pré-molares, mas que também podem ser encontrados nos lábios, palato duro, gengivas, conjuntiva e vagina. Estas lesões são chamadas de manchas de Koplik, são patognomônicas da doença e verificadas em 50-70% dos casos.
Sua transmissão ocorre através de pequenas gotículas de saliva eliminadas através da fala, espirros ou tosse. Partículas virais podem permanecer suspensas e viáveis no ar por até 1 hora, fato que possibilita a disseminação da doença, mesmo que não ocorra o contato face a face entre o indivíduo são e o infectado. O vírus penetra no organismo através da mucosa respiratória ou conjuntiva ocular.
Os estudos revelam que a vitamina A é capaz de reduzir a morbidade e a mortalidade do sarampo, especialmente devido a sua ação sobre a regeneração dos epitélios.
As complicações mais frequentemente encontradas no sarampo são as infecções bacterianas, otite média aguda (mais frequente) e pneumonia (principal causa de óbito).
Resposta: Letra E
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS
Em relação ao sarampo, assinale a opção INCORRETA:
a) O isolamento do paciente é medida eficiente para controle da transmissão.
b) A maior prevalência do sarampo é, sobretudo, na infância, poupando lactentes menores de seis meses pela persistência de anticorpos maternos protetores.
c) O sarampo pode surgir em formas atípicas como púrpuras.
d) O sarampo é de ampla distribuição mundial, sendo sua incidência influenciada pelas condições sócio-econômicas do doente.
e) Não existe resistência natural, portanto, os indivíduos são suscetíveis, se não possuírem anticorpos produzidos por doenças e vacina.
Comentário: O sarampo, quando era uma doença endêmica, acometia preferencialmente crianças entre 5 e 10 anos. As crianças com menos de seis meses, em geral, não tinham a doença, uma vez que devido à alta prevalência do sarampo, a maioria das mulheres já tinha sido acometida e possuía imunidade adquirida contra o vírus. Imunidade essa que era transmitida durante a gravidez para o feto, protegendo o recém-nascido e o lactente durante o primeiro semestre de vida.
Até 1967, uma parte da população americana foi vacinada com vírus inativados (a atual é uma vacina de vírus atenuados). Essa população, quando exposta ao vírus selvagem, desenvolvia uma forma atípica de sarampo caracterizada por um exantema que surgia nas extremidades e progredia em direção centrípeta, constituído de lesões inicialmente maculopapulares, mas que se tornaram vesiculares e podiam evoluir para lesões purpúricas e hemorrágicas.
O sarampo é uma doença endêmica em todo o mundo com surtos epidêmicos diretamente relacionados ao nível socioeconômico da população.
Não há resistência natural contra o sarampo, a imunidade é fruto da doença ou imunização.
O isolamento do paciente está indicado até cinco dias depois do aparecimento do exantema, entretanto essa medida, como forma de diminuir a transmissão da doença, é relativamente ineficaz uma vez que os pacientes com sarampo podem eliminar o vírus antes mesmo do período prodrômico, ou seja, antes de saberem que estão doentes. Dessa forma, a única medida realmente eficaz para diminuir a transmissão da doença e que foi utilizada no Brasil é a vacinação em massa, eliminando a população de suscetíveis.
Resposta: Letra A
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Em contactantes com menos de 72 horas de exposição, o uso de imunização ativa é indicada para a prevenção da seguinte doença:
a) Sarampo.
b) Febre Amarela.
c) Rubéola.
d) Caxumba.
e) Poliomielite.
Comentário: A imunização ativa pós-exposição é a "vacinação de bloqueio", capaz de prevenir o desenvolvimento da doença em pacientes expostos à fonte infectante. Em imunocompetentes, nos dias atuais, a vacinação de bloqueio é recomendada tanto no sarampo quanto na varicela.
Resposta: Letra A
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2003
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
O sarampo é doença infecciosa grave, com alta letalidade, principalmente em crianças menores de 1 ano e desnutridas. Porém é facilmente prevenível através da imunização. O calendário básico de vacinação da criança, em vigor no Brasil, preconiza o seguinte esquema vacinal para prevenção da doença:
a) vacina anti-sarampo aos 9 meses e tríplice viral aos 15 meses.
b) vacina tríplice viral aos 12 meses com reforço entre 4 e 6 anos.
c) vacina anti-sarampo aos 9 meses com reforço aos 19 meses.
d) vacina tríplice viral aos 15 meses em dose única.
Comentário: A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) deve ser aplicada rotineiramente em duas doses: a primeira aos 12 meses de vida e a segunda (reforço) entre quatro e seis anos de idade.
Resposta: Letra B
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-SC
Em relação à rubéola indique a alternativa INCORRETA:
a) A adenopatia suboccipital e retroauricular é manifestação clínica frequente.
b) A contagiosidade ocorre em média 5 dias antes e até 5-7 dias após o exantema.
c) A síndrome da rubéola congênita ocorre, em geral, quando a infecção materna se deu no último trimestre da gestação.
d) Ocorre na forma subclínica em aproximadamente 30% dos casos.
e) A mulher vacinada em idade fértil deve respeitar um intervalo mínimo de 28 dias após a vacina para engravidar.
Comentário: Na rubéola surgem adenomegalias principalmente localizadas na região suboccipital, retroauricular e cervical anterior.
O vírus da rubéola é geralmente transmitido através de gotículas de secreção nasofaríngea das pessoas infectadas, que penetram no organismo susceptível através da mucosa respiratória. O período de maior transmissibilidade ocorre desde 5 dias antes até 6 dias após o aparecimento do rash. Do epitélio respiratório, as partículas virais migram até os linfonodos regionais, e cerca de 17 dias após (período de incubação) ocorre a primeira viremia.
A síndrome da rubéola congênita ocorre especialmente quando a primo-infecção materna se deu no primeiro trimestre da gestação (especialmente durante as 9 primeiras semanas, que equivalem à embriogênese), período de menor transmissibilidade, porém de maior potencial de malformações.
Cerca de 25-40% das crianças infectadas desenvolve uma forma subclínica de doença, sem rash.
Recomenda-se que mulheres em idade fértil aguardem de 28-30 dias após a vacinação para engravidar, uma precaução baseada na possibilidade teórica do vírus vacinal vir a ser transmitido ao feto por via transplacentária e causar malformações.
Resposta: Letra C
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
EXAME AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
Menina de 10 anos, com dor de garganta e febre baixa há 4 dias, é levada à consulta em razão de ter surgido, há 48 horas, uma erupção discreta, eritematosa, maculopapular e não coalescente na face e, no mesmo dia, ter se espalhado pelos membros inferiores. O exantema diminuiu de intensidade, mas a menina passou a queixar-se de dor nos joelhos. A mãe não sabe informar sobre o esquema vacinal. Ao exame físico, constatam-se, além do exantema, lesões eritematosas e puntiformes no palato mole, aumento dos linfonodos retroauriculares, cervicais posteriores e occipitais, discretamente dolorosos. Qual o diagnóstico mais provável?
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Escarlatina.
e) Exantema Súbito.
Comentário: Adenopatia retroauricular e occipital numa doença febril exantemática indica sempre rubéola. Além disso, outros dados também falam a favor deste diagnóstico: lesões no palato mole, artralgias nos joelhos.
Resposta: Letra B
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESP
Uma criança de 7 anos apresenta conjuntivite e um exantema maculopapular que começa na cabeça e expande-se para tronco e membros. O diagnóstico mais provável é:
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Varicela.
e) Febre Maculosa das Montanhas Rochosas.
Comentário: Um exantema eritêmato-maculopapular que começa na cabeça e se espalha para o tronco e membros (progressão centrífuga e crânio-caudal) caracteriza a erupção cutânea tanto do sarampo quanto da rubéola. Aliás, o exantema dessas duas viroses é muito semelhante, diferenciando-se apenas pela confluência das lesões no sarampo e a não confluência na rubéola. Além disso, ambas as doenças podem apresentar conjuntivite. Após pesar ambos os lados, ficaremos com a hipótese de rubéola, por dois motivos: (1) o quadro está muito brando para ser sarampo e, além disso, o sarampo é uma doença que sempre tem um pródromo com tosse e coriza; já a rubéola pode se apresentar com o quadro incompleto; (2) no ano de 2005 (ano da questão), o sarampo já havia sido erradicado em nosso meio. O gabarito oficial foi rubéola.
Resposta: Letra B
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
PUC-RIO GRANDE DO SUL
Criança de 6 anos há 4 dias apresenta erupção maculopapular no rosto, com aspecto de "face esbofeteada". Há 2 dias, as lesões disseminaram-se para o tronco e extremidades, com aspecto rendado e sem outros sinais ou sintomas. Qual é o diagnóstico etiológico mais provável neste caso?
a) Herpes Vírus Humano 6.
b) Parvovírus B19.
c) Paramixovírus.
d) Rubivírus.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
Comentário: Face esbofeteada com evolução crânio-caudal para exantema maculopapular em aspecto rendilhado ou reticular é o quadro clássico do eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
O herpes vírus humano 6 e 7 são os agentes etiológicos do exantema súbito, cujo aspecto clínico marcante é o aparecimento de rash cerca de 12-24 horas após o desaparecimento da febre, que se inicia no tronco e dissemina-se para o pescoço e extremidades.
O vírus do sarampo pertence à família Paramyxoviridae e provoca uma quadro clínico intenso (febre, conjuntivite, tosse, adinamia) e o rash é morbiliforme, com tendência à confluência de lesões, também de evolução céfalo-caudal.
O vírus da rubéola pertence ao gênero Rubivírus, provoca doença benigna, com sintomas constitucionais mais brandos que no sarampo e seu rash é maculopapular róseo e de distribuição céfalo-caudal.
O estreptococo do grupo A (Streptococcus pyogenes) é o agente etiológico da escarlatina, doença que cursa com faringoamigdalite purulenta e rash micropapular com textura de lixa, que se inicia no tronco e se dissemina para o pescoço e extremidades.
Resposta: Letra B
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Criança de 10 anos apresentando exantema e febre baixa. Inicialmente as manchas avermelhadas estavam localizadas nas bochechas, se estendendo após dias para membros e tronco, passando então a apresentar um aspecto rendilhado. O exantema durou cerca de uma semana e desapareceu. Há 3 dias houve reaparecimento das manchas após trauma psicológico. A hipótese diagnóstica mais provável é:
a) Rubéola.
b) Exantema Súbito.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
Comentário: Perceba que o exantema dessa criança é muito típico de eritema infeccioso: acometimento das bochechas ("face esbofeteada") e progressão para o tronco e membros, apresentando então um aspecto rendilhado. A ausência de febre é comum e a faixa etária também é típica (5-15 anos).
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos aparece subitamente com lesão eritematosa confluente no rosto, que piora pela manhã e no sol. Refere ter comido camarão há 5 dias e há 10 dias teve febre por 1 dia, tendo tomado dipirona. Ao exame, além do eritema no rosto, apresenta exantema macular, tênue confluente, na região proximal dos membros. O diagnóstico provável é de infecção pelo:
a) Vírus da Hepatite B.
b) Vírus de Epstein-Barr.
c) Parvovírus B19.
d) Herpes Vírus tipo 6.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, produtor de eritrotoxina.
Comentário: No eritema infeccioso o exantema predomina no rosto, sendo confluente e piorando com a exposição solar. A faixa etária também é compatível. O agente etiológico do eritema infeccioso é o parvovírus B19.
Resposta: Letra C
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança de 5 anos apresenta quadro febril (Tax: 38ºC), acompanhado de cefaléia, coriza e tosse. No segundo dia de doença, surge exantema eritematoso em face, que se espalha rapidamente para o tronco e membros superiores, agora com aspecto eritematomacular, tornando-se evolutivamente reticular. Há desaparecimento completo do quadro em 10 dias, sem descamação cutânea. O agente etiológico responsável por esta doença é:
a) Parvovírus B19.
b) Herpes Vírus 6.
c) Enterovírus 71.
d) Ecovírus 9.
Comentário: Às vezes, o eritema infeccioso pode ter um pródromo curto. Exantema em face com progressão para tronco e membros e aspecto reticular (rendilhado) é eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
Resposta: Letra A
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC
Criança de 15 meses apresentou febre elevada por 3 dias, tendo ocorrido convulsão febril no primeiro dia da doença. Permaneceu com bom estado geral. No quarto dia apresentou exantema maculopapular generalizado, não voltando a apresentar febre. O agente etiológico mais provável é:
a) Vírus da Rubéola.
b) Herpes Vírus tipo 6.
c) Estreptococo do grupo A.
d) Vírus do Sarampo.
e) Parvovírus B19.
Comentário: O enunciado descreve a história típica do exantema súbito, doença de lactentes, que se manifesta em sua forma clínica clássica em apenas 25% das crianças infectadas pelo herpes vírus 6. Pode se iniciar com sintomas prodrômicos tipo infecção das vias aéreas superiores, como rinorréia, hiperemia conjuntival e dor de garganta. Uma linfadenomegalia cervical e occipital discreta pode aparecer e algumas crianças apresentam leve edema palpebral. Logo após, instala-se a febre alta (39-40ºC) e neste momento podem ocorrer crises convulsivas febris em até 10% das crianças infectadas. O exantema surge classicamente no momento em que a febre desaparece.
Resposta: Letra B
13) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Criança de 7 meses com febre alta e irritabilidade há 3 dias. Há um dia houve desaparecimento da febre, com posterior "vermelhidão pelo corpo". Ao exame: ativa, corada, hidratada, afebril, exantema eritematomaculopapular generalizado, não pruriginoso, sem linfadenomegalia. A principal hipótese diagnóstica é:
a) Exantema Súbito.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
e) Sarampo.
Comentário: Uma criança de 7 meses que tem uma febre alta de início e término abruptos, seguida por um exantema no corpo e bom estado geral é o quadro típico do exantema súbito.
Resposta: Letra A
14) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
FUNDAÇÃO ESCOLA DE SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Associe as colunas, relacionando as manifestações clínicas às doenças exantemáticas na criança:
1. exantema morbiliforme + tosse + descamação furfurácea.
2. febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
3. exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes.
4. adenomegalias + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
5. febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
( ) Rubéola.
( ) Sarampo.
( ) Escarlatina.
( ) Exantema Súbito.
( ) Eritema Infeccioso.
A alternativa que apresenta a sequência correta dessa associação é:
a) 1 - 4 - 5 - 3 - 2
b) 3 - 5 - 4 - 2 - 1
c) 4 - 1 - 2 - 5 - 3
d) 5 - 2 - 3 - 1 - 4
Comentário: Rubéola apresenta-se com adenomegalias (adenopatia retroauricular e suboccipital) + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
Sarampo apresenta-se com exantema morbiliforme (morbiliforme é igual a sarampo) + tosse (sempre presente) + descamação furfurácea (após a resolução do exantema).
Escarlatina apresenta-se com febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
Exantema Súbito apresenta-se com febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
Eritema Infeccioso apresenta-se com exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes (recidiva do exantema por exposição ao sol, calor ou trauma psicológico).
Resposta: Letra C
15) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-UFF
O diagnóstico diferencial do herpes zóster se faz com:
a) Herpes simples vírus e Coxsakie vírus.
b) Varicela e herpes simples.
c) Herpes simples vírus e estafilococcia.
d) Meningococcemia e neisséria gonorreia.
e) Coxsakie vírus e varicela.
Comentário: Um rash maculovesicular que seja unilateral e obedeça à distribuição de um dermátomo isolado tipicamente é causado por uma reativação do vírus da varicela-zóster, isto é, na maioria das vezes se trata mesmo de herpes zóster. Entretanto, eventualmente uma lesão com tal padrão anatômico também pode ser causada por outros vírus, como o vírus do Herpes simplex ou o vírus Cocksakie. A melhor maneira de identificar o agente etiológico em casos de dúvida é através da imunofluorescência específica do material coletado nas lesões.
Resposta: Letra A
16) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
A herpangina, afecção de ocorrência comum na infância, tem como agente etiológico nas formas epidêmicas:
a) Herpes hominis tipo 1.
b) Herpes hominis tipo 2.
c) Herpes hominis tipo 3.
d) Parainfluenza tipo 6.
e) Coxsackie A.
Comentário: O vírus causador da herpangina é o coxsackie A mais frequentemente, e mais raramente, o enterovírus 71. Esta doença se caracteriza por febre alta (até 41ºC), disfagia, dor de garganta e irritabilidade. Crianças maiores poderão apresentar dor abdominal e vômitos. Ao exame são vistas pequenas úlceras e vesículas com halo eritematoso na região posterior da orofaringe: tonsilas, pilares, úvula e palato mole. A febre dura em média 1 a 4 dias e o restante dos sintomas se resolvem com 1 semana.
Resposta: Letra E
17) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRAS-IFF
Baseado em seus conhecimentos sobre indicação de isolamento e infecção hospitalar qual das crianças abaixo deverá ficar internada sozinha no quarto:
a) Ana Luisa, 1 ano, gastroenterite aguda.
b) Cristian, 7 anos, varicela.
c) Débora, 10 meses, estomatite herpética.
d) Lucas, 3 anos, tuberculose pulmonar.
e) André, 5 anos, pneumonia.
Comentário: A varicela é uma doença cuja disseminação acontece via aerossol, pois o vírus varicela-zoster possui a capacidade de se disseminar através de micropartículas de secreção de vias aéreas e por contato com a secreção de vesículas. Sendo assim, são necessários isolamento respiratório e de contato, e por isso, deve ser a criança a ser internada em quarto privativo. Requer quarto isolado com fluxo de ar e pressão negativa e uso de máscara de proteção contra aerossol (ex: NIOSH 95, a mesma usada para tuberculose bacilífera) para profissionais de saúde que não foram vacinados ou não tiveram a doença.
A tuberculose na infância não é bacilífera, portanto, Lucas pode ser internado ao lado de outras crianças sem que haja risco de disseminação bacilar.
A estomatite herpética (vírus herpes simplex), gastroenterite aguda e pneumonias são doenças cujos agentes são transmitidos principalmente através do contato e gotículas de saliva. Portanto, bastam cuidados de higienização de mãos após manuseio com o doente, uso de luvas descartáveis e máscaras cirúrgicas comuns. O isolamento respiratório não é necessário, e por isso, estas crianças podem ser internadas ao lado de outra.
Resposta: Letra B
18) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
UNIVERSIDADE DE CAMPINAS-UNICAMP
Menina de 5 anos com síndrome nefrótica de lesões mínimas, em tratamento com prednisona VO há um mês (2mg/Kg/dia), admitida com o diagnóstico de varicela. Assinale a alternativa correta em relação às medidas de isolamento e terapêutico nesse caso:
a) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra a varicela zóster (VZIG).
b) Unidade de isolamento com pressão negativa; ganciclovir IV.
c) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV.
d) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV.
e) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra varicela zóster (VZIG).
Comentário: Catapora (varicela), sarampo e tuberculose são doenças transmissíveis por aerossol e não apenas por gotículas de secreção respiratória. Isso significa que não basta manter o doente isolado numa unidade fechada, pois cada vez que a porta da unidade se abrir teremos a dispersão do agente infectante no ambiente. Assim sendo, esses pacientes devem ser mantidos em unidades de pressão negativa, com sistema de exaustão isolado.
Não há papel para a imunoglobulina específica contra o varicela zóster no tratamento da doença. Em pacientes imunodeprimidos (nessa paciente devido ao uso de corticoide em dose imunossupressora), indica-se o tratamento com aciclovir venoso na dose de 500mg/m² de 8/8h por sete dias ou até que parem de surgir novas lesões (o que significa o término da viremia).
Resposta: Letra C
19) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Criança de 2 anos apresenta sinais francos de desidratação e desnutrição e ao exame dermatológico apresenta extensas lesões bolhosas, pustulosas e descamativas, de fundo hiperemiado, algumas com fundo mais sujo, com secreção purulenta, além de áreas de descamação e hipopigmentação, localizadas em face, antebraços, pernas e região perineal. Em pescoço, mãos e pés observam-se áreas de eritema, demarcadas pela pele sadia que as cerca. Nas áreas intertriginosas do períneo, há eritema papular confluente com pápulas eritematosas satélites. Esta criança possui um irmão mais velho que está com varicela. A conduta adequada em relação ao contato com varicela é indicar:
a) Imunoglobulina humana contra varicela zóster (VZIG).
b) Aciclovir.
c) Vacina contra varicela.
d) Gamaglobulina intramuscular.
Comentário: Temos uma criança de 2 anos, francamente desidratada e desnutrida, com hipovitaminose e infecção cutânea disseminada que teve contato recente com um irmão com varicela. Qual deve ser a profilaxia pós-exposição nessa criança? A vacinação de bloqueio não é ideal, pois a criança apresenta uma contraindicação: doença debilitante. Nesse caso, a melhor conduta é a imunoglobulina específica antivaricela intramuscular.
As lesões de pele dessa criança são por varicela? A resposta é não porque não se observam lesões em diversas fases de evolução (maculopápulas, vesículas, pústulas, crostas) nem há relato de febre. Essa criança possui três dermatoses: (1) impetigo bolhoso (piodermite bacteriana): dermatose eritêmato-bulopustulosa, (2) pelagra: lesões eritêmato-descamativas nas áreas de exposição solar e (3) candidíase intertriginosa: lesões eritematosas confluentes no períneo com lesões satélites.
Resposta: Letra A
20) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART-PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO
Quanto à varicela é correto afirmar:
a) A vacina contra o vírus é indicada em imunocomprometidos até 96 horas após a exposição.
b) O período de incubação é de 10 a 21 dias e o exantema tem distribuição céfalo-caudal.
c) A artrite, a miocardite, a pancreatite e a orquite são complicações frequentes.
d) O período de contágio inicia-se 10 dias antes do exantema aparecer e as lesões têm polimorfismo regional.
Comentário: A vacina é totalmente contraindicada nos imunodeprimidos (vírus vivo atenuado).
A artrite é complicação da rubéola e a orquite é complicação da caxumba.
O período de contágio se inicia dois dias antes do exantema.
O período de incubação é de 10-21 dias e a distribuição geralmente é centrípeta.
Resposta: Letra B
21) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Um paciente HIV soro-positivo refere contato há 24 horas com criança portadora de varicela. O paciente não sabe informar sobre seu estado imunológico. A melhor conduta neste caso é:
a) Prescrever aciclovir profilático.
b) Tratar caso apresente varicela.
c) Aplicar vacina antivaricela-zóster.
d) Administrar imunoglobulina específica.
Comentário: Profilaxia pós-exposição em HIV soro-positivo = imunoglobulina específica antivaricela (VZIG), se aplicada até 96 horas.
Resposta: Letra D
22) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO-UNISA
Mãe refere ao telefone que a filha de 3 anos frequenta creche onde ocorreu um caso de escarlatina em um colega de sala. Sabe-se que a criança doente foi afastada e a creche permaneceu aberta. Qual a orientação que você recomenda para sua paciente?
a) Fazer cultura de orofaringe e tratar conforme o resultado.
b) Aplicar penicilina benzatina profilática.
c) Marcar consulta imediatamente para avaliar a possibilidade de doença assíntomática.
d) Observar e trazer para consulta, caso a filha apresente alguma alteração clínica.
e) Manter a filha fora da creche por 1 semana.
Comentário: A transmissão do Streptococcus pyogenes, agente causador da escarlatina, ocorre através de gotículas de saliva e de secreções nasais eliminadas pelo doente. As bactérias se fixam à mucosa da oro ou nasofaringe iniciando a colonização e infecção. O indivíduo infectado deixa de transmitir a infecção 24 horas após o início do tratamento com antibiótico adequado. Como medida de prevenção ou redução da transmissão e contagiosidade, é recomendável o absenteísmo escolar do doente por cerca de 24-48 horas após o início do antibiótico. Contudo, não é necessária nenhuma medida específica para as demais crianças que tiveram contato com o caso índice. Apenas deve-se orientar às famílias que levem suas crianças ao médico caso apresentem algum sintoma clínico.
Resposta: Letra D
23) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos com escarlatina. O agente etiológico e a complicação mais frequente dessa doença, são, respectivamente:
a) Estreptococo beta hemolítico do grupo A e glomerulonefrite difusa aguda.
b) Estreptococo beta hemolítico do grupo B e choque tóxico.
c) Vírus Epstein-Barr e convulsão febril.
d) Herpes vírus tipo VI e encefalite.
e) Coxsakie vírus e meningite.
Comentário: A complicação mais frequente da escarlatina é a glomerulonefrite difusa aguda e seu agente etiológico é a bactéria estreptococo beta hemolítico do grupo A.
Resposta: Letra A
24) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Menino de 4 anos com febre alta há 24 horas, acompanhada de cefaléia e vômitos. Exame físico: enantema da mucosa oral e exantema micropapular difuso, mais intenso em dobras e com palidez perioral, sem outros achados. O diagnóstico provável é de:
a) Meningite meningocócica.
b) Rubéola.
c) Síndrome de Kawasaki.
d) Faringite viral.
e) Escarlatina.
Comentário: Um quadro febril com enantema faríngeo (faringite) e um exantema eritematoso micropapular (puntiforme), exacerbado nas pregas cutâneas (linhas de Pastia) e com palidez peribucal (sinal de Filatov) só pode ser escarlatina.
Resposta: Letra E
25) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Criança de 6 anos apresentou quadro de febre há uma semana, acompanhada de dor de garganta e vermelhidão na face, tórax e membros. Agora a criança apresenta descamação lamelar no rosto, tronco e mãos. O diagnóstico provável é:
a) Eritema infeccioso.
b) Escarlatina.
c) Rubéola.
d) Exantema súbito.
e) Provável reação alérgica à medicação usada.
Comentário: Febre + dor de garganta + exantema eritematoso deixando descamação lamelar = escarlatina.
Resposta: Letra B
26) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança febril com exantema. Ao exame: hiperemia de bochechas com palidez peri-oral, língua hiperemiada com papilas proeminentes e áreas de hiperpigmentação não evanescentes nas regiões antecubitais. Os sinais descritos são característicos de:
a) Rubéola.
b) Sarampo.
c) Escarlatina.
d) Coxsackiose.
Comentário: Nunca mais esqueça os sinais de prova da escarlatina: palidez peribucal (sinal de Filatov), língua hiperemiada com papilas proeminentes (língua em framboesa), exacerbação do eritema ou hiperpigmentação não evanescente das dobras flexoras (sinal de Pastia).
Resposta: Letra C
27) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
A presença de exantema maculopapular associado à hiperemia da língua, com hipertrofia de papilas linguais, pode ser observada em crianças com:
a) Eritema infeccioso e rubéola.
b) Exantema súbito e sarampo.
c) Escarlatina e doença de Kawasaki.
d) Mononucleose e doença de Lyme.
Comentário: O enunciado descreve a famosa "língua em framboesa", típica da escarlatina, também observada na doença de Kawasaki, uma vasculite febril exantemática da criança.
Resposta: Letra C
28) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-UNIFESP
Criança do sexo masculino com 28 dias de vida é internado com febre, irritabilidade e eritema generalizado há aproximadamente 24 horas. A mãe informa que o eritema teve início ao redor dos lábios e narinas. Após 24 horas de internação, a pele começa a se desprender, com formação de bolhas flácidas, e grandes áreas erosadas começam a ser observadas, principalmente nas dobras axilares, cervicais e inguinais. O diagnóstico provável é:
a) Síndrome da pele escaldada.
b) Lúpus eritematoso neonatal.
c) Dermatite seborreica eritrodérmica.
d) Psoríase eritrodérmica.
e) Eritema tóxico neonatal.
Comentário: A descrição é a de uma história clássica de síndrome da pele escaldada estafilocócica, cuja maior incidência é encontrada nos recém-nascidos e crianças pequenas. Também chamada de doença de Ritter ou de síndrome do choque tóxico, tem por característica o início abrupto, com febre e eritema cutâneo, que se inicia na face (principalmente ao redor das narinas - foco da infecção) e rapidamente se dissemina, levando a uma dermatose esfoliativa grave, com formação de bolhas que se rompem logo abaixo da camada granulosa da epiderme.
Resposta: Letra A
29) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP
Criança de 4 anos com história de 4 dias de febre alta, apresentando 2 a 3 picos diários (38 a 39,8ºC). Encontra-se inapetente e prostrada. Ao exame observa-se erupção cutânea macular e eritematosa com características polimórficas acompanhada por congestão bilateral da conjuntiva ocular, hiperemia da mucosa oral, língua em framboesa e edema endurado nas mãos e pés. O diagnóstico provável é:
a) Sarampo.
b) Escarlatina.
c) Doença de Kawasaki.
d) Rubéola.
e) Mononucleose infecciosa.
Comentário: A doença de Kawasaki acomete principalmente crianças de 4 meses a 5 anos, se caracteriza por febre alta por no mínimo 5 dias, edema e eritema de pés e mãos, descamação periungueal, exantema polimórfico, conjuntivite bilateral bulbar não exsudativa, língua em framboesa e linfadenopatia cervical.
Resposta: Letra C
30) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Menino de 2 anos é tratado com amoxacilina devido ao diagnóstico de otite média aguda há 6 dias. A febre persiste (39ºC) e apresenta-se apático com exantema máculo-papilar no tronco, conjuntivas intensamente hiperemiadas, palmas das mãos e dedos endurecidos e edemaciados. O diagnóstico mais provável é:
a) Artrite reumatóide juvenil.
b) Sarampo.
c) Reação alérgica à amoxacilina.
d) Síndrome de Kawasaki.
e) Escarlatina.
Comentário: O paciente apresenta a maioria dos critérios para doença de Kawasaki, além de estar na faixa etária típica.
Resposta: Letra D
Em relação ao sarampo, todas as alternativas são corretas, exceto uma delas. Indique-a:
a) É doença de notificação compulsória.
b) As manchas de Koplik são patognomônicas.
c) A contagiosidade ocorre por via respiratória.
d) O tratamento com vitamina A reduz o risco de complicações.
e) As complicações neurológicas são as complicações mais frequentes na criança.
Comentário: As seguintes doenças exantemáticas são de notificação compulsória: sarampo, rubéola e varíola.
No sarampo há o desenvolvimento de um enantema (cerca de 1 a 4 dias antes do exantema), caracterizado por pequenas lesões puntiformes, esbranquiçadas com halo avermelhado na mucosa jugal na altura dos pré-molares, mas que também podem ser encontrados nos lábios, palato duro, gengivas, conjuntiva e vagina. Estas lesões são chamadas de manchas de Koplik, são patognomônicas da doença e verificadas em 50-70% dos casos.
Sua transmissão ocorre através de pequenas gotículas de saliva eliminadas através da fala, espirros ou tosse. Partículas virais podem permanecer suspensas e viáveis no ar por até 1 hora, fato que possibilita a disseminação da doença, mesmo que não ocorra o contato face a face entre o indivíduo são e o infectado. O vírus penetra no organismo através da mucosa respiratória ou conjuntiva ocular.
Os estudos revelam que a vitamina A é capaz de reduzir a morbidade e a mortalidade do sarampo, especialmente devido a sua ação sobre a regeneração dos epitélios.
As complicações mais frequentemente encontradas no sarampo são as infecções bacterianas, otite média aguda (mais frequente) e pneumonia (principal causa de óbito).
Resposta: Letra E
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS
Em relação ao sarampo, assinale a opção INCORRETA:
a) O isolamento do paciente é medida eficiente para controle da transmissão.
b) A maior prevalência do sarampo é, sobretudo, na infância, poupando lactentes menores de seis meses pela persistência de anticorpos maternos protetores.
c) O sarampo pode surgir em formas atípicas como púrpuras.
d) O sarampo é de ampla distribuição mundial, sendo sua incidência influenciada pelas condições sócio-econômicas do doente.
e) Não existe resistência natural, portanto, os indivíduos são suscetíveis, se não possuírem anticorpos produzidos por doenças e vacina.
Comentário: O sarampo, quando era uma doença endêmica, acometia preferencialmente crianças entre 5 e 10 anos. As crianças com menos de seis meses, em geral, não tinham a doença, uma vez que devido à alta prevalência do sarampo, a maioria das mulheres já tinha sido acometida e possuía imunidade adquirida contra o vírus. Imunidade essa que era transmitida durante a gravidez para o feto, protegendo o recém-nascido e o lactente durante o primeiro semestre de vida.
Até 1967, uma parte da população americana foi vacinada com vírus inativados (a atual é uma vacina de vírus atenuados). Essa população, quando exposta ao vírus selvagem, desenvolvia uma forma atípica de sarampo caracterizada por um exantema que surgia nas extremidades e progredia em direção centrípeta, constituído de lesões inicialmente maculopapulares, mas que se tornaram vesiculares e podiam evoluir para lesões purpúricas e hemorrágicas.
O sarampo é uma doença endêmica em todo o mundo com surtos epidêmicos diretamente relacionados ao nível socioeconômico da população.
Não há resistência natural contra o sarampo, a imunidade é fruto da doença ou imunização.
O isolamento do paciente está indicado até cinco dias depois do aparecimento do exantema, entretanto essa medida, como forma de diminuir a transmissão da doença, é relativamente ineficaz uma vez que os pacientes com sarampo podem eliminar o vírus antes mesmo do período prodrômico, ou seja, antes de saberem que estão doentes. Dessa forma, a única medida realmente eficaz para diminuir a transmissão da doença e que foi utilizada no Brasil é a vacinação em massa, eliminando a população de suscetíveis.
Resposta: Letra A
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Em contactantes com menos de 72 horas de exposição, o uso de imunização ativa é indicada para a prevenção da seguinte doença:
a) Sarampo.
b) Febre Amarela.
c) Rubéola.
d) Caxumba.
e) Poliomielite.
Comentário: A imunização ativa pós-exposição é a "vacinação de bloqueio", capaz de prevenir o desenvolvimento da doença em pacientes expostos à fonte infectante. Em imunocompetentes, nos dias atuais, a vacinação de bloqueio é recomendada tanto no sarampo quanto na varicela.
Resposta: Letra A
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2003
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
O sarampo é doença infecciosa grave, com alta letalidade, principalmente em crianças menores de 1 ano e desnutridas. Porém é facilmente prevenível através da imunização. O calendário básico de vacinação da criança, em vigor no Brasil, preconiza o seguinte esquema vacinal para prevenção da doença:
a) vacina anti-sarampo aos 9 meses e tríplice viral aos 15 meses.
b) vacina tríplice viral aos 12 meses com reforço entre 4 e 6 anos.
c) vacina anti-sarampo aos 9 meses com reforço aos 19 meses.
d) vacina tríplice viral aos 15 meses em dose única.
Comentário: A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) deve ser aplicada rotineiramente em duas doses: a primeira aos 12 meses de vida e a segunda (reforço) entre quatro e seis anos de idade.
Resposta: Letra B
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-SC
Em relação à rubéola indique a alternativa INCORRETA:
a) A adenopatia suboccipital e retroauricular é manifestação clínica frequente.
b) A contagiosidade ocorre em média 5 dias antes e até 5-7 dias após o exantema.
c) A síndrome da rubéola congênita ocorre, em geral, quando a infecção materna se deu no último trimestre da gestação.
d) Ocorre na forma subclínica em aproximadamente 30% dos casos.
e) A mulher vacinada em idade fértil deve respeitar um intervalo mínimo de 28 dias após a vacina para engravidar.
Comentário: Na rubéola surgem adenomegalias principalmente localizadas na região suboccipital, retroauricular e cervical anterior.
O vírus da rubéola é geralmente transmitido através de gotículas de secreção nasofaríngea das pessoas infectadas, que penetram no organismo susceptível através da mucosa respiratória. O período de maior transmissibilidade ocorre desde 5 dias antes até 6 dias após o aparecimento do rash. Do epitélio respiratório, as partículas virais migram até os linfonodos regionais, e cerca de 17 dias após (período de incubação) ocorre a primeira viremia.
A síndrome da rubéola congênita ocorre especialmente quando a primo-infecção materna se deu no primeiro trimestre da gestação (especialmente durante as 9 primeiras semanas, que equivalem à embriogênese), período de menor transmissibilidade, porém de maior potencial de malformações.
Cerca de 25-40% das crianças infectadas desenvolve uma forma subclínica de doença, sem rash.
Recomenda-se que mulheres em idade fértil aguardem de 28-30 dias após a vacinação para engravidar, uma precaução baseada na possibilidade teórica do vírus vacinal vir a ser transmitido ao feto por via transplacentária e causar malformações.
Resposta: Letra C
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
EXAME AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
Menina de 10 anos, com dor de garganta e febre baixa há 4 dias, é levada à consulta em razão de ter surgido, há 48 horas, uma erupção discreta, eritematosa, maculopapular e não coalescente na face e, no mesmo dia, ter se espalhado pelos membros inferiores. O exantema diminuiu de intensidade, mas a menina passou a queixar-se de dor nos joelhos. A mãe não sabe informar sobre o esquema vacinal. Ao exame físico, constatam-se, além do exantema, lesões eritematosas e puntiformes no palato mole, aumento dos linfonodos retroauriculares, cervicais posteriores e occipitais, discretamente dolorosos. Qual o diagnóstico mais provável?
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Escarlatina.
e) Exantema Súbito.
Comentário: Adenopatia retroauricular e occipital numa doença febril exantemática indica sempre rubéola. Além disso, outros dados também falam a favor deste diagnóstico: lesões no palato mole, artralgias nos joelhos.
Resposta: Letra B
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESP
Uma criança de 7 anos apresenta conjuntivite e um exantema maculopapular que começa na cabeça e expande-se para tronco e membros. O diagnóstico mais provável é:
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Varicela.
e) Febre Maculosa das Montanhas Rochosas.
Comentário: Um exantema eritêmato-maculopapular que começa na cabeça e se espalha para o tronco e membros (progressão centrífuga e crânio-caudal) caracteriza a erupção cutânea tanto do sarampo quanto da rubéola. Aliás, o exantema dessas duas viroses é muito semelhante, diferenciando-se apenas pela confluência das lesões no sarampo e a não confluência na rubéola. Além disso, ambas as doenças podem apresentar conjuntivite. Após pesar ambos os lados, ficaremos com a hipótese de rubéola, por dois motivos: (1) o quadro está muito brando para ser sarampo e, além disso, o sarampo é uma doença que sempre tem um pródromo com tosse e coriza; já a rubéola pode se apresentar com o quadro incompleto; (2) no ano de 2005 (ano da questão), o sarampo já havia sido erradicado em nosso meio. O gabarito oficial foi rubéola.
Resposta: Letra B
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
PUC-RIO GRANDE DO SUL
Criança de 6 anos há 4 dias apresenta erupção maculopapular no rosto, com aspecto de "face esbofeteada". Há 2 dias, as lesões disseminaram-se para o tronco e extremidades, com aspecto rendado e sem outros sinais ou sintomas. Qual é o diagnóstico etiológico mais provável neste caso?
a) Herpes Vírus Humano 6.
b) Parvovírus B19.
c) Paramixovírus.
d) Rubivírus.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
Comentário: Face esbofeteada com evolução crânio-caudal para exantema maculopapular em aspecto rendilhado ou reticular é o quadro clássico do eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
O herpes vírus humano 6 e 7 são os agentes etiológicos do exantema súbito, cujo aspecto clínico marcante é o aparecimento de rash cerca de 12-24 horas após o desaparecimento da febre, que se inicia no tronco e dissemina-se para o pescoço e extremidades.
O vírus do sarampo pertence à família Paramyxoviridae e provoca uma quadro clínico intenso (febre, conjuntivite, tosse, adinamia) e o rash é morbiliforme, com tendência à confluência de lesões, também de evolução céfalo-caudal.
O vírus da rubéola pertence ao gênero Rubivírus, provoca doença benigna, com sintomas constitucionais mais brandos que no sarampo e seu rash é maculopapular róseo e de distribuição céfalo-caudal.
O estreptococo do grupo A (Streptococcus pyogenes) é o agente etiológico da escarlatina, doença que cursa com faringoamigdalite purulenta e rash micropapular com textura de lixa, que se inicia no tronco e se dissemina para o pescoço e extremidades.
Resposta: Letra B
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Criança de 10 anos apresentando exantema e febre baixa. Inicialmente as manchas avermelhadas estavam localizadas nas bochechas, se estendendo após dias para membros e tronco, passando então a apresentar um aspecto rendilhado. O exantema durou cerca de uma semana e desapareceu. Há 3 dias houve reaparecimento das manchas após trauma psicológico. A hipótese diagnóstica mais provável é:
a) Rubéola.
b) Exantema Súbito.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
Comentário: Perceba que o exantema dessa criança é muito típico de eritema infeccioso: acometimento das bochechas ("face esbofeteada") e progressão para o tronco e membros, apresentando então um aspecto rendilhado. A ausência de febre é comum e a faixa etária também é típica (5-15 anos).
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos aparece subitamente com lesão eritematosa confluente no rosto, que piora pela manhã e no sol. Refere ter comido camarão há 5 dias e há 10 dias teve febre por 1 dia, tendo tomado dipirona. Ao exame, além do eritema no rosto, apresenta exantema macular, tênue confluente, na região proximal dos membros. O diagnóstico provável é de infecção pelo:
a) Vírus da Hepatite B.
b) Vírus de Epstein-Barr.
c) Parvovírus B19.
d) Herpes Vírus tipo 6.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, produtor de eritrotoxina.
Comentário: No eritema infeccioso o exantema predomina no rosto, sendo confluente e piorando com a exposição solar. A faixa etária também é compatível. O agente etiológico do eritema infeccioso é o parvovírus B19.
Resposta: Letra C
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança de 5 anos apresenta quadro febril (Tax: 38ºC), acompanhado de cefaléia, coriza e tosse. No segundo dia de doença, surge exantema eritematoso em face, que se espalha rapidamente para o tronco e membros superiores, agora com aspecto eritematomacular, tornando-se evolutivamente reticular. Há desaparecimento completo do quadro em 10 dias, sem descamação cutânea. O agente etiológico responsável por esta doença é:
a) Parvovírus B19.
b) Herpes Vírus 6.
c) Enterovírus 71.
d) Ecovírus 9.
Comentário: Às vezes, o eritema infeccioso pode ter um pródromo curto. Exantema em face com progressão para tronco e membros e aspecto reticular (rendilhado) é eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
Resposta: Letra A
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC
Criança de 15 meses apresentou febre elevada por 3 dias, tendo ocorrido convulsão febril no primeiro dia da doença. Permaneceu com bom estado geral. No quarto dia apresentou exantema maculopapular generalizado, não voltando a apresentar febre. O agente etiológico mais provável é:
a) Vírus da Rubéola.
b) Herpes Vírus tipo 6.
c) Estreptococo do grupo A.
d) Vírus do Sarampo.
e) Parvovírus B19.
Comentário: O enunciado descreve a história típica do exantema súbito, doença de lactentes, que se manifesta em sua forma clínica clássica em apenas 25% das crianças infectadas pelo herpes vírus 6. Pode se iniciar com sintomas prodrômicos tipo infecção das vias aéreas superiores, como rinorréia, hiperemia conjuntival e dor de garganta. Uma linfadenomegalia cervical e occipital discreta pode aparecer e algumas crianças apresentam leve edema palpebral. Logo após, instala-se a febre alta (39-40ºC) e neste momento podem ocorrer crises convulsivas febris em até 10% das crianças infectadas. O exantema surge classicamente no momento em que a febre desaparece.
Resposta: Letra B
13) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Criança de 7 meses com febre alta e irritabilidade há 3 dias. Há um dia houve desaparecimento da febre, com posterior "vermelhidão pelo corpo". Ao exame: ativa, corada, hidratada, afebril, exantema eritematomaculopapular generalizado, não pruriginoso, sem linfadenomegalia. A principal hipótese diagnóstica é:
a) Exantema Súbito.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
e) Sarampo.
Comentário: Uma criança de 7 meses que tem uma febre alta de início e término abruptos, seguida por um exantema no corpo e bom estado geral é o quadro típico do exantema súbito.
Resposta: Letra A
14) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
FUNDAÇÃO ESCOLA DE SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Associe as colunas, relacionando as manifestações clínicas às doenças exantemáticas na criança:
1. exantema morbiliforme + tosse + descamação furfurácea.
2. febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
3. exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes.
4. adenomegalias + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
5. febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
( ) Rubéola.
( ) Sarampo.
( ) Escarlatina.
( ) Exantema Súbito.
( ) Eritema Infeccioso.
A alternativa que apresenta a sequência correta dessa associação é:
a) 1 - 4 - 5 - 3 - 2
b) 3 - 5 - 4 - 2 - 1
c) 4 - 1 - 2 - 5 - 3
d) 5 - 2 - 3 - 1 - 4
Comentário: Rubéola apresenta-se com adenomegalias (adenopatia retroauricular e suboccipital) + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
Sarampo apresenta-se com exantema morbiliforme (morbiliforme é igual a sarampo) + tosse (sempre presente) + descamação furfurácea (após a resolução do exantema).
Escarlatina apresenta-se com febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
Exantema Súbito apresenta-se com febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
Eritema Infeccioso apresenta-se com exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes (recidiva do exantema por exposição ao sol, calor ou trauma psicológico).
Resposta: Letra C
15) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-UFF
O diagnóstico diferencial do herpes zóster se faz com:
a) Herpes simples vírus e Coxsakie vírus.
b) Varicela e herpes simples.
c) Herpes simples vírus e estafilococcia.
d) Meningococcemia e neisséria gonorreia.
e) Coxsakie vírus e varicela.
Comentário: Um rash maculovesicular que seja unilateral e obedeça à distribuição de um dermátomo isolado tipicamente é causado por uma reativação do vírus da varicela-zóster, isto é, na maioria das vezes se trata mesmo de herpes zóster. Entretanto, eventualmente uma lesão com tal padrão anatômico também pode ser causada por outros vírus, como o vírus do Herpes simplex ou o vírus Cocksakie. A melhor maneira de identificar o agente etiológico em casos de dúvida é através da imunofluorescência específica do material coletado nas lesões.
Resposta: Letra A
16) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
A herpangina, afecção de ocorrência comum na infância, tem como agente etiológico nas formas epidêmicas:
a) Herpes hominis tipo 1.
b) Herpes hominis tipo 2.
c) Herpes hominis tipo 3.
d) Parainfluenza tipo 6.
e) Coxsackie A.
Comentário: O vírus causador da herpangina é o coxsackie A mais frequentemente, e mais raramente, o enterovírus 71. Esta doença se caracteriza por febre alta (até 41ºC), disfagia, dor de garganta e irritabilidade. Crianças maiores poderão apresentar dor abdominal e vômitos. Ao exame são vistas pequenas úlceras e vesículas com halo eritematoso na região posterior da orofaringe: tonsilas, pilares, úvula e palato mole. A febre dura em média 1 a 4 dias e o restante dos sintomas se resolvem com 1 semana.
Resposta: Letra E
17) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRAS-IFF
Baseado em seus conhecimentos sobre indicação de isolamento e infecção hospitalar qual das crianças abaixo deverá ficar internada sozinha no quarto:
a) Ana Luisa, 1 ano, gastroenterite aguda.
b) Cristian, 7 anos, varicela.
c) Débora, 10 meses, estomatite herpética.
d) Lucas, 3 anos, tuberculose pulmonar.
e) André, 5 anos, pneumonia.
Comentário: A varicela é uma doença cuja disseminação acontece via aerossol, pois o vírus varicela-zoster possui a capacidade de se disseminar através de micropartículas de secreção de vias aéreas e por contato com a secreção de vesículas. Sendo assim, são necessários isolamento respiratório e de contato, e por isso, deve ser a criança a ser internada em quarto privativo. Requer quarto isolado com fluxo de ar e pressão negativa e uso de máscara de proteção contra aerossol (ex: NIOSH 95, a mesma usada para tuberculose bacilífera) para profissionais de saúde que não foram vacinados ou não tiveram a doença.
A tuberculose na infância não é bacilífera, portanto, Lucas pode ser internado ao lado de outras crianças sem que haja risco de disseminação bacilar.
A estomatite herpética (vírus herpes simplex), gastroenterite aguda e pneumonias são doenças cujos agentes são transmitidos principalmente através do contato e gotículas de saliva. Portanto, bastam cuidados de higienização de mãos após manuseio com o doente, uso de luvas descartáveis e máscaras cirúrgicas comuns. O isolamento respiratório não é necessário, e por isso, estas crianças podem ser internadas ao lado de outra.
Resposta: Letra B
18) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
UNIVERSIDADE DE CAMPINAS-UNICAMP
Menina de 5 anos com síndrome nefrótica de lesões mínimas, em tratamento com prednisona VO há um mês (2mg/Kg/dia), admitida com o diagnóstico de varicela. Assinale a alternativa correta em relação às medidas de isolamento e terapêutico nesse caso:
a) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra a varicela zóster (VZIG).
b) Unidade de isolamento com pressão negativa; ganciclovir IV.
c) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV.
d) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV.
e) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra varicela zóster (VZIG).
Comentário: Catapora (varicela), sarampo e tuberculose são doenças transmissíveis por aerossol e não apenas por gotículas de secreção respiratória. Isso significa que não basta manter o doente isolado numa unidade fechada, pois cada vez que a porta da unidade se abrir teremos a dispersão do agente infectante no ambiente. Assim sendo, esses pacientes devem ser mantidos em unidades de pressão negativa, com sistema de exaustão isolado.
Não há papel para a imunoglobulina específica contra o varicela zóster no tratamento da doença. Em pacientes imunodeprimidos (nessa paciente devido ao uso de corticoide em dose imunossupressora), indica-se o tratamento com aciclovir venoso na dose de 500mg/m² de 8/8h por sete dias ou até que parem de surgir novas lesões (o que significa o término da viremia).
Resposta: Letra C
19) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Criança de 2 anos apresenta sinais francos de desidratação e desnutrição e ao exame dermatológico apresenta extensas lesões bolhosas, pustulosas e descamativas, de fundo hiperemiado, algumas com fundo mais sujo, com secreção purulenta, além de áreas de descamação e hipopigmentação, localizadas em face, antebraços, pernas e região perineal. Em pescoço, mãos e pés observam-se áreas de eritema, demarcadas pela pele sadia que as cerca. Nas áreas intertriginosas do períneo, há eritema papular confluente com pápulas eritematosas satélites. Esta criança possui um irmão mais velho que está com varicela. A conduta adequada em relação ao contato com varicela é indicar:
a) Imunoglobulina humana contra varicela zóster (VZIG).
b) Aciclovir.
c) Vacina contra varicela.
d) Gamaglobulina intramuscular.
Comentário: Temos uma criança de 2 anos, francamente desidratada e desnutrida, com hipovitaminose e infecção cutânea disseminada que teve contato recente com um irmão com varicela. Qual deve ser a profilaxia pós-exposição nessa criança? A vacinação de bloqueio não é ideal, pois a criança apresenta uma contraindicação: doença debilitante. Nesse caso, a melhor conduta é a imunoglobulina específica antivaricela intramuscular.
As lesões de pele dessa criança são por varicela? A resposta é não porque não se observam lesões em diversas fases de evolução (maculopápulas, vesículas, pústulas, crostas) nem há relato de febre. Essa criança possui três dermatoses: (1) impetigo bolhoso (piodermite bacteriana): dermatose eritêmato-bulopustulosa, (2) pelagra: lesões eritêmato-descamativas nas áreas de exposição solar e (3) candidíase intertriginosa: lesões eritematosas confluentes no períneo com lesões satélites.
Resposta: Letra A
20) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART-PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO
Quanto à varicela é correto afirmar:
a) A vacina contra o vírus é indicada em imunocomprometidos até 96 horas após a exposição.
b) O período de incubação é de 10 a 21 dias e o exantema tem distribuição céfalo-caudal.
c) A artrite, a miocardite, a pancreatite e a orquite são complicações frequentes.
d) O período de contágio inicia-se 10 dias antes do exantema aparecer e as lesões têm polimorfismo regional.
Comentário: A vacina é totalmente contraindicada nos imunodeprimidos (vírus vivo atenuado).
A artrite é complicação da rubéola e a orquite é complicação da caxumba.
O período de contágio se inicia dois dias antes do exantema.
O período de incubação é de 10-21 dias e a distribuição geralmente é centrípeta.
Resposta: Letra B
21) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Um paciente HIV soro-positivo refere contato há 24 horas com criança portadora de varicela. O paciente não sabe informar sobre seu estado imunológico. A melhor conduta neste caso é:
a) Prescrever aciclovir profilático.
b) Tratar caso apresente varicela.
c) Aplicar vacina antivaricela-zóster.
d) Administrar imunoglobulina específica.
Comentário: Profilaxia pós-exposição em HIV soro-positivo = imunoglobulina específica antivaricela (VZIG), se aplicada até 96 horas.
Resposta: Letra D
22) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO-UNISA
Mãe refere ao telefone que a filha de 3 anos frequenta creche onde ocorreu um caso de escarlatina em um colega de sala. Sabe-se que a criança doente foi afastada e a creche permaneceu aberta. Qual a orientação que você recomenda para sua paciente?
a) Fazer cultura de orofaringe e tratar conforme o resultado.
b) Aplicar penicilina benzatina profilática.
c) Marcar consulta imediatamente para avaliar a possibilidade de doença assíntomática.
d) Observar e trazer para consulta, caso a filha apresente alguma alteração clínica.
e) Manter a filha fora da creche por 1 semana.
Comentário: A transmissão do Streptococcus pyogenes, agente causador da escarlatina, ocorre através de gotículas de saliva e de secreções nasais eliminadas pelo doente. As bactérias se fixam à mucosa da oro ou nasofaringe iniciando a colonização e infecção. O indivíduo infectado deixa de transmitir a infecção 24 horas após o início do tratamento com antibiótico adequado. Como medida de prevenção ou redução da transmissão e contagiosidade, é recomendável o absenteísmo escolar do doente por cerca de 24-48 horas após o início do antibiótico. Contudo, não é necessária nenhuma medida específica para as demais crianças que tiveram contato com o caso índice. Apenas deve-se orientar às famílias que levem suas crianças ao médico caso apresentem algum sintoma clínico.
Resposta: Letra D
23) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos com escarlatina. O agente etiológico e a complicação mais frequente dessa doença, são, respectivamente:
a) Estreptococo beta hemolítico do grupo A e glomerulonefrite difusa aguda.
b) Estreptococo beta hemolítico do grupo B e choque tóxico.
c) Vírus Epstein-Barr e convulsão febril.
d) Herpes vírus tipo VI e encefalite.
e) Coxsakie vírus e meningite.
Comentário: A complicação mais frequente da escarlatina é a glomerulonefrite difusa aguda e seu agente etiológico é a bactéria estreptococo beta hemolítico do grupo A.
Resposta: Letra A
24) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Menino de 4 anos com febre alta há 24 horas, acompanhada de cefaléia e vômitos. Exame físico: enantema da mucosa oral e exantema micropapular difuso, mais intenso em dobras e com palidez perioral, sem outros achados. O diagnóstico provável é de:
a) Meningite meningocócica.
b) Rubéola.
c) Síndrome de Kawasaki.
d) Faringite viral.
e) Escarlatina.
Comentário: Um quadro febril com enantema faríngeo (faringite) e um exantema eritematoso micropapular (puntiforme), exacerbado nas pregas cutâneas (linhas de Pastia) e com palidez peribucal (sinal de Filatov) só pode ser escarlatina.
Resposta: Letra E
25) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Criança de 6 anos apresentou quadro de febre há uma semana, acompanhada de dor de garganta e vermelhidão na face, tórax e membros. Agora a criança apresenta descamação lamelar no rosto, tronco e mãos. O diagnóstico provável é:
a) Eritema infeccioso.
b) Escarlatina.
c) Rubéola.
d) Exantema súbito.
e) Provável reação alérgica à medicação usada.
Comentário: Febre + dor de garganta + exantema eritematoso deixando descamação lamelar = escarlatina.
Resposta: Letra B
26) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança febril com exantema. Ao exame: hiperemia de bochechas com palidez peri-oral, língua hiperemiada com papilas proeminentes e áreas de hiperpigmentação não evanescentes nas regiões antecubitais. Os sinais descritos são característicos de:
a) Rubéola.
b) Sarampo.
c) Escarlatina.
d) Coxsackiose.
Comentário: Nunca mais esqueça os sinais de prova da escarlatina: palidez peribucal (sinal de Filatov), língua hiperemiada com papilas proeminentes (língua em framboesa), exacerbação do eritema ou hiperpigmentação não evanescente das dobras flexoras (sinal de Pastia).
Resposta: Letra C
27) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
A presença de exantema maculopapular associado à hiperemia da língua, com hipertrofia de papilas linguais, pode ser observada em crianças com:
a) Eritema infeccioso e rubéola.
b) Exantema súbito e sarampo.
c) Escarlatina e doença de Kawasaki.
d) Mononucleose e doença de Lyme.
Comentário: O enunciado descreve a famosa "língua em framboesa", típica da escarlatina, também observada na doença de Kawasaki, uma vasculite febril exantemática da criança.
Resposta: Letra C
28) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-UNIFESP
Criança do sexo masculino com 28 dias de vida é internado com febre, irritabilidade e eritema generalizado há aproximadamente 24 horas. A mãe informa que o eritema teve início ao redor dos lábios e narinas. Após 24 horas de internação, a pele começa a se desprender, com formação de bolhas flácidas, e grandes áreas erosadas começam a ser observadas, principalmente nas dobras axilares, cervicais e inguinais. O diagnóstico provável é:
a) Síndrome da pele escaldada.
b) Lúpus eritematoso neonatal.
c) Dermatite seborreica eritrodérmica.
d) Psoríase eritrodérmica.
e) Eritema tóxico neonatal.
Comentário: A descrição é a de uma história clássica de síndrome da pele escaldada estafilocócica, cuja maior incidência é encontrada nos recém-nascidos e crianças pequenas. Também chamada de doença de Ritter ou de síndrome do choque tóxico, tem por característica o início abrupto, com febre e eritema cutâneo, que se inicia na face (principalmente ao redor das narinas - foco da infecção) e rapidamente se dissemina, levando a uma dermatose esfoliativa grave, com formação de bolhas que se rompem logo abaixo da camada granulosa da epiderme.
Resposta: Letra A
29) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP
Criança de 4 anos com história de 4 dias de febre alta, apresentando 2 a 3 picos diários (38 a 39,8ºC). Encontra-se inapetente e prostrada. Ao exame observa-se erupção cutânea macular e eritematosa com características polimórficas acompanhada por congestão bilateral da conjuntiva ocular, hiperemia da mucosa oral, língua em framboesa e edema endurado nas mãos e pés. O diagnóstico provável é:
a) Sarampo.
b) Escarlatina.
c) Doença de Kawasaki.
d) Rubéola.
e) Mononucleose infecciosa.
Comentário: A doença de Kawasaki acomete principalmente crianças de 4 meses a 5 anos, se caracteriza por febre alta por no mínimo 5 dias, edema e eritema de pés e mãos, descamação periungueal, exantema polimórfico, conjuntivite bilateral bulbar não exsudativa, língua em framboesa e linfadenopatia cervical.
Resposta: Letra C
30) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Menino de 2 anos é tratado com amoxacilina devido ao diagnóstico de otite média aguda há 6 dias. A febre persiste (39ºC) e apresenta-se apático com exantema máculo-papilar no tronco, conjuntivas intensamente hiperemiadas, palmas das mãos e dedos endurecidos e edemaciados. O diagnóstico mais provável é:
a) Artrite reumatóide juvenil.
b) Sarampo.
c) Reação alérgica à amoxacilina.
d) Síndrome de Kawasaki.
e) Escarlatina.
Comentário: O paciente apresenta a maioria dos critérios para doença de Kawasaki, além de estar na faixa etária típica.
Resposta: Letra D
1) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
As vacinas abaixo são de vírus vivos atenuados, EXCETO:
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Caxumba.
d) Hepatite B.
e) Sabin.
Comentário: As vacinas vivas atenuadas são obtidas a partir de cepas naturais (selvagens) do micro-organismo que são atenuadas através de passagens em meios de cultura especiais. Produzem uma infecção mais branda e desencadeiam uma forte imunidade ao longo prazo, por toda a vida e sem a necessidade de doses de reforço. Exemplos: BCG, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela, poliomielite oral, rotavírus e varicela. A vacina contra Hepatite B contém partículas virais inativadas no formol.
Resposta: Letra D
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
Com relação as vacinas de bactérias e vírus vivos atenuados, NÃO devem ser administradas a pessoas com:
a) Desnutrição.
b) Doença neurológica estável (síndrome convulsiva controlada por exemplo) ou doença neurológica pregressa com sequela presente.
c) Imunodeficiência adquirida ou congênita.
d) Antecedente familiar de convulsão.
e) Tratamento sistêmico com corticosteroides em doses diárias não elevadas durante curto período (inferior a duas semanas) ou tratamento prolongado com doses baixas ou moderadas em dias alternados.
Comentário: A contraindicação geral à qualquer vacina é a reação anafilática a dose anterior da mesma. As vacinas de bactérias e vírus vivos atenuados não devem ser aplicadas em crianças com: 1) imunodeficiência congênita e adquirida; 2) neoplasia maligna; 3) tratamento imunossupressor com prednisona maior ou igual a 2 mg/Kg/dia para crianças e 20 mg/dia para adultos por mais de 14 dias; 4) quimioterapia e radioterapia; 5) gravidez (a vacina contra febre amarela pode). Desnutrição, prematuridade, doença febril leve, uso de corticoide em dose não imunossupressora e doença neurológica estável são falsas contraindicações à vacinação.
Resposta: Letra C
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL DAS CLÍNICAS-USP-RIBEIRÃO PRETO
Criança com 6 meses de idade foi ao posto para receber vacinas. Apresentava tosse produtiva, coriza hialina e febre baixa há 2 dias. Ao exame apresentou hiperemia da orofaringe, opacificação da membrana timpânica direita e roncos pulmonares difusos. A conduta é:
a) Adiar a vacinação.
b) Realizar a vacinação.
c) Amoxicilina e adiar a vacinação.
d) Amoxicilina e realizar a vacinação.
e) Cefalosporina e adiar a vacinação.
Comentário: A presença de uma doença respiratória aguda, mesmo que febril, não é contraindicação à imunização. O sinal que apresenta a maior especificidade para o diagnóstico de otite média aguda é o abaulamento da membrana timpânica e não a opacificação (que pode ocorrer em um resfriado comum). Trata-se de um simples resfriado e não se deve fazer uso de antibiótico.
Resposta: Letra B
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL CENTRAL DA AERONÁUTICA-HCA-RJ
Em qual das situações abaixo está contraindicado o uso de vacina com vírus vivo atenuado?
a) Lactente de 8 meses em uso de corticosteroide inalatório há um mês, devido à rinite alérgica.
b) Criança de 1 ano que fez uso de imunoglobulina há 2 semanas.
c) Lactente de 6 meses com febre baixa, coriza e tosse há 24 horas.
d) Paciente de nove meses com diagnóstico de paralisia cerebral e que apresentou uma crise convulsiva tônico-clônica com um mês de idade.
e) Criança de 2 anos pesando 6 quilos, devido à desnutrição associada.
Comentário: Nem doses inferiores a 2mg/Kg/dia, nem o uso tópico ou inalatório de corticoide contraindicam a vacinação com agentes vivos. O uso de imunoglobulina pode interferir na resposta imune às vacinas de vírus vivos aplicadas por via parenteral. Um paciente que tenha recebido imunoglobulina recentemente (nos últimos 3 meses) pode ter recebido passivamente anticorpos contra o agente presente na vacina, que então não induzirá imunidade. A vacina oral contra poliomielite e a oral contra rotavírus são exceções a esta regra.
Resposta: Letra B
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL-AMRIGS
Um recém-nascido pré-termo, com peso de nascimento de 1800 gramas, cuja mãe recebeu duas doses de corticoide na semana anterior ao parto. A conduta correta quanto à vacinação nesse momento é:
a) Vacinar somente contra hepatite B, logo após o nascimento.
b) Vacinar contra hepatite B e BCG.
c) Aguardar até a criança completar 2000g, para iniciar a administração de vacinas.
d) Aguardar até a criança completar 2000g, para iniciar a administração de vacinas e orientar que o esquema para hepatite B será de 4 doses.
e) Aguardar até a criança completar 2000g, para iniciar a administração de vacinas e orientar que o esquema para hepatite B será de 3 doses.
Comentário: As duas vacinas administradas ao nascimento são a hepatite B e a BCG. Mas existem algumas particularidades envolvendo neonatos prematuros (<37 semanas) e/ou de baixo peso (<2500g). Uma contraindicação à administração da BCG é o peso do nascimento inferior a 2000g, devido às dificuldades técnicas de realizar uma injeção subcutânea em bebês com este peso. Adia-se a vacinação com BCG até que peso supere as 2000 gramas. Em relação à vacina contra hepatite B, o esquema preconizado para prematuros com menos de 33 semanas ou menos de 2000 gramas é de 4 doses (0, 1, 2 e 6 meses).
Resposta: Letra A
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UNIRIO
Segundo o MS/Brasil, estão indicadas no Programa Nacional de Imunização, para serem administradas até os 12 primeiros meses de vida, as seguintes vacinas:
a) BCG (1 dose); Hepatite B (4 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (1 dose).
b) BCG (1 dose); Hepatite B (2 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (1 dose).
c) BCG (1 dose); Hepatite B (3 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (2 doses).
d) BCG (1 dose); Hepatite B (3 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (1 dose).
e) BCG (1 dose); Hepatite B (3 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (3 doses).
Comentário: A vacina contra febre amarela não foi incluída, pois sua recomendação é feita para regiões específicas do país e não de forma universal para todo o território nacional.
Resposta: Letra D
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
O Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (2007) recomenda que:
a) A segunda dose da vacina BCG-ID deva ser realizada na faixa etária de 6 a 10 anos, considerando que a utilização de doses adicionais aumenta a proteção contra tuberculose.
b) Os adolescentes recebam 2 doses da vacina Tríplice Viral (SCR), devidamente comprovadas no cartão de vacinação.
c) Os lactentes no primeiro e no segundo mês de vida sejam vacinados com 2 doses da vacina de rotavírus, composta de vírus inativado.
d) O esquema de aplicação da vacina Tetravalente deva ser realizado aos 2, 4 e 6 meses de vida, com apenas um reforço com a Tríplice Bacteriana aos 15 meses.
e) Todas as crianças devam receber a vacina de varicela em dose única.
Comentário: O Ministério da Saúde não recomenda mais a revacinação com BCG aos 6 anos. A vacina contra rotavírus é preconizada aos 2 e 4 meses de vida. O esquema completo da DPT é de 3 doses (2, 4 e 6 meses) e dois reforços, com 15 meses e outro com 4 a 6 anos. A vacina contra varicela não faz parte do calendário do Ministério da Saúde. Todo adolescente deve ter em seu cartão 2 doses de Tríplice Viral.
Resposta: letra B
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UNIRIO
De acordo com o calendário vacinal da criança de 2008, preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é correto afirmar que:
a) A vacina contra tuberculose (BCG) deve ser aplicada ao nascimento, e posteriormente entre seis e dez anos de idade.
b) A vacina conjugada contra o meningococo C deve ser aplicada no primeiro ano de vida.
c) Quando possível deve-se aplicar a vacina tríplice bacteriana de células inteiras, já que esta vacina é menos reatogênica que a vacina tríplice celular.
d) A vacina contra varicela deve ser aplicada aos 9 meses de vida e não existe indicação de uma segunda dose para esta vacina.
e) Após os 2 anos, todas as crianças devem receber a vacina contra influenza anualmente.
Comentário: A BCG deve ser dada em dose única ao nascimento, sem necessidade de reforço. A vacina conjugada contra o meningococo C pode ser administrada a partir de 2 meses de vida, e a SBP recomenda que seja realizada em 3 doses no primeiro ano: 3, 5 e 12 meses. Quando possível deve-se dar preferência à tríplice bacteriana acelular, por ser menos reatogênica. A vacina contra varicela deve ser aplicada a partir de 12 meses e não a partir dos nove. A SBP recomenda a vacina contra influenza aos 6 e 7 meses, e a partir de então, anualmente.
Resposta: Letra B
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
IPSEMG
Nas crianças portadoras de aids, qual vacina é formalmente contraindicada?
a) Antipólio.
b) DPT.
c) BCG.
d) Antipneumocócica.
e) Todas as opções.
Comentário: O uso de vacinas com micro-organismos vivos [VOP, MMR (SRC ou tríplice viral: sarampo, caxumba e rubéola), varicela e BCG], como regra geral, é contraindicado em crianças imunodeprimidas. DPT e antipneumocócica não são compostas por micro-organismos vivos, portanto podem ser aplicadas. A questão não afirma se a antipólio é a sabin (vírus vivo) ou a vacina inativa (VIP). Já a BCG não deve ser aplicada, pois é constituída de agentes vivos atenuados.
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Numa criança com peso de nascimento de 2.800 gramas, filho de mãe HIV positivo, o esquema vacinal indicado no primeiro mês de vida é:
a) Apenas BCG intradérmico.
b) BCG intradérmico e anti-hemofilus.
c) Hepatite B ao nascimento e BCG intradérmico após ter 300 gramas.
d) BCG intradérmico e hepatite B.
Comentário: Assim como as demais crianças, os filhos de mães HIV positivo devem receber ao nascimento a primeira dose da vacina anti-hepatite B e a BCG. Ambas as vacinas podem ser aplicadas em maiores que 2 Kg.
Resposta: Letra D
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Após receber, no período neonatal, a vacina BCG intradérmica, o lactente aos 6 meses de idade ainda não havia apresentado cicatriz vacinal. A conduta correta é:
a) Não revacinar pois se considera o lactente imunizado.
b) Revacinar o lactente sem realizar o teste tuberculínico.
c) Realizar teste tuberculínico e revacinar o lactente, caso o teste seja negativo.
d) Realizar teste tuberculínico, radiografia de tórax e revacinar o lactente caso os exames sejam negativos.
Comentário: Mais de 95% das crianças vacinadas apresentam cicatriz. Na ausência desta alteração, devemos revacinar a criança seis meses após a primeira dose (sem necessidade de realização do teste tuberculínico).
Resposta: Letra B
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Qual das seguintes vacinas não deve ser administrada a uma menina de 8 anos de idade que nunca foi imunizada previamente?
a) Vacina anti-hepatite B.
b) Vacina antitetânica.
c) Vacina tríplice bacteriana (difteria, coqueluche e tétano).
d) Vacina antipoliomielite oral.
e) Vacina antissarampo.
Comentário: A DPT (tríplice bacteriana celular) deve ser administrada a crianças de até 7 anos. A partir dessa idade não mais se recomenda o componente pertussis, e as crianças que nunca foram vacinadas deverão receber a dupla adulto (dT). A vacina dupla adulto é indicada a partir dos 7 anos para prevenção do tétano acidental e da difteria.
Resposta: Letra C
a) Corpo estranho.
b) Pólipos nasais.
c) Sinusite frontal.
d) Desvio de septo.
e) Atresia de coanas.
Comentário: Pedaços de comida, sementes, borracha, pedaços de papel, pedras, pedaços de esponjas são alguns exemplos de corpos estranhos introduzidos nas narinas por crianças, geralmente lactentes e pré-escolares. Os sintomas iniciais são: obstrução nasal unilateral, espirros, odor fétido e descarga nasal purulenta. Os principais aspectos que diferenciam esta condição do resfriado comum são a unilateralidade (obstrução e descarga) e secreção nasal fétida, além da ausência de sintomas gerais, como febre, prostração e inapetência.
Resposta: Letra A
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS-HPPMG
O agente mais frequentemente envolvido na infecção das vias aéreas superiores na infância é:
a) Pneumococo.
b) Vírus.
c) Streptococcus beta hemolítico.
d) Haemophilus.
Comentário: Crianças pequenas têm em média 6 a 7 resfriados por ano, e 10-15% têm até 12 infecções/ano. A maioria das rinossinusites é causada por vírus, na ordem a seguir: rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, adenovírus e enterovírus.
Resposta: Letra B
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
A profilaxia antimicrobiana com doses subterapêuticas de aminopenicilinas ou de sulfonamida oferece proteção variável contra as recorrências em crianças com episódios frequentes de otite média aguda. No entanto, devido ao aparecimento de resistência bacteriana podemos considerar que a medida só deve ser adotada para as crianças que:
a) Frequentam creche e geralmente convivem com muitas crianças colonizadas pelo S. pneumoniae.
b) Ficam em casa e geralmente convivem com muitas crianças.
c) Frequentam creche e geralmente convivem com poucas crianças colonizadas pelo S. pneumoniae.
d) Ficam em casa e geralmente convivem com poucas crianças.
Comentário: A antibioticoprofilaxia para otite média aguda recorrente é uma opção de prevenção apenas para crianças cuidadas em casa, e que convivem com poucas crianças. Tal recomendação justifica-se pelo fato do uso de antibióticos de forma crônica selecionar as cepas resistentes, permitindo que as mesmas substituam as sensíveis na nasofaringe de um grupo grande de crianças portadoras do pneumococo.
Resposta: Letra D
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-PERNAMBUCO
Paciente com 8 meses com história de febre baixa, tosse e coriza, há 48 horas. Ao exame físico foi observada discreta hiperemia de membrana timpânica à direita e frequência respiratória de 41 ipm, sendo observada discreta sibilância na ausculta respiratória. Foi prescrito amoxacilina na dose de 90mg/Kg/dia, tendo sido justificado pelo médico que o paciente estaria com otite média aguda à direita e pneumonia. Sobre este atendimento, assinale a alternativa correta:
a) Pelas normas do Ministério da Saúde/OMS, realmente o paciente apresenta o diagnóstico de pneumonia, entretanto a dose de amoxacilina deveria ter sido de 50mg/Kg/dia.
b) Apesar de o diagnóstico de pneumonia não estar correto, como a resistência bacteriana ao pneumococo está crescendo no Brasil, foi correto o uso de amoxacilina já que o paciente apresentava clínica de otite média aguda bacteriana.
c) O único erro observado no caso é que a discreta hiperemia de membrana timpânica à direita não permite o diagnóstico de OMA, já que qualquer resfriado comum pode cursar com hiperemia de MT.
d) Apesar de a frequência respiratória estar aumentada para a idade, o que pelas normas do MS/OMS permite o diagnóstico de pneumonia, a presença de espasticidade implicaria a necessidade de nebulização com beta 2 e depois reclassificação da FR.
e) O quadro clínico poderia ser compatível com bronquiolite viral aguda.
Comentário: Um lactente de 8 meses com febre, tosse, coriza hialina e sibilância apresenta como diagnóstico provável bronquiolite aguda viral.
A hiperemia de membrana timpânica não caracteriza a presença de otite média aguda, pois pode estar presente nas infecções virais e choro. Para definir este diagnóstico seriam necessários achados como: opacidade, abaulamento, nível líquido, dor intensa e otorréia purulenta. Além disso, uma frequência respiratória de 41 aos 8 meses não define pneumonia, diagnóstico que requer uma contagem igual ou superior a 50 ipm. Logo, o uso do antibiótico foi completamente inadequado, pois não existe nem OMA e nem pneumonia.
Resposta: Letra E
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-RJ
Menina de 2 anos com febre alta (>39ºC), otalgia e otorreia purulenta em ouvido direito. Em uso de amoxicilina há 48 horas, houve piora do quadro com aparecimento de hiperemia e dor na região retroauricular. A conduta adequada neste caso será:
a) Iniciar antibioticoterapia intravenosa.
b) Manter a amoxicilina oral e aumentar a dose.
c) Manter a amoxicilina oral e indicar miringotomia.
d) Trocar para cefuroxima ou amoxicilina-clavulanato oral.
Comentário: Os sinais de febre + otalgia + otorreia definem o diagnóstico de otite média aguda supurada. Mesmo na vigência de tratamento com antibiótico adequado houve piora dos sinais inflamatórios em 48 horas, com extensão do processo infeccioso para região retroauricular. A presença de dor e eritema retroauriculares caracterizam a mastoidite, uma complicação da OMA. Na presença de mastoidite o Ministério da Saúde recomenda que a criança seja referida a um hospital para tratamento com antibiótico venoso. A escolha do antibiótico deve contemplar os principais agentes bacterianos envolvidos, que são no pneumococo, hemófilos não tipável e pseudomonas.
Resposta: Letra A
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
CENTRO DE READAPTAÇÃO DR. HENRIQUE SANTILLO-CRER
A droga indicada para o tratamento inicial da otite média aguda que ocorre em lactentes é:
a) Penicilina.
b) Eritromicina.
c) Amoxacilina.
d) Oxacilina.
e) Cefalexina.
Comentário: A escolha do antimicrobiano para tratamento da OMA em crianças deve contemplar os agentes etiológicos mais comumente envolvidos (pneumococo, hemófilos não-tipável e moraxela, nesta ordem), sendo a droga de escolha a amoxacilina (40-50mg/Kg/dia) com o tratamento recomendado por 10 a 14 dias.
Em crianças menores de 2 anos, ou que convivem em creches, que tenham feito uso de antibiótico nos últimos três meses, que tenham história de OMA de repetição ou que possuam alguma doença imunossupressora, recomenda-se o uso de amoxacilina em dose dobrada.
Crianças alérgicas à penicilina deverão receber macrolídeos de nova geração como a claritromicina ou a azitromicina.
Resposta: Letra C
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UNIRIO
Pré-escolar de 2 anos é levado ao pronto-socorro com otalgia, febre não aferida, irritabilidade e mal-estar. Ao exame apresenta regular estado geral; eupneico; hidratado; membrana timpânica com opacidade e perda do movimento. A conduta adequada é prescrever por via oral:
a) Descongestionante.
b) Corticosteroide.
c) Anti-inflamatório.
d) Amoxicilina.
e) Amoxicilina-clavulanato.
Comentário: A presença de dor no ouvido, presença de pus no conduto e otoscopia anormal (tímpano vermelho, ou imóvel, ou opaco) deve classificar a criança como tendo otite média aguda. A conduta é antibiótico via oral (amoxicilina 50mg/Kg/dia de 8/8h), tratar a febre e a dor e reavaliar em 48-72 horas ou antes se houver piora.
Resposta: Letra D
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP
Criança de 3 anos apresenta febre, diminuição do apetite e choro constante há 48 horas. Ao exame apresenta temperatura axilar de 38,7ºC, discreta hiperemia da orofaringe, rinorreia hialina por ambas as fossas nasais e otoscopia esquerda com hiperemia e abaulamento importante da membrana timpânica sendo normal a otoscopia direita. Prescreve-se amoxacilina por via oral por 10 dias e medicação para dor e febre. Após 48 horas de uso adequado da medicação a criança apresenta piora da dor e manutenção da febre (39,2ºC). Ao exame clínico persiste o abaulamento da membrana timpânica esquerda. Neste momento a conduta é:
a) Solicitar tomografia computadorizada de ossos temporais e indicar mastoidectomia.
b) Internar para uso de cefalosporina de 3ª geração por via endovenosa.
c) Solicitar tomografia computadorizada de ossos temporais, suspender a amoxacilina e introduzir cefalexina.
d) Indicar paracentese da membrana timpânica esquerda.
e) Associar o ácido clavulânico à amoxacilina e realizar paracentese da membrana timpânica esquerda.
Comentário: Criança de 3 anos febril, irritada e com hiperemia e abaulamento da membrana timpânica é otite média aguda. O fator precipitante foi o resfriado comum que ela teve. A conduta inicial foi correta, entretanto, estamos diante de uma típica falha terapêutica por resistência microbiana. As hipóteses são: (1) pneumococo resistente à penicilina, (2) hemófilo ou moraxela produtores de beta-lactamase. A troca para a associação amoxicilina-clavulanato (Clavulin) é uma ótima opção, utilizando-se uma dose dobrada de amoxicilina para cobrir o pneumococo resistente. A timpanocentese não é obrigatória neste caso, mas a única opção possível é a última.
Resposta: Letra E
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Menino de 2 anos com sintomas gripais há alguns dias e, há 36 horas com dor de ouvido, febre, irritabilidade e choro fácil. Ao exame apresenta obstrução nasal e otoscopia com perda de brilho bilateral, aumento de vascularização e abaulamento à esquerda. A conduta mais apropriada é:
a) Colher hemograma e de acordo com o resultado indicar antibioticoterapia.
b) Prescrever diclofenaco e reavaliar após 24 horas.
c) Prescrever acetaminofeno, soro fisiológico nasal e amoxicilina.
d) Prescrever diclofenaco, soro fisiológico nasal e amoxicilina.
e) Prescrever solução otológica contendo antibiótico e anestésico e soro fisiológico nasal.
Comentário: Como tratar uma criança com um quadro clássico de otite média aguda: antitérmico-analgésico, soro fisiológico nasal, hidratação oral e amoxicilina oral. Acetaminofeno é também conhecido como paracetamol.
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE-DF
Menino de 7 anos apresenta tosse que piora ao deitar, secreção nasal purulenta e febre. O diagnóstico e tratamento são respectivamente:
a) Traqueobronquite e amoxacilina.
b) Rinofaringite aguda, hidratação e antitérmico.
c) Sinusite aguda e amoxacilina.
d) broncopneumonia e penicilina.
e) Asma tussígena, corticoide inalatório.
Comentário: O diagnóstico de sinusite se impõe diante da presença de tosse com duração superior a 14 dias, que piora à noite ao deitar (pois com a posição supina, a secreção dos seios maxilares e etmoidais drena para os meatos e cornetos nasais, de modo a gotejar e irritar a faringe posterior, intensificando a tosse), com secreção nasal espessa e febre. Os guidelines da Academia Americana de Pediatria recomendam o tratamento antimicrobiano da sinusite bacteriana aguda para resolução dos sintomas e prevenção de complicações supurativas, embora 50% a 60% das sinusites bacterianas se recuperem sem antibióticos. O tratamento inicial é feito com amoxicilina (45mg/Kg/dia).
Resposta: Letra C
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
A manifestação clínica mais comum da sinusite aguda na infância é:
a) Edema facial.
b) Febre baixa.
c) Mialgia.
d) Conjuntivite.
e) Tosse.
Comentário: A tosse é o principal sintoma da sinusite aguda em crianças. Diferentemente da tosse do resfriado comum e da gripe, que aparece principalmente à noite, a tosse da sinusite é intensa e frequente mesmo durante o dia, agravando-se ainda mais à noite. O motivo é a acentuada descarga de secreção nasal, que acaba gotejando posteriormente na hipofaringe (rica em receptores de tosse).
Resposta: Letra E
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA-UNB
Um escolar apresenta, há 2 dias, febre moderada, odinofagia e volumoso aumento dos gânglios submandibulares e cervicais, que se apresentam dolorosos e quentes. Ao exame da orofaringe, foram observadas hipertrofia e secreção purulenta em amigdalas e secreção pultácea em orofaringe. Nessa situação, o agente etiológico mais provável é o Streptococcus pyogenes, e a criança deve ser tratada com um antibiótico à base de penicilina.
a) Certo.
b) Errado.
Comentário: O grande desafio diante das faringoamigdalites agudas da infância é distinguir entre a etiologia bacteriana e viral, pois deste passo depende a decisão ou não de iniciar antibiótico. Achados clínicos como, início abrupto de febre alta (acima de 38,3ºC), na faixa escolar, com exsudato ou pus em amigdalas, petéquias em palato e linfadenomegalia cervical são mais sugestivas de etiologia bacteriana, e dentre as bactérias causadoras a mais importante é o Streptococcus pyogenes. Alguns estudos nacionais revelam que a incidência dessa bactéria nas crianças com faringotonsilites agudas varia em torno de 40-50%. O restante dos casos (50%) são de etiologia viral, dentre os quais se destacam: adenovírus, rinovírus, coxsackie vírus, influenza, parainfluenza, vírus sincicial respiratório e Epstein-Barr vírus. Nas faringotonsilites virais, sintomas de coriza, obstrução nasal, espirros, hiperemia conjuntival, lacrimejamento e diarréia são mais frequentemente observados. O Epstein-Barr vírus pode levar à síndrome da mononucleose infecciosa, doença caracterizada por febre alta, amigdalite purulenta, linfadenomegalia cervical, edema palpebral, esplenomegalia (50%), hepatomegalia (10%) e rash após o uso de amoxicilina/ampicilina. A assertiva está correta pois ficamos com a hipótese da etiologia bacteriana devido a sua maior incidência e ausência de sinais que nos façam tender ao diagnóstico de mononucleose infecciosa (aumento do baço, fígado e mialgias importantes), indicando o tratamento com antibiótico a base de penicilina.
Resposta: Letra A
13) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESP
Pré-escolar apresenta-se com febre alta, odinofagia, vômitos, adenomegalia cervical dolorosa unilateral e exsudato purulento sobre as amígdalas. Seu hemograma revela 15.000 leucócitos com 72% de segmentados. Não há possibilidade de fazer exame microbiológico. O melhor tratamento para essa condição é:
a) Azitromicina.
b) Cloranfenicol.
c) Sulfametoxazol-trimetoprim.
d) Penicilina benzatina.
e) Lincomicina.
Comentário: Perceba que existem vários dados que se encaixam numa faringoamigdalite estreptocócica: febre alta, odinofagia (dor de garganta ao deglutir), adenomegalia cervical dolorosa, amigdalite exsudativa, leucocitose neutrofílica. Apenas a idade fala um pouco contra: a doença predomina em escolares e adolescentes. A droga de escolha para a faringoamigdalite é a penicilina.
Resposta: Letra D
14) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
CENTRO MÉDICO CAMPINAS-CMC
Lactente de três meses é atendido com história de estridor inspiratório desde o nascimento. Vem apresentando piora progressiva do estridor e dificuldade de alimentação. Ao exame se apresenta afebril, dispneico com retração esternal. O diagnóstico mais provável é:
a) Epiglotite.
b) Anel vascular.
c) Laringomalácia.
d) Refluxo gastroesofágico.
e) Laringotraqueobronquite.
Comentário: O anel vascular é um termo usado para designar malformações congênitas do desenvolvimento do arco aórtico e seus ramos principais. Este anel vascular circunda a traquéia e esôfago, provocando sintomas variáveis de compressão nessas estruturas. Neste paciente parece haver comprometimento da perviedade das vias aéreas inferiores e disfagia, quadro clínico característico desta anomalia.
A laringomalácia se caracteriza pelo estridor inspiratório que se exacerba com o choro e agitação, na posição supina e com infecções virais de vias aéreas superiores. A laringomalácia não cursa com sintomas de obstrução do sistema digestivo. A conduta é expectante, pois a maioria dos casos se resolve espontaneamente.
No quadro clínico do refluxo gastroesofágico não podem faltar sintomas como regurgitações e vômitos.
As hipóteses de epiglotite e laringotraqueobronquite estão descartadas devido à presença de manifestações desde o nascimento e ausência de outros sintomas sugestivos de IVAS (obstrução nasal, coriza, tosse).
Resposta: Letra B
15) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
CENTRO DE READAPTAÇÃO HENRIQUE SANTILLO-CRER
Criança de 18 meses de vida apresenta, durante o curso de uma infecção respiratória aguda, rouquidão, tosse seca, estridor inspiratório quando a criança fica agitada e febre baixa. Neste caso deve-se instituir como forma de conduta terapêutica:
a) Nebulização com beta 2 agonista.
b) Vaporização quente.
c) Antibioticoterapia.
d) Intubação orotraqueal.
e) Traqueostomia.
Comentário: Um lactente com quadro de febre, tosse, rouquidão e estridor respiratório apresenta uma síndrome de crupe ou laringite. O edema e inflamação da laringe e tecidos adjacentes promovem um estreitamento da luz da via aérea, alteração responsável pelos sintomas do paciente. O tratamento da laringite é feito com vapor quente ou frio (medida sem benefício comprovado cientificamente) e nebulização com epinefrina racêmica.
Resposta: B
16) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Menina de 2 anos e meio com súbito desenvolvimento de dispneia ruidosa à inspiração, marcantes retrações torácicas, batimento de asas de nariz e uma tosse rouca. Ela apresenta um quadro de resfriado leve há 2 dias. O diagnóstico mais provável é:
a) Crise aguda de asma.
b) Epiglotite.
c) Bronquiolite.
d) Crupe viral.
e) Corpo estranho no brônquio principal direito.
Comentário: O diagnóstico é feito quando temos uma criança pequena com história recente de resfriado, evoluindo dias depois com a tríade rouquidão + tosse metálica + estridor (síndrome do Crupe). O crupe é a forma mais comum de obstrução aguda das vias aéreas superiores, geralmente de origem viral. À medida que a obstrução aumenta acontece o batimento das asas do nariz e retrações supra, sub e intercostais.
Uma crise de asma se manifesta tipicamente com sibilância, ruído ins ou expiratório agudo audível com estetoscópio.
A bronquiolite é também uma doença que conjuga sibilância com dispnéia, mas afeta principalmente as crianças abaixo de 1 ano.
A epiglotite é marcada pela intensidade progressiva da dispnéia e estridor, com aparência toxêmica e muita sialorreia.
Resposta: Letra D
17) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS-UNIFESO
Todas as manifestações a seguir podem estar presentes na laringite aguda, exceto:
a) Febre.
b) Radiografia de tórax com sinais de hiperinsuflação.
c) Cornagem.
d) Infecção pelo vírus parainfluenza.
e) Idade entre 1 e 3 anos.
Comentário: A laringite aguda viral cursa com febre, rouquidão e estridor respiratório. A idade principal de acometimento é de 3 meses a 5 anos e 75% dos casos são provocados pelo vírus parainfluenza. Na radiografia de tórax da laringite poderemos ver o sinal da torre, caracterizado pelo estreitamento da coluna aérea pelo tecido laríngeo inflamado.
A radiografia de tórax com hiperinsuflação pulmonar é característica da bronquiolite, uma síndrome de vias aéreas inferiores.
Resposta: Letra B
18) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL-HRMS
Pré-escolar de 3 anos com história de febre alta há 36 horas, toxemia, sialorréia, estridor e dispneia progressiva. Além da internação hospitalar, está indicada a realização de:
a) Drenagem torácica.
b) Radiografia de tórax.
c) Radiografia lateral de pescoço.
d) Permeabilização de vias aéreas.
e) Nebulização com adrenalina.
Comentário: A presença de estridor (marca da obstrução respiratória alta), sialorreia e toxemia é muito sugestiva de epiglotite. Confirmada a epiglotite, é fundamental a internação do paciente em UTI pediátrica. Independente do grau de dificuldade respiratória está indicada a intubação traqueal (preferencialmente) ou traqueostomia. Em geral, as crianças com epiglotite aguda permanecem intubadas por 2 a 3 dias. Como a maioria dos pacientes tem bacteremia, deve-se instituir antibioticoterapia parenteral, sendo mais utilizados a ceftriaxona, a cefotaxima, a ampicilina-sulbactam ou a amoxicilina-clavulanato.
Resposta: Letra D
19) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 4 anos apresenta quadro de febre e queda do estado geral, de início súbito e em seguida manifestou sialorreia, disfagia e dispneia com leve estridor inspiratório. Pode-se afirmar que o diagnóstico mais provável e a conduta são, respectivamente:
a) Laringite estridulosa - coricoesteroides, anti-histamínico e umidificação.
b) Laringite aguda viral - anti-inflamatório e inalações com soro fisiológico.
c) Epiglotite - antibioticoterapia específica para Haemophilus Influenzae.
d) Laringotraqueobronquite membranosa - antibioticoterapia parenteral com cobertura para S.Aureus e H.Influenzae.
e) Rinofaringite bacteriana - amoxicilina associada a anti-inflamatório hormonal ou não hormonal.
Comentário: Temos uma criança menor de 5 anos com quadro súbito de febre e queda do estado geral, além disso, há estridor, disfagia e sialorreia sugerindo quadro de epiglotite aguda. Existem duas entidades que causam estridor: crupe (laringotraqueíte) ou epiglotite. O crupe é uma virose benigna, precedida sempre de sintomas de resfriado e não cursa com disfagia ou sialorreia. O agente clássico da epiglotite é o Haemophilus Influenzae tipo B. Com a vacinação em massa contra esse agente, a incidência de epiglotite vem caído bastante em nosso meio.
Resposta: Letra C
20) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Criança de 3 anos, com coriza e febre baixa há 3 dias evolui com tosse rouca, estridor inspiratório, retrações supraesternais, intercostais e subcostais. Sem sialorreia ou disfagia. O diagnóstico mais provável é:
a) Epiglotite aguda.
b) Laringotraqueobronquite viral.
c) Abscesso retrofaríngeo.
d) Crupe espasmódico.
Comentário: Este é um quadro clássico de laringotraqueobronquite, com sintomas de resfriado há 3 dias evoluindo para estridor inspiratório e retrações subcostais. A ausência de sialorreia e disfagia afastam epiglotite. Crupe espasmódico é o mesmo que laringite estridulosa que se caracteriza por um episódio abrupto (geralmente noturno) de laringite com estridor, mas que melhora após algumas horas.
Resposta: Letra B
21) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL-UFMS
Paciente de 5 meses com coriza, febre baixa, tosse e chiado no peito há 2 dias. Ao exame apresenta: FC: 145 bpm; FR: 68 ipm; SpO2: 92%; Tax: 37,3ºC. Lactente, irritado com obstrução nasal, coriza hialina, apresentando movimentação da cabeça durante os movimentos respiratórios. Tórax com tiragem intercostal e subcostal. Sibilos difusos bilaterais. Quais os diagnósticos e o tratamento mais indicados para o caso?
a) Insuficiência respiratória, bronquiolite, oxigênio.
b) Bronquiolite, pneumonia, beta 2 agonista.
c) Insuficiência respiratória, infecção de vias aéreas superiores, adrenalina 1:1000.
d) Pneumonia, hiperreatividade brônquica, hidrocortisona.
e) Insuficiência respiratória, bronquiolite, dexametasona.
Comentário: Um lactente de 5 meses com taquipnéia + dispneia (tiragem intercostal e subcostal) + hipoxemia (SaO2 em ar ambiente < 94%) possui como diagnóstico sindrômico insuficiência respiratória hipoxêmica. A presença de taquidispneia + febre + sibilos nos localiza uma síndrome infecciosa de vias aéreas inferiores. A presença de febre baixa e sintomas proeminentes de IVAS (coriza hialina e obstrução nasal) nos sugere etiologia viral. Além disso, na pneumonia bacteriana, a sibilância e o chiado não são achados semiológicos tão proeminentes, a febre é mais alta, pode haver toxemia (distúrbio de perfusão, enchimento capilar lentificado, pulsos finos, vômitos, letargia). Por isso, nossa principal hipótese diagnóstica é a bronquiolite viral, cujo tratamento é de suporte, ou seja, oxigênio suplementar (principal medida), hidratação venosa e antitérmicos.
Resposta: Letra A
22) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS-UCPEL
O principal agente de Bronquiolite Viral Aguda na infância é o VSR (Vírus Sincicial Respiratório), que tem as seguintes características, EXCETO que:
a) A infecção não causa imunidade completa.
b) Virtualmente 100% das crianças são infectadas até os 2 anos de idade.
c) Acomete principalmente menores de 1 ano.
d) É mais severa nos primeiros 6 meses de vida.
e) Tem como principais manifestações: febre alta, gemência e toxemia.
Comentário: A bronquiolite é uma doença infecciosa, de etiologia predominantemente viral, mais incidente em lactentes menores de 24 meses (principalmente os menores de 6 meses), que resulta na obstrução inflamatória das pequenas vias aéreas inferiores (bronquíolos). Aos 2 anos, quase todas as crianças já foram infectadas. A doença é mais grave entre o primeiro e terceiro mês de vida. O vírus sincicial respiratório é responsável por cerca de 50% dos casos. Dentre os outros agentes, destacam-se o parainfluenza tipos 1 e 3, o influenza, o adenovírus 7 e 21 e o mycoplasma pneumoniae. Geralmente há espirros, rinorreia, dispneia e irritabilidade. Toxemia (ou seja, sinais de choque, como palidez, enchimento capilar periférico lentificado, pulsos finos, letargia) e febre alta não são achados clínicos compatíveis com bronquiolite viral por VSR.
Resposta: Letra E
23) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
HOSPITAL AMARAL CARVALHO-HAC
São doenças causadas por enterovírus, EXCETO:
a) Poliomielite.
b) Meningite viral aguda.
c) Diarreia viral aguda.
d) Faringite.
e) Bronquiolite viral aguda.
Comentário: A bronquiolite é causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (50%), dentre os outros agentes, destacam-se o parainfluenza 1 e 3, o influenza, o adenovírus 7 e 21 e ocasionalmente o mycoplasma. Enterovírus não são causadores de bronquiolite.
Os enterovírus incluem os seguintes subgrupos: poliovírus 1, 2 e 3, Coxsackie A e B e echovírus. Os poliovírus produzem doença medular paralítica. Os humanos são os únicos reservatórios dos enterovírus. A transmissão se dá por via fecal-oral, respiratória, vertical (pré-natal e periparto) e através de fômites.
Resposta: Letra E
24) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-FMUSP
Lactente de 4 meses com história de febre, tosse e falta de ar há 2 dias com piora progressiva. Ao exame apresenta regular estado geral, FR: 80 ipm, tiragem intercostal e subdiafragmática, com discreta cianose perioral. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular presente e simétrico bilateralmente, expiração prolongada, sibilos expiratórios difusos e estertores grossos em ambos os hemitórax. A conduta imediata para este lactente é:
a) Solicitar RX de tórax.
b) Prescrever oxigenoterapia.
c) Prescrever inalação com adrenalina.
d) Prescrever inalação com beta-2 adrenérgico.
e) Solicitar broncoscopia.
Comentário: Estamos frente a um quadro de bronquiolite. Um lactente com sibilos e febre, a princípio é portador de bronquiolite. O agente causal é o vírus sincicial respiratório e o tratamento em criança sem doença crônica e que não se encontra imunossuprimida é de suporte. Sendo assim, recomendamos a administração imediata de oxigênio, uma vez que a criança apresenta esforço respiratório e está cianótica.
Resposta: Letra B
Radiografia de Tórax de uma criança com bronquiolite demonstrando hiperinsuflação
25) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 4 meses, em aleitamento materno exclusivo, apresenta coriza, tosse e cansaço há 3 dias. Mama com dificuldade e interrompe a mamada várias vezes. Apresentou piora progressiva do cansaço e tosse intensa há 1 dia. Ao exame apresenta-se em regular estado geral, hidratada, taquidispneica, taquicárdica, afebril, com tiragem subcostal, supraesternal, sibilos generalizados, fígado palpável a 3 cm do RCD e baço a 2 cm do RCE. O diagnóstico mais provável é:
a) Bronquiolite e a conduta é internação, oxigenoterapia e corticoterapia IV.
b) Bronquiolite e a conduta é internação, oxigenoterapia e hidratação.
c) Bronquiolite grave, com insuficiência cardíaca secundária à falência respiratória, e a conduta é internação, oxigenação, beta 2 agonista via inalatória contínua e restrição hídrica.
d) Broncopneumonia e a conduta é internação, inalação com beta 2 agonista, brometo de ipatrópio e o uso intravenoso de penicilina.
e) Crise asmática com infecção bacteriana secundária, a conduta é inalação com beta 2 agonista, até a estabilidade respiratória e prescrição de antibiótico e corticoide para uso domiciliar.
Comentário: Esforço respiratório e sibilos em um lactente devem nos fazer pensar em bronquiolite. O fígado e baço palpáveis se devem provavelmente à hiperinsuflação pulmonar que rebaixa esses órgãos. A criança deve ser internada e o tratamento é de suporte com hidratação e oxigenoterapia.
Resposta: Letra B
26) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP-RIBEIRÃO PRETO
Lactente com 3 meses de idade apresenta primeiro episódio de sibilância após infecção de vias aéreas superiores. O diagnóstico e a conduta indicada são:
a) Aspiração de corpo estranho, fazer broncoscopia.
b) Asma brônquica, fazer nebulização com drogas simpatomiméticas.
c) Bronquiolite, fazer pesquisa de vírus em secreção de nasofaringe.
d) Pneumonia, fazer radiografia de tórax.
e) Refluxo gastroesofágico, fazer estudo radiológico com bário.
Comentário: Em lactentes com sibilos devemos considerar o diagnóstico de bronquiolite. Alguns métodos laboratoriais, como a imunofluorescência direta de secreções da nasofaringe, podem ser usados para o isolamento do vírus sincicial respiratório, o principal agente implicado.
Resposta: Letra C
27) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-UFF
Lactente de 9 meses com história de febre, tosse e dificuldade respiratória há 72 horas. De acordo com as Normas Nacionais de Controle de Infecções Respiratórias Agudas, os sinais que encontramos ao exame físico que permitem indicar o tratamento ambulatorial com amoxicilina são:
a) Frequência respiratória de 56 irpm.
b) Frequência respiratória de 40 irpm.
c) Frequência respiratória de 40 irpm e tiragem subcostal.
d) Frequência cardíaca de 80 bpm e gemência.
e) Temperatura axilar de 39ºC e tiragem subcostal.
Comentário: Diante de um lactente de 9 meses com sintomas de tosse + febre + dificuldade para respirar, os diagnósticos diferenciais que se impõe são: "não é pneumonia (tratamento com antitérmico)", "é pneumonia (tratamento com antibiótico em casa)" e "pneumonia grave (tratamento com antibiótico venoso em regime de internação hospitalar). Se a frequência respiratória for igual ou maior que 50 irpm, temos o diagnóstico de pneumonia. Se além da taquipneia houver tiragem subcostal, estridor ou vômitos frequentes, cianose ou letargia fazemos o diagnóstico de pneumonia grave. Logo, o que define um quadro de pneumonia cuja conduta é o tratamento ambulatorial com amoxicilina oral é FR igual ou maior que 50 irpm em crianças de 2 a 12 meses.
Resposta: Letra A
28) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
CENTRO DE REABILITAÇÃO HENRIQUE SANTILLO-CRER
Criança de 6 anos apresentando febre alta, dor torácica, dispneia, tosse seca. A radiografia de tórax mostra uma condensação pneumônica no hemitórax direito com discreto derrame pleural. O agente etiológico mais provável é:
a) Haemophylus influenzae.
b) Mycoplasma pneumoniae.
c) Staphylococcus aureus.
d) Streptococcus pneumoniae.
e) Streptococcus pyogenes.
Comentário: No Brasil os principais causadores de pneumonia são: S. pneumoniae (23,5%), H. influenzae (15,6%), bacilos gram negativos (9,8%) e S. aureus (1%). Em relação ao derrame pleural, o pneumococo também continua a ser a principal causa seguida do S. aureus.
Resposta: Letra D
29) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS-UCPEL
Ao considerar o agente etiológico mais comum em nosso meio para os quadros de pneumonia aguda da faixa etária pediátrica, qual a primeira escolha antimicrobiana para tratamento ambulatorial?
a) Amoxicilina.
b) Cefaclor.
c) Cloranfenicol.
d) Gentamicina.
e) Claritromicina.
Comentário: O principal agente causador das pneumonias bacterianas comunitárias com e sem derrame pleural em todas as faixas etárias (exceção do período neonatal) é o Streptococcus pneumoniae. Apesar da crescente resistência bacteriana aos agentes beta-lactâmicos, no Brasil ainda é preconizado o uso de penicilina cristalina para as pneumonias com necessidade de internação e amoxicilina ou penicilina procaína para as pneumonias não graves de regime terapêutico ambulatorial.
Resposta: Letra A
30) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
SECRETARIA DO ESTADO DO DISTRITO FEDERAL
Criança de 5 anos com história de febre há 3 dias, tosse e cansaço. Ao exame apresenta-se dispneico, em regular estado geral, com broncofonia à direita. O RX de tórax mostra condensação de aspecto redondo à direita, hemograma com leucócitos com 70% de neutrófilos. A hipótese diagnóstica mais provável é de:
a) Tuberculose.
b) Pneumonia por estafilococo.
c) Bronquiolite.
d) Corpo estranho.
e) Pneumonia por pneumococo.
Comentário: Apesar de não haver elevação da frequência respiratória, a presença de esforço respiratório, a história de febre e tosse, e as alterações na ausculta e no hemograma (desvio para esquerda), são suficientes para o diagnóstico de pneumonia, sendo o pneumococo o agente mais frequente nessa faixa etária. Como o estado geral está preservado, pneumonia por estafilococo é menos provável. Bronquiolite não é comum nessa faixa etária e a ausência de história epidemiológica para tuberculose fala contra esse diagnóstico.
Resposta: Letra E
31) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER-INCA
Criança de 18 meses apresentou há 48 horas febre de 38ºC, tosse irritativa, FR:40 irpm e ausculta pulmonar com muitos roncos. Hoje está apresentando febre alta (até 39,5ºC), tosse produtiva, FR: 65 irpm e ausculta pulmonar com estertores subcrepitantes esparsos. De acordo com o Manual de Assistência das infecções respiratórias Agudas do Ministério da Saúde, o dado de valor prognóstico na evolução deste caso é:
a) A elevação da temperatura.
b) A modificação no padrão da tosse.
c) O aumento da frequência respiratória.
d) A mudança na ausculta pulmonar.
e) A idade da criança.
Comentário: Diante de uma criança menor de 5 anos com um quadro de infecção respiratória aguda, o primeiro parâmetro a se procurar é "quanto está sua frequência respiratória?". A presença de taquipneia é o dado de maior acurácia para identificar os casos de pneumonia. Frequência respiratória maior ou igual a 60 irpm em menores de 2 meses, maior ou igual a 50 irpm em crianças de 2 a 12 meses e maior ou igual a 40 irpm em crianças de 1 a 5 anos é considerada taquipneia.
Resposta: Letra C
32) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE-HCPA
Escolar de 7 anos com queixas de irritação na garganta, febre moderada e tosse seca há 3 dias. Ao exame encontra-se em regular estado geral, com sibilos esparsos e crepitação bilateral em região anterior do hemitórax esquerdo. O RX de tórax evidenciou broncopneumonia com padrão intersticial. Qual a opção mais adequada em relação ao manejo antimicrobiano?
a) Não prescrever antimicrobiano.
b) Prescrever quinolona.
c) Prescrever macrolídeo.
d) Prescrever penicilina.
e) Prescrever tetraciclina.
Comentários: A presença de febre moderada + tosse seca + irritação da garganta sugerem uma síndrome de vias aéreas superiores (VAS), do tipo faringite viral. O paciente evolui com crepitações pulmonares e infiltrado intersticial na radiografia de tórax, revelando também comprometimento das vias aéreas inferiores (VAI). Uma doença que associa muito tipicamente sinais e sintomas de VAS e VAI é a pneumonia atípica, frequente na faixa etária de escolares e adolescentes. A pneumonia bacteriana também pode se iniciar com sintomas altos, mas de forma distinta cursa com comprometimento maior do estado geral, taquidispneia e febre alta. Os agentes etiológicos mais envolvidos na pneumonia atípica são: Mycoplasma pneumoniae, adenovírus e Chlamydia pneumoniae. O tratamento é feito com antibióticos macrolídeos: eritromicina, claritromicina e azitromicina.
Resposta: Letra C
33) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Menina de 14 anos apresenta febre baixa e tosse seca há 3 semanas. Seu RX de tórax evidencia uma pneumonia intersticial. O diagnóstico mais provável é:
a) Pneumonia viral.
b) Pneumonia por Mycobacterium tuberculosis.
c) Pneumonia por Mycoplasma.
d) Pneumonia aspirativa.
e) Pneumonia por Chlamydia.
Comentário: A marca das pneumonias atípicas é a longa duração da tosse, febre baixa e a presença radiológica de um infiltrado pulmonar intersticial. Além disso, sabemos que as pneumonias atípicas são mais frequentes na faixa etária de escolares e adolescentes. A solicitação de crioaglutininas (IgM) no plasma com titulação a partir de 1:32 já sugerem o diagnóstico. Os agentes mais comuns são: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae. O tratamento é feito com macrolídeos: eritromicina, claritromicina e azitromicina.
Resposta: Letra C
34) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ-AMP
Qual das alternativas abaixo apresenta melhor sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo no diagnóstico de pneumonia em crianças?
a) Aumento da frequência respiratória.
b) Presença de crepitantes na ausculta.
c) Presença de tosse.
d) Presença de hipertermia.
e) RX de tórax com consolidação.
Comentário: Quando as crianças desenvolvem pneumonia os pulmões ficam rígidos. Uma das respostas do organismo aos pulmões rígidos e a hipóxia é a respiração rápida. Caso a pneumonia se agrave, os pulmões tornam-se ainda mais rígidos. Pode ocorrer tiragem subcostal, que é o sinal mais importante para o diagnóstico de pneumonia grave.
Resposta: Letra A
35) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL-AMRIGS
Das alternativas abaixo, qual definiria uma pneumonia grave em um lactente de 6 meses?
a) FR = 40 e presença de febre.
b) FR = 45 e presença de toxemia.
c) FR = 55 e presença de tiragem intercostal.
d) FR = 60 e presença de estertores crepitantes.
e) FR = 50 e redução do murmúrio vesicular.
Comentário: Em crianças com idade maior ou igual a 2 meses e menores de 1 ano a definição de pneumonia grave é: FR maior ou igual a 50 irpm e tiragem intercostal.
Letra: C
36) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Um bebê de 45 dias, sem fatores de risco prévios, apresenta-se em um hospital com quadro de pneumonia aguda. Considerando os agentes bacterianos mais usuais, marque a alternativa com o esquema antibioterápico inicial de escolha.
a) Penicilina cristalina + aminoglicosídeo.
b) Penicilina cristalina.
c) Amoxacilina + clavulanato.
d) Oxacilina + aminoglicosídeo.
e) Oxacilina.
Comentário: Sabemos que as pneumonias em crianças menores de 2 meses são provocadas por: estreptococos do grupo B (S. agalactiae), enterobactérias, listeria, pneumococo e S. aureus. O esquema antibiótico deve conter: oxacilina + aminoglicosídeo (gentamicina, amicacina ou tobramicina) ou Oxacilina + cefalosporina de 3ª geração. A penicilina não é uma boa escolha por não cobrir Listeria monocytogenes.
Resposta: Letra D
37) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
CENTRO MÉDICO DE CAMPINAS-CMC
Criança de 2 anos apresenta tosse e febre há 5 dias associada a vômitos, com dificuldade respiratória e piora no estado geral há 2 dias. Ao exame apresenta bom estado geral, FR de 60 irpm, FC de 140 bpm, acianótica. Pulmões com movimentos respiratórios diminuídos à direita com estertores crepitantes e fígado a 2 cm do RCD. O RX de tórax mostra infiltrado homogêneo em hemitórax inferior direito, com sinais de derrame pleural. É correto afirmar:
a) Realizar punção pleural para ver necessidade de drenagem pleural.
b) Introduzir cefalotina ou oxacilina, mais cloranfenicol, para boa cobertura dos germes mais comuns em pneumonia para faixa etária (pneumococos, haemophilus, influenzae B e estafilococos aureus.
c) Aguardar 48 horas com bom esquema de antibiótico (cefalotina + cloranfenicol), então reavaliar a necessidade de punção pleural, que no caso deve ser evitado pois o procedimento é invasivo.
d) O quadro sugere criança com cardiopatia + insuficiência cardíaca, sendo o quadro pulmonar de edema de origem cardiogênica, mesmo lembrando que o derrame pleural é à direita.
e) As alternativas a e b estão corretas.
Comentário: A presença de derrame pleural é indicativo de pneumonia grave e a criança deve ser internada. Deve-se optar pela introdução de oxacilina + cloranfenicol ou a cefalosporina de terceira geração + cloranfenicol, devido a possibilidade de infecção por staphylococcus aureus ou haemophylus influenzae. A opção B coloca a cefalotina (cefalosporina de 1ª geração) para cobertura estafilocócica. Se o líquido pleural puncionado tiver característica de empiema, além do antibiótico venoso, será necessária a drenagem pleural fechada sob selo d'água.
Resposta: Letra E
38) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL DA PUC-RIO GRANDE DO SUL
Criança de 5 anos com febre, tosse e dificuldade respiratória há 5 dias, com piora nas últimas 24 horas. RX de tórax mostra, à direita, consolidação lobar com broncograma aéreo e derrame pleural moderado. Toracocentese revela líquido purulento; pH de 6,5; glicose de 35 mg/dl; proteínas 4,5g/dl. Qual o agente etiológico mais provável e qual a melhor conduta após a prescrição do antibiótico?
a) Staphylococcus aureus; tratamento clínico para o derrame pleural.
b) Streptococcus pneumoniae; nova toracocentese em 48 horas.
c) Streptococcus pneumoniae; drenagem pleural.
d) Staphylococcus aureus; drenagem pleural se a febre persistir por mais de 48 horas.
e) Haemophylus influenzae; drenagem pleural.
Comentário: O Streptococcus pneumoniae é o principal agente das pneumonias comunitárias, com e sem derrame pleural. Líquido pleural com aspecto purulento; pH < 7,2; glicose < 40 mg/dl e proteínas > 3 g/dl apontam para o diagnóstico de empiema e necessita de drenagem fechada do tórax sob selo d'água.
Resposta: Letra C
39) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
Pré-escolar com febre alta, dor de garganta e dispneia. Durante seu atendimento evoluiu com cianose, estridor e insuficiência respiratória aguda. Qual o diagnóstico provável?
a) Asma brônquica.
b) Bronquiolite aguda obliterante.
c) Intoxicação exógena.
d) Crupe.
e) Epiglotite.
Comentário: O estridor é um ruído inspiratório que sugere obstrução das vias aéreas extrapleurais. Bronquiolite e asma são doenças obstrutivas intrapleurais. Crupe é um quadro de laringite subglótica que leva à rouquidão e ao surgimento de uma tosse metálica. O crupe é em geral uma doença viral e evolui num período de dias numa criança que apresenta previamente um resfriado comum e não costuma cursar com febre alta e dor de garganta. A principal hipótese em um paciente com febre alta, dor de garganta e que evolui rapidamente para insuficiência respiratória e estridor é a epiglotite aguda.
Resposta: Letra E
40) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança de 7 meses tem tosse e febre há 3 dias. Apresenta tiragem subcostal e sua FR é de 50 irpm. Segundo a Estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância do Ministério da Saúde, esta criança tem:
a) Pneumonia.
b) Não é pneumonia.
c) Doença febril muito grave.
d) Pneumonia grave.
Comentário: Toda criança que apresentar tiragem subcostal deve ser classificada como portadora de pneumonia grave.
Resposta: Letra D
Postado por Doutor Rafa às 18:09 Nenhum comentário:
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Marcadores: Infância, Pediatria, Questões, Residência Médica, Síndromes Respiratórias
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Pediatria | Questões de Residência Médica sobre Exantemáticas
1) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-SC
Em relação ao sarampo, todas as alternativas são corretas, exceto uma delas. Indique-a:
a) É doença de notificação compulsória.
b) As manchas de Koplik são patognomônicas.
c) A contagiosidade ocorre por via respiratória.
d) O tratamento com vitamina A reduz o risco de complicações.
e) As complicações neurológicas são as complicações mais frequentes na criança.
Comentário: As seguintes doenças exantemáticas são de notificação compulsória: sarampo, rubéola e varíola.
No sarampo há o desenvolvimento de um enantema (cerca de 1 a 4 dias antes do exantema), caracterizado por pequenas lesões puntiformes, esbranquiçadas com halo avermelhado na mucosa jugal na altura dos pré-molares, mas que também podem ser encontrados nos lábios, palato duro, gengivas, conjuntiva e vagina. Estas lesões são chamadas de manchas de Koplik, são patognomônicas da doença e verificadas em 50-70% dos casos.
Sua transmissão ocorre através de pequenas gotículas de saliva eliminadas através da fala, espirros ou tosse. Partículas virais podem permanecer suspensas e viáveis no ar por até 1 hora, fato que possibilita a disseminação da doença, mesmo que não ocorra o contato face a face entre o indivíduo são e o infectado. O vírus penetra no organismo através da mucosa respiratória ou conjuntiva ocular.
Os estudos revelam que a vitamina A é capaz de reduzir a morbidade e a mortalidade do sarampo, especialmente devido a sua ação sobre a regeneração dos epitélios.
As complicações mais frequentemente encontradas no sarampo são as infecções bacterianas, otite média aguda (mais frequente) e pneumonia (principal causa de óbito).
Resposta: Letra E
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS
Em relação ao sarampo, assinale a opção INCORRETA:
a) O isolamento do paciente é medida eficiente para controle da transmissão.
b) A maior prevalência do sarampo é, sobretudo, na infância, poupando lactentes menores de seis meses pela persistência de anticorpos maternos protetores.
c) O sarampo pode surgir em formas atípicas como púrpuras.
d) O sarampo é de ampla distribuição mundial, sendo sua incidência influenciada pelas condições sócio-econômicas do doente.
e) Não existe resistência natural, portanto, os indivíduos são suscetíveis, se não possuírem anticorpos produzidos por doenças e vacina.
Comentário: O sarampo, quando era uma doença endêmica, acometia preferencialmente crianças entre 5 e 10 anos. As crianças com menos de seis meses, em geral, não tinham a doença, uma vez que devido à alta prevalência do sarampo, a maioria das mulheres já tinha sido acometida e possuía imunidade adquirida contra o vírus. Imunidade essa que era transmitida durante a gravidez para o feto, protegendo o recém-nascido e o lactente durante o primeiro semestre de vida.
Até 1967, uma parte da população americana foi vacinada com vírus inativados (a atual é uma vacina de vírus atenuados). Essa população, quando exposta ao vírus selvagem, desenvolvia uma forma atípica de sarampo caracterizada por um exantema que surgia nas extremidades e progredia em direção centrípeta, constituído de lesões inicialmente maculopapulares, mas que se tornaram vesiculares e podiam evoluir para lesões purpúricas e hemorrágicas.
O sarampo é uma doença endêmica em todo o mundo com surtos epidêmicos diretamente relacionados ao nível socioeconômico da população.
Não há resistência natural contra o sarampo, a imunidade é fruto da doença ou imunização.
O isolamento do paciente está indicado até cinco dias depois do aparecimento do exantema, entretanto essa medida, como forma de diminuir a transmissão da doença, é relativamente ineficaz uma vez que os pacientes com sarampo podem eliminar o vírus antes mesmo do período prodrômico, ou seja, antes de saberem que estão doentes. Dessa forma, a única medida realmente eficaz para diminuir a transmissão da doença e que foi utilizada no Brasil é a vacinação em massa, eliminando a população de suscetíveis.
Resposta: Letra A
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Em contactantes com menos de 72 horas de exposição, o uso de imunização ativa é indicada para a prevenção da seguinte doença:
a) Sarampo.
b) Febre Amarela.
c) Rubéola.
d) Caxumba.
e) Poliomielite.
Comentário: A imunização ativa pós-exposição é a "vacinação de bloqueio", capaz de prevenir o desenvolvimento da doença em pacientes expostos à fonte infectante. Em imunocompetentes, nos dias atuais, a vacinação de bloqueio é recomendada tanto no sarampo quanto na varicela.
Resposta: Letra A
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2003
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
O sarampo é doença infecciosa grave, com alta letalidade, principalmente em crianças menores de 1 ano e desnutridas. Porém é facilmente prevenível através da imunização. O calendário básico de vacinação da criança, em vigor no Brasil, preconiza o seguinte esquema vacinal para prevenção da doença:
a) vacina anti-sarampo aos 9 meses e tríplice viral aos 15 meses.
b) vacina tríplice viral aos 12 meses com reforço entre 4 e 6 anos.
c) vacina anti-sarampo aos 9 meses com reforço aos 19 meses.
d) vacina tríplice viral aos 15 meses em dose única.
Comentário: A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) deve ser aplicada rotineiramente em duas doses: a primeira aos 12 meses de vida e a segunda (reforço) entre quatro e seis anos de idade.
Resposta: Letra B
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-SC
Em relação à rubéola indique a alternativa INCORRETA:
a) A adenopatia suboccipital e retroauricular é manifestação clínica frequente.
b) A contagiosidade ocorre em média 5 dias antes e até 5-7 dias após o exantema.
c) A síndrome da rubéola congênita ocorre, em geral, quando a infecção materna se deu no último trimestre da gestação.
d) Ocorre na forma subclínica em aproximadamente 30% dos casos.
e) A mulher vacinada em idade fértil deve respeitar um intervalo mínimo de 28 dias após a vacina para engravidar.
Comentário: Na rubéola surgem adenomegalias principalmente localizadas na região suboccipital, retroauricular e cervical anterior.
O vírus da rubéola é geralmente transmitido através de gotículas de secreção nasofaríngea das pessoas infectadas, que penetram no organismo susceptível através da mucosa respiratória. O período de maior transmissibilidade ocorre desde 5 dias antes até 6 dias após o aparecimento do rash. Do epitélio respiratório, as partículas virais migram até os linfonodos regionais, e cerca de 17 dias após (período de incubação) ocorre a primeira viremia.
A síndrome da rubéola congênita ocorre especialmente quando a primo-infecção materna se deu no primeiro trimestre da gestação (especialmente durante as 9 primeiras semanas, que equivalem à embriogênese), período de menor transmissibilidade, porém de maior potencial de malformações.
Cerca de 25-40% das crianças infectadas desenvolve uma forma subclínica de doença, sem rash.
Recomenda-se que mulheres em idade fértil aguardem de 28-30 dias após a vacinação para engravidar, uma precaução baseada na possibilidade teórica do vírus vacinal vir a ser transmitido ao feto por via transplacentária e causar malformações.
Resposta: Letra C
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
EXAME AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
Menina de 10 anos, com dor de garganta e febre baixa há 4 dias, é levada à consulta em razão de ter surgido, há 48 horas, uma erupção discreta, eritematosa, maculopapular e não coalescente na face e, no mesmo dia, ter se espalhado pelos membros inferiores. O exantema diminuiu de intensidade, mas a menina passou a queixar-se de dor nos joelhos. A mãe não sabe informar sobre o esquema vacinal. Ao exame físico, constatam-se, além do exantema, lesões eritematosas e puntiformes no palato mole, aumento dos linfonodos retroauriculares, cervicais posteriores e occipitais, discretamente dolorosos. Qual o diagnóstico mais provável?
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Escarlatina.
e) Exantema Súbito.
Comentário: Adenopatia retroauricular e occipital numa doença febril exantemática indica sempre rubéola. Além disso, outros dados também falam a favor deste diagnóstico: lesões no palato mole, artralgias nos joelhos.
Resposta: Letra B
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESP
Uma criança de 7 anos apresenta conjuntivite e um exantema maculopapular que começa na cabeça e expande-se para tronco e membros. O diagnóstico mais provável é:
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Varicela.
e) Febre Maculosa das Montanhas Rochosas.
Comentário: Um exantema eritêmato-maculopapular que começa na cabeça e se espalha para o tronco e membros (progressão centrífuga e crânio-caudal) caracteriza a erupção cutânea tanto do sarampo quanto da rubéola. Aliás, o exantema dessas duas viroses é muito semelhante, diferenciando-se apenas pela confluência das lesões no sarampo e a não confluência na rubéola. Além disso, ambas as doenças podem apresentar conjuntivite. Após pesar ambos os lados, ficaremos com a hipótese de rubéola, por dois motivos: (1) o quadro está muito brando para ser sarampo e, além disso, o sarampo é uma doença que sempre tem um pródromo com tosse e coriza; já a rubéola pode se apresentar com o quadro incompleto; (2) no ano de 2005 (ano da questão), o sarampo já havia sido erradicado em nosso meio. O gabarito oficial foi rubéola.
Resposta: Letra B
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
PUC-RIO GRANDE DO SUL
Criança de 6 anos há 4 dias apresenta erupção maculopapular no rosto, com aspecto de "face esbofeteada". Há 2 dias, as lesões disseminaram-se para o tronco e extremidades, com aspecto rendado e sem outros sinais ou sintomas. Qual é o diagnóstico etiológico mais provável neste caso?
a) Herpes Vírus Humano 6.
b) Parvovírus B19.
c) Paramixovírus.
d) Rubivírus.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
Comentário: Face esbofeteada com evolução crânio-caudal para exantema maculopapular em aspecto rendilhado ou reticular é o quadro clássico do eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
O herpes vírus humano 6 e 7 são os agentes etiológicos do exantema súbito, cujo aspecto clínico marcante é o aparecimento de rash cerca de 12-24 horas após o desaparecimento da febre, que se inicia no tronco e dissemina-se para o pescoço e extremidades.
O vírus do sarampo pertence à família Paramyxoviridae e provoca uma quadro clínico intenso (febre, conjuntivite, tosse, adinamia) e o rash é morbiliforme, com tendência à confluência de lesões, também de evolução céfalo-caudal.
O vírus da rubéola pertence ao gênero Rubivírus, provoca doença benigna, com sintomas constitucionais mais brandos que no sarampo e seu rash é maculopapular róseo e de distribuição céfalo-caudal.
O estreptococo do grupo A (Streptococcus pyogenes) é o agente etiológico da escarlatina, doença que cursa com faringoamigdalite purulenta e rash micropapular com textura de lixa, que se inicia no tronco e se dissemina para o pescoço e extremidades.
Resposta: Letra B
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Criança de 10 anos apresentando exantema e febre baixa. Inicialmente as manchas avermelhadas estavam localizadas nas bochechas, se estendendo após dias para membros e tronco, passando então a apresentar um aspecto rendilhado. O exantema durou cerca de uma semana e desapareceu. Há 3 dias houve reaparecimento das manchas após trauma psicológico. A hipótese diagnóstica mais provável é:
a) Rubéola.
b) Exantema Súbito.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
Comentário: Perceba que o exantema dessa criança é muito típico de eritema infeccioso: acometimento das bochechas ("face esbofeteada") e progressão para o tronco e membros, apresentando então um aspecto rendilhado. A ausência de febre é comum e a faixa etária também é típica (5-15 anos).
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos aparece subitamente com lesão eritematosa confluente no rosto, que piora pela manhã e no sol. Refere ter comido camarão há 5 dias e há 10 dias teve febre por 1 dia, tendo tomado dipirona. Ao exame, além do eritema no rosto, apresenta exantema macular, tênue confluente, na região proximal dos membros. O diagnóstico provável é de infecção pelo:
a) Vírus da Hepatite B.
b) Vírus de Epstein-Barr.
c) Parvovírus B19.
d) Herpes Vírus tipo 6.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, produtor de eritrotoxina.
Comentário: No eritema infeccioso o exantema predomina no rosto, sendo confluente e piorando com a exposição solar. A faixa etária também é compatível. O agente etiológico do eritema infeccioso é o parvovírus B19.
Resposta: Letra C
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança de 5 anos apresenta quadro febril (Tax: 38ºC), acompanhado de cefaléia, coriza e tosse. No segundo dia de doença, surge exantema eritematoso em face, que se espalha rapidamente para o tronco e membros superiores, agora com aspecto eritematomacular, tornando-se evolutivamente reticular. Há desaparecimento completo do quadro em 10 dias, sem descamação cutânea. O agente etiológico responsável por esta doença é:
a) Parvovírus B19.
b) Herpes Vírus 6.
c) Enterovírus 71.
d) Ecovírus 9.
Comentário: Às vezes, o eritema infeccioso pode ter um pródromo curto. Exantema em face com progressão para tronco e membros e aspecto reticular (rendilhado) é eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
Resposta: Letra A
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC
Criança de 15 meses apresentou febre elevada por 3 dias, tendo ocorrido convulsão febril no primeiro dia da doença. Permaneceu com bom estado geral. No quarto dia apresentou exantema maculopapular generalizado, não voltando a apresentar febre. O agente etiológico mais provável é:
a) Vírus da Rubéola.
b) Herpes Vírus tipo 6.
c) Estreptococo do grupo A.
d) Vírus do Sarampo.
e) Parvovírus B19.
Comentário: O enunciado descreve a história típica do exantema súbito, doença de lactentes, que se manifesta em sua forma clínica clássica em apenas 25% das crianças infectadas pelo herpes vírus 6. Pode se iniciar com sintomas prodrômicos tipo infecção das vias aéreas superiores, como rinorréia, hiperemia conjuntival e dor de garganta. Uma linfadenomegalia cervical e occipital discreta pode aparecer e algumas crianças apresentam leve edema palpebral. Logo após, instala-se a febre alta (39-40ºC) e neste momento podem ocorrer crises convulsivas febris em até 10% das crianças infectadas. O exantema surge classicamente no momento em que a febre desaparece.
Resposta: Letra B
13) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Criança de 7 meses com febre alta e irritabilidade há 3 dias. Há um dia houve desaparecimento da febre, com posterior "vermelhidão pelo corpo". Ao exame: ativa, corada, hidratada, afebril, exantema eritematomaculopapular generalizado, não pruriginoso, sem linfadenomegalia. A principal hipótese diagnóstica é:
a) Exantema Súbito.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
e) Sarampo.
Comentário: Uma criança de 7 meses que tem uma febre alta de início e término abruptos, seguida por um exantema no corpo e bom estado geral é o quadro típico do exantema súbito.
Resposta: Letra A
14) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
FUNDAÇÃO ESCOLA DE SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Associe as colunas, relacionando as manifestações clínicas às doenças exantemáticas na criança:
1. exantema morbiliforme + tosse + descamação furfurácea.
2. febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
3. exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes.
4. adenomegalias + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
5. febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
( ) Rubéola.
( ) Sarampo.
( ) Escarlatina.
( ) Exantema Súbito.
( ) Eritema Infeccioso.
A alternativa que apresenta a sequência correta dessa associação é:
a) 1 - 4 - 5 - 3 - 2
b) 3 - 5 - 4 - 2 - 1
c) 4 - 1 - 2 - 5 - 3
d) 5 - 2 - 3 - 1 - 4
Comentário: Rubéola apresenta-se com adenomegalias (adenopatia retroauricular e suboccipital) + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
Sarampo apresenta-se com exantema morbiliforme (morbiliforme é igual a sarampo) + tosse (sempre presente) + descamação furfurácea (após a resolução do exantema).
Escarlatina apresenta-se com febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
Exantema Súbito apresenta-se com febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
Eritema Infeccioso apresenta-se com exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes (recidiva do exantema por exposição ao sol, calor ou trauma psicológico).
Resposta: Letra C
15) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-UFF
O diagnóstico diferencial do herpes zóster se faz com:
a) Herpes simples vírus e Coxsakie vírus.
b) Varicela e herpes simples.
c) Herpes simples vírus e estafilococcia.
d) Meningococcemia e neisséria gonorreia.
e) Coxsakie vírus e varicela.
Comentário: Um rash maculovesicular que seja unilateral e obedeça à distribuição de um dermátomo isolado tipicamente é causado por uma reativação do vírus da varicela-zóster, isto é, na maioria das vezes se trata mesmo de herpes zóster. Entretanto, eventualmente uma lesão com tal padrão anatômico também pode ser causada por outros vírus, como o vírus do Herpes simplex ou o vírus Cocksakie. A melhor maneira de identificar o agente etiológico em casos de dúvida é através da imunofluorescência específica do material coletado nas lesões.
Resposta: Letra A
16) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
A herpangina, afecção de ocorrência comum na infância, tem como agente etiológico nas formas epidêmicas:
a) Herpes hominis tipo 1.
b) Herpes hominis tipo 2.
c) Herpes hominis tipo 3.
d) Parainfluenza tipo 6.
e) Coxsackie A.
Comentário: O vírus causador da herpangina é o coxsackie A mais frequentemente, e mais raramente, o enterovírus 71. Esta doença se caracteriza por febre alta (até 41ºC), disfagia, dor de garganta e irritabilidade. Crianças maiores poderão apresentar dor abdominal e vômitos. Ao exame são vistas pequenas úlceras e vesículas com halo eritematoso na região posterior da orofaringe: tonsilas, pilares, úvula e palato mole. A febre dura em média 1 a 4 dias e o restante dos sintomas se resolvem com 1 semana.
Resposta: Letra E
17) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRAS-IFF
Baseado em seus conhecimentos sobre indicação de isolamento e infecção hospitalar qual das crianças abaixo deverá ficar internada sozinha no quarto:
a) Ana Luisa, 1 ano, gastroenterite aguda.
b) Cristian, 7 anos, varicela.
c) Débora, 10 meses, estomatite herpética.
d) Lucas, 3 anos, tuberculose pulmonar.
e) André, 5 anos, pneumonia.
Comentário: A varicela é uma doença cuja disseminação acontece via aerossol, pois o vírus varicela-zoster possui a capacidade de se disseminar através de micropartículas de secreção de vias aéreas e por contato com a secreção de vesículas. Sendo assim, são necessários isolamento respiratório e de contato, e por isso, deve ser a criança a ser internada em quarto privativo. Requer quarto isolado com fluxo de ar e pressão negativa e uso de máscara de proteção contra aerossol (ex: NIOSH 95, a mesma usada para tuberculose bacilífera) para profissionais de saúde que não foram vacinados ou não tiveram a doença.
A tuberculose na infância não é bacilífera, portanto, Lucas pode ser internado ao lado de outras crianças sem que haja risco de disseminação bacilar.
A estomatite herpética (vírus herpes simplex), gastroenterite aguda e pneumonias são doenças cujos agentes são transmitidos principalmente através do contato e gotículas de saliva. Portanto, bastam cuidados de higienização de mãos após manuseio com o doente, uso de luvas descartáveis e máscaras cirúrgicas comuns. O isolamento respiratório não é necessário, e por isso, estas crianças podem ser internadas ao lado de outra.
Resposta: Letra B
18) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
UNIVERSIDADE DE CAMPINAS-UNICAMP
Menina de 5 anos com síndrome nefrótica de lesões mínimas, em tratamento com prednisona VO há um mês (2mg/Kg/dia), admitida com o diagnóstico de varicela. Assinale a alternativa correta em relação às medidas de isolamento e terapêutico nesse caso:
a) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra a varicela zóster (VZIG).
b) Unidade de isolamento com pressão negativa; ganciclovir IV.
c) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV.
d) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV.
e) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra varicela zóster (VZIG).
Comentário: Catapora (varicela), sarampo e tuberculose são doenças transmissíveis por aerossol e não apenas por gotículas de secreção respiratória. Isso significa que não basta manter o doente isolado numa unidade fechada, pois cada vez que a porta da unidade se abrir teremos a dispersão do agente infectante no ambiente. Assim sendo, esses pacientes devem ser mantidos em unidades de pressão negativa, com sistema de exaustão isolado.
Não há papel para a imunoglobulina específica contra o varicela zóster no tratamento da doença. Em pacientes imunodeprimidos (nessa paciente devido ao uso de corticoide em dose imunossupressora), indica-se o tratamento com aciclovir venoso na dose de 500mg/m² de 8/8h por sete dias ou até que parem de surgir novas lesões (o que significa o término da viremia).
Resposta: Letra C
19) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Criança de 2 anos apresenta sinais francos de desidratação e desnutrição e ao exame dermatológico apresenta extensas lesões bolhosas, pustulosas e descamativas, de fundo hiperemiado, algumas com fundo mais sujo, com secreção purulenta, além de áreas de descamação e hipopigmentação, localizadas em face, antebraços, pernas e região perineal. Em pescoço, mãos e pés observam-se áreas de eritema, demarcadas pela pele sadia que as cerca. Nas áreas intertriginosas do períneo, há eritema papular confluente com pápulas eritematosas satélites. Esta criança possui um irmão mais velho que está com varicela. A conduta adequada em relação ao contato com varicela é indicar:
a) Imunoglobulina humana contra varicela zóster (VZIG).
b) Aciclovir.
c) Vacina contra varicela.
d) Gamaglobulina intramuscular.
Comentário: Temos uma criança de 2 anos, francamente desidratada e desnutrida, com hipovitaminose e infecção cutânea disseminada que teve contato recente com um irmão com varicela. Qual deve ser a profilaxia pós-exposição nessa criança? A vacinação de bloqueio não é ideal, pois a criança apresenta uma contraindicação: doença debilitante. Nesse caso, a melhor conduta é a imunoglobulina específica antivaricela intramuscular.
As lesões de pele dessa criança são por varicela? A resposta é não porque não se observam lesões em diversas fases de evolução (maculopápulas, vesículas, pústulas, crostas) nem há relato de febre. Essa criança possui três dermatoses: (1) impetigo bolhoso (piodermite bacteriana): dermatose eritêmato-bulopustulosa, (2) pelagra: lesões eritêmato-descamativas nas áreas de exposição solar e (3) candidíase intertriginosa: lesões eritematosas confluentes no períneo com lesões satélites.
Resposta: Letra A
20) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART-PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO
Quanto à varicela é correto afirmar:
a) A vacina contra o vírus é indicada em imunocomprometidos até 96 horas após a exposição.
b) O período de incubação é de 10 a 21 dias e o exantema tem distribuição céfalo-caudal.
c) A artrite, a miocardite, a pancreatite e a orquite são complicações frequentes.
d) O período de contágio inicia-se 10 dias antes do exantema aparecer e as lesões têm polimorfismo regional.
Comentário: A vacina é totalmente contraindicada nos imunodeprimidos (vírus vivo atenuado).
A artrite é complicação da rubéola e a orquite é complicação da caxumba.
O período de contágio se inicia dois dias antes do exantema.
O período de incubação é de 10-21 dias e a distribuição geralmente é centrípeta.
Resposta: Letra B
21) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Um paciente HIV soro-positivo refere contato há 24 horas com criança portadora de varicela. O paciente não sabe informar sobre seu estado imunológico. A melhor conduta neste caso é:
a) Prescrever aciclovir profilático.
b) Tratar caso apresente varicela.
c) Aplicar vacina antivaricela-zóster.
d) Administrar imunoglobulina específica.
Comentário: Profilaxia pós-exposição em HIV soro-positivo = imunoglobulina específica antivaricela (VZIG), se aplicada até 96 horas.
Resposta: Letra D
22) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO-UNISA
Mãe refere ao telefone que a filha de 3 anos frequenta creche onde ocorreu um caso de escarlatina em um colega de sala. Sabe-se que a criança doente foi afastada e a creche permaneceu aberta. Qual a orientação que você recomenda para sua paciente?
a) Fazer cultura de orofaringe e tratar conforme o resultado.
b) Aplicar penicilina benzatina profilática.
c) Marcar consulta imediatamente para avaliar a possibilidade de doença assíntomática.
d) Observar e trazer para consulta, caso a filha apresente alguma alteração clínica.
e) Manter a filha fora da creche por 1 semana.
Comentário: A transmissão do Streptococcus pyogenes, agente causador da escarlatina, ocorre através de gotículas de saliva e de secreções nasais eliminadas pelo doente. As bactérias se fixam à mucosa da oro ou nasofaringe iniciando a colonização e infecção. O indivíduo infectado deixa de transmitir a infecção 24 horas após o início do tratamento com antibiótico adequado. Como medida de prevenção ou redução da transmissão e contagiosidade, é recomendável o absenteísmo escolar do doente por cerca de 24-48 horas após o início do antibiótico. Contudo, não é necessária nenhuma medida específica para as demais crianças que tiveram contato com o caso índice. Apenas deve-se orientar às famílias que levem suas crianças ao médico caso apresentem algum sintoma clínico.
Resposta: Letra D
23) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos com escarlatina. O agente etiológico e a complicação mais frequente dessa doença, são, respectivamente:
a) Estreptococo beta hemolítico do grupo A e glomerulonefrite difusa aguda.
b) Estreptococo beta hemolítico do grupo B e choque tóxico.
c) Vírus Epstein-Barr e convulsão febril.
d) Herpes vírus tipo VI e encefalite.
e) Coxsakie vírus e meningite.
Comentário: A complicação mais frequente da escarlatina é a glomerulonefrite difusa aguda e seu agente etiológico é a bactéria estreptococo beta hemolítico do grupo A.
Resposta: Letra A
24) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Menino de 4 anos com febre alta há 24 horas, acompanhada de cefaléia e vômitos. Exame físico: enantema da mucosa oral e exantema micropapular difuso, mais intenso em dobras e com palidez perioral, sem outros achados. O diagnóstico provável é de:
a) Meningite meningocócica.
b) Rubéola.
c) Síndrome de Kawasaki.
d) Faringite viral.
e) Escarlatina.
Comentário: Um quadro febril com enantema faríngeo (faringite) e um exantema eritematoso micropapular (puntiforme), exacerbado nas pregas cutâneas (linhas de Pastia) e com palidez peribucal (sinal de Filatov) só pode ser escarlatina.
Resposta: Letra E
25) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Criança de 6 anos apresentou quadro de febre há uma semana, acompanhada de dor de garganta e vermelhidão na face, tórax e membros. Agora a criança apresenta descamação lamelar no rosto, tronco e mãos. O diagnóstico provável é:
a) Eritema infeccioso.
b) Escarlatina.
c) Rubéola.
d) Exantema súbito.
e) Provável reação alérgica à medicação usada.
Comentário: Febre + dor de garganta + exantema eritematoso deixando descamação lamelar = escarlatina.
Resposta: Letra B
26) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança febril com exantema. Ao exame: hiperemia de bochechas com palidez peri-oral, língua hiperemiada com papilas proeminentes e áreas de hiperpigmentação não evanescentes nas regiões antecubitais. Os sinais descritos são característicos de:
a) Rubéola.
b) Sarampo.
c) Escarlatina.
d) Coxsackiose.
Comentário: Nunca mais esqueça os sinais de prova da escarlatina: palidez peribucal (sinal de Filatov), língua hiperemiada com papilas proeminentes (língua em framboesa), exacerbação do eritema ou hiperpigmentação não evanescente das dobras flexoras (sinal de Pastia).
Resposta: Letra C
27) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
A presença de exantema maculopapular associado à hiperemia da língua, com hipertrofia de papilas linguais, pode ser observada em crianças com:
a) Eritema infeccioso e rubéola.
b) Exantema súbito e sarampo.
c) Escarlatina e doença de Kawasaki.
d) Mononucleose e doença de Lyme.
Comentário: O enunciado descreve a famosa "língua em framboesa", típica da escarlatina, também observada na doença de Kawasaki, uma vasculite febril exantemática da criança.
Resposta: Letra C
28) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-UNIFESP
Criança do sexo masculino com 28 dias de vida é internado com febre, irritabilidade e eritema generalizado há aproximadamente 24 horas. A mãe informa que o eritema teve início ao redor dos lábios e narinas. Após 24 horas de internação, a pele começa a se desprender, com formação de bolhas flácidas, e grandes áreas erosadas começam a ser observadas, principalmente nas dobras axilares, cervicais e inguinais. O diagnóstico provável é:
a) Síndrome da pele escaldada.
b) Lúpus eritematoso neonatal.
c) Dermatite seborreica eritrodérmica.
d) Psoríase eritrodérmica.
e) Eritema tóxico neonatal.
Comentário: A descrição é a de uma história clássica de síndrome da pele escaldada estafilocócica, cuja maior incidência é encontrada nos recém-nascidos e crianças pequenas. Também chamada de doença de Ritter ou de síndrome do choque tóxico, tem por característica o início abrupto, com febre e eritema cutâneo, que se inicia na face (principalmente ao redor das narinas - foco da infecção) e rapidamente se dissemina, levando a uma dermatose esfoliativa grave, com formação de bolhas que se rompem logo abaixo da camada granulosa da epiderme.
Resposta: Letra A
29) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP
Criança de 4 anos com história de 4 dias de febre alta, apresentando 2 a 3 picos diários (38 a 39,8ºC). Encontra-se inapetente e prostrada. Ao exame observa-se erupção cutânea macular e eritematosa com características polimórficas acompanhada por congestão bilateral da conjuntiva ocular, hiperemia da mucosa oral, língua em framboesa e edema endurado nas mãos e pés. O diagnóstico provável é:
a) Sarampo.
b) Escarlatina.
c) Doença de Kawasaki.
d) Rubéola.
e) Mononucleose infecciosa.
Comentário: A doença de Kawasaki acomete principalmente crianças de 4 meses a 5 anos, se caracteriza por febre alta por no mínimo 5 dias, edema e eritema de pés e mãos, descamação periungueal, exantema polimórfico, conjuntivite bilateral bulbar não exsudativa, língua em framboesa e linfadenopatia cervical.
Resposta: Letra C
30) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Menino de 2 anos é tratado com amoxacilina devido ao diagnóstico de otite média aguda há 6 dias. A febre persiste (39ºC) e apresenta-se apático com exantema máculo-papilar no tronco, conjuntivas intensamente hiperemiadas, palmas das mãos e dedos endurecidos e edemaciados. O diagnóstico mais provável é:
a) Artrite reumatóide juvenil.
b) Sarampo.
c) Reação alérgica à amoxacilina.
d) Síndrome de Kawasaki.
e) Escarlatina.
Comentário: O paciente apresenta a maioria dos critérios para doença de Kawasaki, além de estar na faixa etária típica.
Resposta: Letra D
Em relação ao sarampo, todas as alternativas são corretas, exceto uma delas. Indique-a:
a) É doença de notificação compulsória.
b) As manchas de Koplik são patognomônicas.
c) A contagiosidade ocorre por via respiratória.
d) O tratamento com vitamina A reduz o risco de complicações.
e) As complicações neurológicas são as complicações mais frequentes na criança.
Comentário: As seguintes doenças exantemáticas são de notificação compulsória: sarampo, rubéola e varíola.
No sarampo há o desenvolvimento de um enantema (cerca de 1 a 4 dias antes do exantema), caracterizado por pequenas lesões puntiformes, esbranquiçadas com halo avermelhado na mucosa jugal na altura dos pré-molares, mas que também podem ser encontrados nos lábios, palato duro, gengivas, conjuntiva e vagina. Estas lesões são chamadas de manchas de Koplik, são patognomônicas da doença e verificadas em 50-70% dos casos.
Sua transmissão ocorre através de pequenas gotículas de saliva eliminadas através da fala, espirros ou tosse. Partículas virais podem permanecer suspensas e viáveis no ar por até 1 hora, fato que possibilita a disseminação da doença, mesmo que não ocorra o contato face a face entre o indivíduo são e o infectado. O vírus penetra no organismo através da mucosa respiratória ou conjuntiva ocular.
Os estudos revelam que a vitamina A é capaz de reduzir a morbidade e a mortalidade do sarampo, especialmente devido a sua ação sobre a regeneração dos epitélios.
As complicações mais frequentemente encontradas no sarampo são as infecções bacterianas, otite média aguda (mais frequente) e pneumonia (principal causa de óbito).
Resposta: Letra E
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS
Em relação ao sarampo, assinale a opção INCORRETA:
a) O isolamento do paciente é medida eficiente para controle da transmissão.
b) A maior prevalência do sarampo é, sobretudo, na infância, poupando lactentes menores de seis meses pela persistência de anticorpos maternos protetores.
c) O sarampo pode surgir em formas atípicas como púrpuras.
d) O sarampo é de ampla distribuição mundial, sendo sua incidência influenciada pelas condições sócio-econômicas do doente.
e) Não existe resistência natural, portanto, os indivíduos são suscetíveis, se não possuírem anticorpos produzidos por doenças e vacina.
Comentário: O sarampo, quando era uma doença endêmica, acometia preferencialmente crianças entre 5 e 10 anos. As crianças com menos de seis meses, em geral, não tinham a doença, uma vez que devido à alta prevalência do sarampo, a maioria das mulheres já tinha sido acometida e possuía imunidade adquirida contra o vírus. Imunidade essa que era transmitida durante a gravidez para o feto, protegendo o recém-nascido e o lactente durante o primeiro semestre de vida.
Até 1967, uma parte da população americana foi vacinada com vírus inativados (a atual é uma vacina de vírus atenuados). Essa população, quando exposta ao vírus selvagem, desenvolvia uma forma atípica de sarampo caracterizada por um exantema que surgia nas extremidades e progredia em direção centrípeta, constituído de lesões inicialmente maculopapulares, mas que se tornaram vesiculares e podiam evoluir para lesões purpúricas e hemorrágicas.
O sarampo é uma doença endêmica em todo o mundo com surtos epidêmicos diretamente relacionados ao nível socioeconômico da população.
Não há resistência natural contra o sarampo, a imunidade é fruto da doença ou imunização.
O isolamento do paciente está indicado até cinco dias depois do aparecimento do exantema, entretanto essa medida, como forma de diminuir a transmissão da doença, é relativamente ineficaz uma vez que os pacientes com sarampo podem eliminar o vírus antes mesmo do período prodrômico, ou seja, antes de saberem que estão doentes. Dessa forma, a única medida realmente eficaz para diminuir a transmissão da doença e que foi utilizada no Brasil é a vacinação em massa, eliminando a população de suscetíveis.
Resposta: Letra A
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Em contactantes com menos de 72 horas de exposição, o uso de imunização ativa é indicada para a prevenção da seguinte doença:
a) Sarampo.
b) Febre Amarela.
c) Rubéola.
d) Caxumba.
e) Poliomielite.
Comentário: A imunização ativa pós-exposição é a "vacinação de bloqueio", capaz de prevenir o desenvolvimento da doença em pacientes expostos à fonte infectante. Em imunocompetentes, nos dias atuais, a vacinação de bloqueio é recomendada tanto no sarampo quanto na varicela.
Resposta: Letra A
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2003
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
O sarampo é doença infecciosa grave, com alta letalidade, principalmente em crianças menores de 1 ano e desnutridas. Porém é facilmente prevenível através da imunização. O calendário básico de vacinação da criança, em vigor no Brasil, preconiza o seguinte esquema vacinal para prevenção da doença:
a) vacina anti-sarampo aos 9 meses e tríplice viral aos 15 meses.
b) vacina tríplice viral aos 12 meses com reforço entre 4 e 6 anos.
c) vacina anti-sarampo aos 9 meses com reforço aos 19 meses.
d) vacina tríplice viral aos 15 meses em dose única.
Comentário: A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) deve ser aplicada rotineiramente em duas doses: a primeira aos 12 meses de vida e a segunda (reforço) entre quatro e seis anos de idade.
Resposta: Letra B
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE-SC
Em relação à rubéola indique a alternativa INCORRETA:
a) A adenopatia suboccipital e retroauricular é manifestação clínica frequente.
b) A contagiosidade ocorre em média 5 dias antes e até 5-7 dias após o exantema.
c) A síndrome da rubéola congênita ocorre, em geral, quando a infecção materna se deu no último trimestre da gestação.
d) Ocorre na forma subclínica em aproximadamente 30% dos casos.
e) A mulher vacinada em idade fértil deve respeitar um intervalo mínimo de 28 dias após a vacina para engravidar.
Comentário: Na rubéola surgem adenomegalias principalmente localizadas na região suboccipital, retroauricular e cervical anterior.
O vírus da rubéola é geralmente transmitido através de gotículas de secreção nasofaríngea das pessoas infectadas, que penetram no organismo susceptível através da mucosa respiratória. O período de maior transmissibilidade ocorre desde 5 dias antes até 6 dias após o aparecimento do rash. Do epitélio respiratório, as partículas virais migram até os linfonodos regionais, e cerca de 17 dias após (período de incubação) ocorre a primeira viremia.
A síndrome da rubéola congênita ocorre especialmente quando a primo-infecção materna se deu no primeiro trimestre da gestação (especialmente durante as 9 primeiras semanas, que equivalem à embriogênese), período de menor transmissibilidade, porém de maior potencial de malformações.
Cerca de 25-40% das crianças infectadas desenvolve uma forma subclínica de doença, sem rash.
Recomenda-se que mulheres em idade fértil aguardem de 28-30 dias após a vacinação para engravidar, uma precaução baseada na possibilidade teórica do vírus vacinal vir a ser transmitido ao feto por via transplacentária e causar malformações.
Resposta: Letra C
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
EXAME AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
Menina de 10 anos, com dor de garganta e febre baixa há 4 dias, é levada à consulta em razão de ter surgido, há 48 horas, uma erupção discreta, eritematosa, maculopapular e não coalescente na face e, no mesmo dia, ter se espalhado pelos membros inferiores. O exantema diminuiu de intensidade, mas a menina passou a queixar-se de dor nos joelhos. A mãe não sabe informar sobre o esquema vacinal. Ao exame físico, constatam-se, além do exantema, lesões eritematosas e puntiformes no palato mole, aumento dos linfonodos retroauriculares, cervicais posteriores e occipitais, discretamente dolorosos. Qual o diagnóstico mais provável?
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Escarlatina.
e) Exantema Súbito.
Comentário: Adenopatia retroauricular e occipital numa doença febril exantemática indica sempre rubéola. Além disso, outros dados também falam a favor deste diagnóstico: lesões no palato mole, artralgias nos joelhos.
Resposta: Letra B
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA-UNESP
Uma criança de 7 anos apresenta conjuntivite e um exantema maculopapular que começa na cabeça e expande-se para tronco e membros. O diagnóstico mais provável é:
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Varicela.
e) Febre Maculosa das Montanhas Rochosas.
Comentário: Um exantema eritêmato-maculopapular que começa na cabeça e se espalha para o tronco e membros (progressão centrífuga e crânio-caudal) caracteriza a erupção cutânea tanto do sarampo quanto da rubéola. Aliás, o exantema dessas duas viroses é muito semelhante, diferenciando-se apenas pela confluência das lesões no sarampo e a não confluência na rubéola. Além disso, ambas as doenças podem apresentar conjuntivite. Após pesar ambos os lados, ficaremos com a hipótese de rubéola, por dois motivos: (1) o quadro está muito brando para ser sarampo e, além disso, o sarampo é uma doença que sempre tem um pródromo com tosse e coriza; já a rubéola pode se apresentar com o quadro incompleto; (2) no ano de 2005 (ano da questão), o sarampo já havia sido erradicado em nosso meio. O gabarito oficial foi rubéola.
Resposta: Letra B
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
PUC-RIO GRANDE DO SUL
Criança de 6 anos há 4 dias apresenta erupção maculopapular no rosto, com aspecto de "face esbofeteada". Há 2 dias, as lesões disseminaram-se para o tronco e extremidades, com aspecto rendado e sem outros sinais ou sintomas. Qual é o diagnóstico etiológico mais provável neste caso?
a) Herpes Vírus Humano 6.
b) Parvovírus B19.
c) Paramixovírus.
d) Rubivírus.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
Comentário: Face esbofeteada com evolução crânio-caudal para exantema maculopapular em aspecto rendilhado ou reticular é o quadro clássico do eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
O herpes vírus humano 6 e 7 são os agentes etiológicos do exantema súbito, cujo aspecto clínico marcante é o aparecimento de rash cerca de 12-24 horas após o desaparecimento da febre, que se inicia no tronco e dissemina-se para o pescoço e extremidades.
O vírus do sarampo pertence à família Paramyxoviridae e provoca uma quadro clínico intenso (febre, conjuntivite, tosse, adinamia) e o rash é morbiliforme, com tendência à confluência de lesões, também de evolução céfalo-caudal.
O vírus da rubéola pertence ao gênero Rubivírus, provoca doença benigna, com sintomas constitucionais mais brandos que no sarampo e seu rash é maculopapular róseo e de distribuição céfalo-caudal.
O estreptococo do grupo A (Streptococcus pyogenes) é o agente etiológico da escarlatina, doença que cursa com faringoamigdalite purulenta e rash micropapular com textura de lixa, que se inicia no tronco e se dissemina para o pescoço e extremidades.
Resposta: Letra B
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Criança de 10 anos apresentando exantema e febre baixa. Inicialmente as manchas avermelhadas estavam localizadas nas bochechas, se estendendo após dias para membros e tronco, passando então a apresentar um aspecto rendilhado. O exantema durou cerca de uma semana e desapareceu. Há 3 dias houve reaparecimento das manchas após trauma psicológico. A hipótese diagnóstica mais provável é:
a) Rubéola.
b) Exantema Súbito.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
Comentário: Perceba que o exantema dessa criança é muito típico de eritema infeccioso: acometimento das bochechas ("face esbofeteada") e progressão para o tronco e membros, apresentando então um aspecto rendilhado. A ausência de febre é comum e a faixa etária também é típica (5-15 anos).
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2007
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos aparece subitamente com lesão eritematosa confluente no rosto, que piora pela manhã e no sol. Refere ter comido camarão há 5 dias e há 10 dias teve febre por 1 dia, tendo tomado dipirona. Ao exame, além do eritema no rosto, apresenta exantema macular, tênue confluente, na região proximal dos membros. O diagnóstico provável é de infecção pelo:
a) Vírus da Hepatite B.
b) Vírus de Epstein-Barr.
c) Parvovírus B19.
d) Herpes Vírus tipo 6.
e) Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, produtor de eritrotoxina.
Comentário: No eritema infeccioso o exantema predomina no rosto, sendo confluente e piorando com a exposição solar. A faixa etária também é compatível. O agente etiológico do eritema infeccioso é o parvovírus B19.
Resposta: Letra C
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança de 5 anos apresenta quadro febril (Tax: 38ºC), acompanhado de cefaléia, coriza e tosse. No segundo dia de doença, surge exantema eritematoso em face, que se espalha rapidamente para o tronco e membros superiores, agora com aspecto eritematomacular, tornando-se evolutivamente reticular. Há desaparecimento completo do quadro em 10 dias, sem descamação cutânea. O agente etiológico responsável por esta doença é:
a) Parvovírus B19.
b) Herpes Vírus 6.
c) Enterovírus 71.
d) Ecovírus 9.
Comentário: Às vezes, o eritema infeccioso pode ter um pródromo curto. Exantema em face com progressão para tronco e membros e aspecto reticular (rendilhado) é eritema infeccioso, cujo agente etiológico é o parvovírus B19.
Resposta: Letra A
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC
Criança de 15 meses apresentou febre elevada por 3 dias, tendo ocorrido convulsão febril no primeiro dia da doença. Permaneceu com bom estado geral. No quarto dia apresentou exantema maculopapular generalizado, não voltando a apresentar febre. O agente etiológico mais provável é:
a) Vírus da Rubéola.
b) Herpes Vírus tipo 6.
c) Estreptococo do grupo A.
d) Vírus do Sarampo.
e) Parvovírus B19.
Comentário: O enunciado descreve a história típica do exantema súbito, doença de lactentes, que se manifesta em sua forma clínica clássica em apenas 25% das crianças infectadas pelo herpes vírus 6. Pode se iniciar com sintomas prodrômicos tipo infecção das vias aéreas superiores, como rinorréia, hiperemia conjuntival e dor de garganta. Uma linfadenomegalia cervical e occipital discreta pode aparecer e algumas crianças apresentam leve edema palpebral. Logo após, instala-se a febre alta (39-40ºC) e neste momento podem ocorrer crises convulsivas febris em até 10% das crianças infectadas. O exantema surge classicamente no momento em que a febre desaparece.
Resposta: Letra B
13) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Criança de 7 meses com febre alta e irritabilidade há 3 dias. Há um dia houve desaparecimento da febre, com posterior "vermelhidão pelo corpo". Ao exame: ativa, corada, hidratada, afebril, exantema eritematomaculopapular generalizado, não pruriginoso, sem linfadenomegalia. A principal hipótese diagnóstica é:
a) Exantema Súbito.
b) Rubéola.
c) Eritema Infeccioso.
d) Enterovirose.
e) Sarampo.
Comentário: Uma criança de 7 meses que tem uma febre alta de início e término abruptos, seguida por um exantema no corpo e bom estado geral é o quadro típico do exantema súbito.
Resposta: Letra A
14) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
FUNDAÇÃO ESCOLA DE SERVIÇO PÚBLICO-FESP
Associe as colunas, relacionando as manifestações clínicas às doenças exantemáticas na criança:
1. exantema morbiliforme + tosse + descamação furfurácea.
2. febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
3. exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes.
4. adenomegalias + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
5. febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
( ) Rubéola.
( ) Sarampo.
( ) Escarlatina.
( ) Exantema Súbito.
( ) Eritema Infeccioso.
A alternativa que apresenta a sequência correta dessa associação é:
a) 1 - 4 - 5 - 3 - 2
b) 3 - 5 - 4 - 2 - 1
c) 4 - 1 - 2 - 5 - 3
d) 5 - 2 - 3 - 1 - 4
Comentário: Rubéola apresenta-se com adenomegalias (adenopatia retroauricular e suboccipital) + febre baixa + exantema maculopapular róseo.
Sarampo apresenta-se com exantema morbiliforme (morbiliforme é igual a sarampo) + tosse (sempre presente) + descamação furfurácea (após a resolução do exantema).
Escarlatina apresenta-se com febre elevada + exantema puntiforme + descamação laminar.
Exantema Súbito apresenta-se com febre alta + bom estado geral + exantema na face e no tronco.
Eritema Infeccioso apresenta-se com exantema inicial + ausência de febre + lesões recidivantes (recidiva do exantema por exposição ao sol, calor ou trauma psicológico).
Resposta: Letra C
15) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-UFF
O diagnóstico diferencial do herpes zóster se faz com:
a) Herpes simples vírus e Coxsakie vírus.
b) Varicela e herpes simples.
c) Herpes simples vírus e estafilococcia.
d) Meningococcemia e neisséria gonorreia.
e) Coxsakie vírus e varicela.
Comentário: Um rash maculovesicular que seja unilateral e obedeça à distribuição de um dermátomo isolado tipicamente é causado por uma reativação do vírus da varicela-zóster, isto é, na maioria das vezes se trata mesmo de herpes zóster. Entretanto, eventualmente uma lesão com tal padrão anatômico também pode ser causada por outros vírus, como o vírus do Herpes simplex ou o vírus Cocksakie. A melhor maneira de identificar o agente etiológico em casos de dúvida é através da imunofluorescência específica do material coletado nas lesões.
Resposta: Letra A
16) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
AMRIGS-RIO GRANDE DO SUL
A herpangina, afecção de ocorrência comum na infância, tem como agente etiológico nas formas epidêmicas:
a) Herpes hominis tipo 1.
b) Herpes hominis tipo 2.
c) Herpes hominis tipo 3.
d) Parainfluenza tipo 6.
e) Coxsackie A.
Comentário: O vírus causador da herpangina é o coxsackie A mais frequentemente, e mais raramente, o enterovírus 71. Esta doença se caracteriza por febre alta (até 41ºC), disfagia, dor de garganta e irritabilidade. Crianças maiores poderão apresentar dor abdominal e vômitos. Ao exame são vistas pequenas úlceras e vesículas com halo eritematoso na região posterior da orofaringe: tonsilas, pilares, úvula e palato mole. A febre dura em média 1 a 4 dias e o restante dos sintomas se resolvem com 1 semana.
Resposta: Letra E
17) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRAS-IFF
Baseado em seus conhecimentos sobre indicação de isolamento e infecção hospitalar qual das crianças abaixo deverá ficar internada sozinha no quarto:
a) Ana Luisa, 1 ano, gastroenterite aguda.
b) Cristian, 7 anos, varicela.
c) Débora, 10 meses, estomatite herpética.
d) Lucas, 3 anos, tuberculose pulmonar.
e) André, 5 anos, pneumonia.
Comentário: A varicela é uma doença cuja disseminação acontece via aerossol, pois o vírus varicela-zoster possui a capacidade de se disseminar através de micropartículas de secreção de vias aéreas e por contato com a secreção de vesículas. Sendo assim, são necessários isolamento respiratório e de contato, e por isso, deve ser a criança a ser internada em quarto privativo. Requer quarto isolado com fluxo de ar e pressão negativa e uso de máscara de proteção contra aerossol (ex: NIOSH 95, a mesma usada para tuberculose bacilífera) para profissionais de saúde que não foram vacinados ou não tiveram a doença.
A tuberculose na infância não é bacilífera, portanto, Lucas pode ser internado ao lado de outras crianças sem que haja risco de disseminação bacilar.
A estomatite herpética (vírus herpes simplex), gastroenterite aguda e pneumonias são doenças cujos agentes são transmitidos principalmente através do contato e gotículas de saliva. Portanto, bastam cuidados de higienização de mãos após manuseio com o doente, uso de luvas descartáveis e máscaras cirúrgicas comuns. O isolamento respiratório não é necessário, e por isso, estas crianças podem ser internadas ao lado de outra.
Resposta: Letra B
18) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
UNIVERSIDADE DE CAMPINAS-UNICAMP
Menina de 5 anos com síndrome nefrótica de lesões mínimas, em tratamento com prednisona VO há um mês (2mg/Kg/dia), admitida com o diagnóstico de varicela. Assinale a alternativa correta em relação às medidas de isolamento e terapêutico nesse caso:
a) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra a varicela zóster (VZIG).
b) Unidade de isolamento com pressão negativa; ganciclovir IV.
c) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV.
d) Unidade de isolamento, sendo desnecessária a pressão negativa; aciclovir IV.
e) Unidade de isolamento com pressão negativa; aciclovir IV e imunoglobulina contra varicela zóster (VZIG).
Comentário: Catapora (varicela), sarampo e tuberculose são doenças transmissíveis por aerossol e não apenas por gotículas de secreção respiratória. Isso significa que não basta manter o doente isolado numa unidade fechada, pois cada vez que a porta da unidade se abrir teremos a dispersão do agente infectante no ambiente. Assim sendo, esses pacientes devem ser mantidos em unidades de pressão negativa, com sistema de exaustão isolado.
Não há papel para a imunoglobulina específica contra o varicela zóster no tratamento da doença. Em pacientes imunodeprimidos (nessa paciente devido ao uso de corticoide em dose imunossupressora), indica-se o tratamento com aciclovir venoso na dose de 500mg/m² de 8/8h por sete dias ou até que parem de surgir novas lesões (o que significa o término da viremia).
Resposta: Letra C
19) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Criança de 2 anos apresenta sinais francos de desidratação e desnutrição e ao exame dermatológico apresenta extensas lesões bolhosas, pustulosas e descamativas, de fundo hiperemiado, algumas com fundo mais sujo, com secreção purulenta, além de áreas de descamação e hipopigmentação, localizadas em face, antebraços, pernas e região perineal. Em pescoço, mãos e pés observam-se áreas de eritema, demarcadas pela pele sadia que as cerca. Nas áreas intertriginosas do períneo, há eritema papular confluente com pápulas eritematosas satélites. Esta criança possui um irmão mais velho que está com varicela. A conduta adequada em relação ao contato com varicela é indicar:
a) Imunoglobulina humana contra varicela zóster (VZIG).
b) Aciclovir.
c) Vacina contra varicela.
d) Gamaglobulina intramuscular.
Comentário: Temos uma criança de 2 anos, francamente desidratada e desnutrida, com hipovitaminose e infecção cutânea disseminada que teve contato recente com um irmão com varicela. Qual deve ser a profilaxia pós-exposição nessa criança? A vacinação de bloqueio não é ideal, pois a criança apresenta uma contraindicação: doença debilitante. Nesse caso, a melhor conduta é a imunoglobulina específica antivaricela intramuscular.
As lesões de pele dessa criança são por varicela? A resposta é não porque não se observam lesões em diversas fases de evolução (maculopápulas, vesículas, pústulas, crostas) nem há relato de febre. Essa criança possui três dermatoses: (1) impetigo bolhoso (piodermite bacteriana): dermatose eritêmato-bulopustulosa, (2) pelagra: lesões eritêmato-descamativas nas áreas de exposição solar e (3) candidíase intertriginosa: lesões eritematosas confluentes no períneo com lesões satélites.
Resposta: Letra A
20) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART-PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO
Quanto à varicela é correto afirmar:
a) A vacina contra o vírus é indicada em imunocomprometidos até 96 horas após a exposição.
b) O período de incubação é de 10 a 21 dias e o exantema tem distribuição céfalo-caudal.
c) A artrite, a miocardite, a pancreatite e a orquite são complicações frequentes.
d) O período de contágio inicia-se 10 dias antes do exantema aparecer e as lesões têm polimorfismo regional.
Comentário: A vacina é totalmente contraindicada nos imunodeprimidos (vírus vivo atenuado).
A artrite é complicação da rubéola e a orquite é complicação da caxumba.
O período de contágio se inicia dois dias antes do exantema.
O período de incubação é de 10-21 dias e a distribuição geralmente é centrípeta.
Resposta: Letra B
21) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Um paciente HIV soro-positivo refere contato há 24 horas com criança portadora de varicela. O paciente não sabe informar sobre seu estado imunológico. A melhor conduta neste caso é:
a) Prescrever aciclovir profilático.
b) Tratar caso apresente varicela.
c) Aplicar vacina antivaricela-zóster.
d) Administrar imunoglobulina específica.
Comentário: Profilaxia pós-exposição em HIV soro-positivo = imunoglobulina específica antivaricela (VZIG), se aplicada até 96 horas.
Resposta: Letra D
22) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO-UNISA
Mãe refere ao telefone que a filha de 3 anos frequenta creche onde ocorreu um caso de escarlatina em um colega de sala. Sabe-se que a criança doente foi afastada e a creche permaneceu aberta. Qual a orientação que você recomenda para sua paciente?
a) Fazer cultura de orofaringe e tratar conforme o resultado.
b) Aplicar penicilina benzatina profilática.
c) Marcar consulta imediatamente para avaliar a possibilidade de doença assíntomática.
d) Observar e trazer para consulta, caso a filha apresente alguma alteração clínica.
e) Manter a filha fora da creche por 1 semana.
Comentário: A transmissão do Streptococcus pyogenes, agente causador da escarlatina, ocorre através de gotículas de saliva e de secreções nasais eliminadas pelo doente. As bactérias se fixam à mucosa da oro ou nasofaringe iniciando a colonização e infecção. O indivíduo infectado deixa de transmitir a infecção 24 horas após o início do tratamento com antibiótico adequado. Como medida de prevenção ou redução da transmissão e contagiosidade, é recomendável o absenteísmo escolar do doente por cerca de 24-48 horas após o início do antibiótico. Contudo, não é necessária nenhuma medida específica para as demais crianças que tiveram contato com o caso índice. Apenas deve-se orientar às famílias que levem suas crianças ao médico caso apresentem algum sintoma clínico.
Resposta: Letra D
23) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA-UNIFESP
Criança de 7 anos com escarlatina. O agente etiológico e a complicação mais frequente dessa doença, são, respectivamente:
a) Estreptococo beta hemolítico do grupo A e glomerulonefrite difusa aguda.
b) Estreptococo beta hemolítico do grupo B e choque tóxico.
c) Vírus Epstein-Barr e convulsão febril.
d) Herpes vírus tipo VI e encefalite.
e) Coxsakie vírus e meningite.
Comentário: A complicação mais frequente da escarlatina é a glomerulonefrite difusa aguda e seu agente etiológico é a bactéria estreptococo beta hemolítico do grupo A.
Resposta: Letra A
24) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS-UNICAMP
Menino de 4 anos com febre alta há 24 horas, acompanhada de cefaléia e vômitos. Exame físico: enantema da mucosa oral e exantema micropapular difuso, mais intenso em dobras e com palidez perioral, sem outros achados. O diagnóstico provável é de:
a) Meningite meningocócica.
b) Rubéola.
c) Síndrome de Kawasaki.
d) Faringite viral.
e) Escarlatina.
Comentário: Um quadro febril com enantema faríngeo (faringite) e um exantema eritematoso micropapular (puntiforme), exacerbado nas pregas cutâneas (linhas de Pastia) e com palidez peribucal (sinal de Filatov) só pode ser escarlatina.
Resposta: Letra E
25) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Criança de 6 anos apresentou quadro de febre há uma semana, acompanhada de dor de garganta e vermelhidão na face, tórax e membros. Agora a criança apresenta descamação lamelar no rosto, tronco e mãos. O diagnóstico provável é:
a) Eritema infeccioso.
b) Escarlatina.
c) Rubéola.
d) Exantema súbito.
e) Provável reação alérgica à medicação usada.
Comentário: Febre + dor de garganta + exantema eritematoso deixando descamação lamelar = escarlatina.
Resposta: Letra B
26) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UERJ
Criança febril com exantema. Ao exame: hiperemia de bochechas com palidez peri-oral, língua hiperemiada com papilas proeminentes e áreas de hiperpigmentação não evanescentes nas regiões antecubitais. Os sinais descritos são característicos de:
a) Rubéola.
b) Sarampo.
c) Escarlatina.
d) Coxsackiose.
Comentário: Nunca mais esqueça os sinais de prova da escarlatina: palidez peribucal (sinal de Filatov), língua hiperemiada com papilas proeminentes (língua em framboesa), exacerbação do eritema ou hiperpigmentação não evanescente das dobras flexoras (sinal de Pastia).
Resposta: Letra C
27) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
FUNDAÇÃO ESCOLA DO SERVIÇO PÚBLICO-FESP
A presença de exantema maculopapular associado à hiperemia da língua, com hipertrofia de papilas linguais, pode ser observada em crianças com:
a) Eritema infeccioso e rubéola.
b) Exantema súbito e sarampo.
c) Escarlatina e doença de Kawasaki.
d) Mononucleose e doença de Lyme.
Comentário: O enunciado descreve a famosa "língua em framboesa", típica da escarlatina, também observada na doença de Kawasaki, uma vasculite febril exantemática da criança.
Resposta: Letra C
28) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-UNIFESP
Criança do sexo masculino com 28 dias de vida é internado com febre, irritabilidade e eritema generalizado há aproximadamente 24 horas. A mãe informa que o eritema teve início ao redor dos lábios e narinas. Após 24 horas de internação, a pele começa a se desprender, com formação de bolhas flácidas, e grandes áreas erosadas começam a ser observadas, principalmente nas dobras axilares, cervicais e inguinais. O diagnóstico provável é:
a) Síndrome da pele escaldada.
b) Lúpus eritematoso neonatal.
c) Dermatite seborreica eritrodérmica.
d) Psoríase eritrodérmica.
e) Eritema tóxico neonatal.
Comentário: A descrição é a de uma história clássica de síndrome da pele escaldada estafilocócica, cuja maior incidência é encontrada nos recém-nascidos e crianças pequenas. Também chamada de doença de Ritter ou de síndrome do choque tóxico, tem por característica o início abrupto, com febre e eritema cutâneo, que se inicia na face (principalmente ao redor das narinas - foco da infecção) e rapidamente se dissemina, levando a uma dermatose esfoliativa grave, com formação de bolhas que se rompem logo abaixo da camada granulosa da epiderme.
Resposta: Letra A
29) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP
Criança de 4 anos com história de 4 dias de febre alta, apresentando 2 a 3 picos diários (38 a 39,8ºC). Encontra-se inapetente e prostrada. Ao exame observa-se erupção cutânea macular e eritematosa com características polimórficas acompanhada por congestão bilateral da conjuntiva ocular, hiperemia da mucosa oral, língua em framboesa e edema endurado nas mãos e pés. O diagnóstico provável é:
a) Sarampo.
b) Escarlatina.
c) Doença de Kawasaki.
d) Rubéola.
e) Mononucleose infecciosa.
Comentário: A doença de Kawasaki acomete principalmente crianças de 4 meses a 5 anos, se caracteriza por febre alta por no mínimo 5 dias, edema e eritema de pés e mãos, descamação periungueal, exantema polimórfico, conjuntivite bilateral bulbar não exsudativa, língua em framboesa e linfadenopatia cervical.
Resposta: Letra C
30) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL-SP
Menino de 2 anos é tratado com amoxacilina devido ao diagnóstico de otite média aguda há 6 dias. A febre persiste (39ºC) e apresenta-se apático com exantema máculo-papilar no tronco, conjuntivas intensamente hiperemiadas, palmas das mãos e dedos endurecidos e edemaciados. O diagnóstico mais provável é:
a) Artrite reumatóide juvenil.
b) Sarampo.
c) Reação alérgica à amoxacilina.
d) Síndrome de Kawasaki.
e) Escarlatina.
Comentário: O paciente apresenta a maioria dos critérios para doença de Kawasaki, além de estar na faixa etária típica.
Resposta: Letra D
1) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
As vacinas abaixo são de vírus vivos atenuados, EXCETO:
a) Sarampo.
b) Rubéola.
c) Caxumba.
d) Hepatite B.
e) Sabin.
Comentário: As vacinas vivas atenuadas são obtidas a partir de cepas naturais (selvagens) do micro-organismo que são atenuadas através de passagens em meios de cultura especiais. Produzem uma infecção mais branda e desencadeiam uma forte imunidade ao longo prazo, por toda a vida e sem a necessidade de doses de reforço. Exemplos: BCG, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela, poliomielite oral, rotavírus e varicela. A vacina contra Hepatite B contém partículas virais inativadas no formol.
Resposta: Letra D
2) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS-HNMD
Com relação as vacinas de bactérias e vírus vivos atenuados, NÃO devem ser administradas a pessoas com:
a) Desnutrição.
b) Doença neurológica estável (síndrome convulsiva controlada por exemplo) ou doença neurológica pregressa com sequela presente.
c) Imunodeficiência adquirida ou congênita.
d) Antecedente familiar de convulsão.
e) Tratamento sistêmico com corticosteroides em doses diárias não elevadas durante curto período (inferior a duas semanas) ou tratamento prolongado com doses baixas ou moderadas em dias alternados.
Comentário: A contraindicação geral à qualquer vacina é a reação anafilática a dose anterior da mesma. As vacinas de bactérias e vírus vivos atenuados não devem ser aplicadas em crianças com: 1) imunodeficiência congênita e adquirida; 2) neoplasia maligna; 3) tratamento imunossupressor com prednisona maior ou igual a 2 mg/Kg/dia para crianças e 20 mg/dia para adultos por mais de 14 dias; 4) quimioterapia e radioterapia; 5) gravidez (a vacina contra febre amarela pode). Desnutrição, prematuridade, doença febril leve, uso de corticoide em dose não imunossupressora e doença neurológica estável são falsas contraindicações à vacinação.
Resposta: Letra C
3) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL DAS CLÍNICAS-USP-RIBEIRÃO PRETO
Criança com 6 meses de idade foi ao posto para receber vacinas. Apresentava tosse produtiva, coriza hialina e febre baixa há 2 dias. Ao exame apresentou hiperemia da orofaringe, opacificação da membrana timpânica direita e roncos pulmonares difusos. A conduta é:
a) Adiar a vacinação.
b) Realizar a vacinação.
c) Amoxicilina e adiar a vacinação.
d) Amoxicilina e realizar a vacinação.
e) Cefalosporina e adiar a vacinação.
Comentário: A presença de uma doença respiratória aguda, mesmo que febril, não é contraindicação à imunização. O sinal que apresenta a maior especificidade para o diagnóstico de otite média aguda é o abaulamento da membrana timpânica e não a opacificação (que pode ocorrer em um resfriado comum). Trata-se de um simples resfriado e não se deve fazer uso de antibiótico.
Resposta: Letra B
4) RESIDÊNCIA MÉDICA-2008
HOSPITAL CENTRAL DA AERONÁUTICA-HCA-RJ
Em qual das situações abaixo está contraindicado o uso de vacina com vírus vivo atenuado?
a) Lactente de 8 meses em uso de corticosteroide inalatório há um mês, devido à rinite alérgica.
b) Criança de 1 ano que fez uso de imunoglobulina há 2 semanas.
c) Lactente de 6 meses com febre baixa, coriza e tosse há 24 horas.
d) Paciente de nove meses com diagnóstico de paralisia cerebral e que apresentou uma crise convulsiva tônico-clônica com um mês de idade.
e) Criança de 2 anos pesando 6 quilos, devido à desnutrição associada.
Comentário: Nem doses inferiores a 2mg/Kg/dia, nem o uso tópico ou inalatório de corticoide contraindicam a vacinação com agentes vivos. O uso de imunoglobulina pode interferir na resposta imune às vacinas de vírus vivos aplicadas por via parenteral. Um paciente que tenha recebido imunoglobulina recentemente (nos últimos 3 meses) pode ter recebido passivamente anticorpos contra o agente presente na vacina, que então não induzirá imunidade. A vacina oral contra poliomielite e a oral contra rotavírus são exceções a esta regra.
Resposta: Letra B
5) RESIDÊNCIA MÉDICA-2012
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL-AMRIGS
Um recém-nascido pré-termo, com peso de nascimento de 1800 gramas, cuja mãe recebeu duas doses de corticoide na semana anterior ao parto. A conduta correta quanto à vacinação nesse momento é:
a) Vacinar somente contra hepatite B, logo após o nascimento.
b) Vacinar contra hepatite B e BCG.
c) Aguardar até a criança completar 2000g, para iniciar a administração de vacinas.
d) Aguardar até a criança completar 2000g, para iniciar a administração de vacinas e orientar que o esquema para hepatite B será de 4 doses.
e) Aguardar até a criança completar 2000g, para iniciar a administração de vacinas e orientar que o esquema para hepatite B será de 3 doses.
Comentário: As duas vacinas administradas ao nascimento são a hepatite B e a BCG. Mas existem algumas particularidades envolvendo neonatos prematuros (<37 semanas) e/ou de baixo peso (<2500g). Uma contraindicação à administração da BCG é o peso do nascimento inferior a 2000g, devido às dificuldades técnicas de realizar uma injeção subcutânea em bebês com este peso. Adia-se a vacinação com BCG até que peso supere as 2000 gramas. Em relação à vacina contra hepatite B, o esquema preconizado para prematuros com menos de 33 semanas ou menos de 2000 gramas é de 4 doses (0, 1, 2 e 6 meses).
Resposta: Letra A
6) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UNIRIO
Segundo o MS/Brasil, estão indicadas no Programa Nacional de Imunização, para serem administradas até os 12 primeiros meses de vida, as seguintes vacinas:
a) BCG (1 dose); Hepatite B (4 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (1 dose).
b) BCG (1 dose); Hepatite B (2 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (1 dose).
c) BCG (1 dose); Hepatite B (3 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (2 doses).
d) BCG (1 dose); Hepatite B (3 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (1 dose).
e) BCG (1 dose); Hepatite B (3 doses); Antirrotavírus (2 doses); Antidifteria/Tétano/Coqueluche (3 doses); Anti-Hemófilos B (3 doses); Antipoliomielite oral (3 doses); Antissarampo/Caxumba/Rubéola (3 doses).
Comentário: A vacina contra febre amarela não foi incluída, pois sua recomendação é feita para regiões específicas do país e não de forma universal para todo o território nacional.
Resposta: Letra D
7) RESIDÊNCIA MÉDICA-2010
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
O Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (2007) recomenda que:
a) A segunda dose da vacina BCG-ID deva ser realizada na faixa etária de 6 a 10 anos, considerando que a utilização de doses adicionais aumenta a proteção contra tuberculose.
b) Os adolescentes recebam 2 doses da vacina Tríplice Viral (SCR), devidamente comprovadas no cartão de vacinação.
c) Os lactentes no primeiro e no segundo mês de vida sejam vacinados com 2 doses da vacina de rotavírus, composta de vírus inativado.
d) O esquema de aplicação da vacina Tetravalente deva ser realizado aos 2, 4 e 6 meses de vida, com apenas um reforço com a Tríplice Bacteriana aos 15 meses.
e) Todas as crianças devam receber a vacina de varicela em dose única.
Comentário: O Ministério da Saúde não recomenda mais a revacinação com BCG aos 6 anos. A vacina contra rotavírus é preconizada aos 2 e 4 meses de vida. O esquema completo da DPT é de 3 doses (2, 4 e 6 meses) e dois reforços, com 15 meses e outro com 4 a 6 anos. A vacina contra varicela não faz parte do calendário do Ministério da Saúde. Todo adolescente deve ter em seu cartão 2 doses de Tríplice Viral.
Resposta: letra B
8) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-UNIRIO
De acordo com o calendário vacinal da criança de 2008, preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é correto afirmar que:
a) A vacina contra tuberculose (BCG) deve ser aplicada ao nascimento, e posteriormente entre seis e dez anos de idade.
b) A vacina conjugada contra o meningococo C deve ser aplicada no primeiro ano de vida.
c) Quando possível deve-se aplicar a vacina tríplice bacteriana de células inteiras, já que esta vacina é menos reatogênica que a vacina tríplice celular.
d) A vacina contra varicela deve ser aplicada aos 9 meses de vida e não existe indicação de uma segunda dose para esta vacina.
e) Após os 2 anos, todas as crianças devem receber a vacina contra influenza anualmente.
Comentário: A BCG deve ser dada em dose única ao nascimento, sem necessidade de reforço. A vacina conjugada contra o meningococo C pode ser administrada a partir de 2 meses de vida, e a SBP recomenda que seja realizada em 3 doses no primeiro ano: 3, 5 e 12 meses. Quando possível deve-se dar preferência à tríplice bacteriana acelular, por ser menos reatogênica. A vacina contra varicela deve ser aplicada a partir de 12 meses e não a partir dos nove. A SBP recomenda a vacina contra influenza aos 6 e 7 meses, e a partir de então, anualmente.
Resposta: Letra B
9) RESIDÊNCIA MÉDICA-2006
IPSEMG
Nas crianças portadoras de aids, qual vacina é formalmente contraindicada?
a) Antipólio.
b) DPT.
c) BCG.
d) Antipneumocócica.
e) Todas as opções.
Comentário: O uso de vacinas com micro-organismos vivos [VOP, MMR (SRC ou tríplice viral: sarampo, caxumba e rubéola), varicela e BCG], como regra geral, é contraindicado em crianças imunodeprimidas. DPT e antipneumocócica não são compostas por micro-organismos vivos, portanto podem ser aplicadas. A questão não afirma se a antipólio é a sabin (vírus vivo) ou a vacina inativa (VIP). Já a BCG não deve ser aplicada, pois é constituída de agentes vivos atenuados.
Resposta: Letra C
10) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Numa criança com peso de nascimento de 2.800 gramas, filho de mãe HIV positivo, o esquema vacinal indicado no primeiro mês de vida é:
a) Apenas BCG intradérmico.
b) BCG intradérmico e anti-hemofilus.
c) Hepatite B ao nascimento e BCG intradérmico após ter 300 gramas.
d) BCG intradérmico e hepatite B.
Comentário: Assim como as demais crianças, os filhos de mães HIV positivo devem receber ao nascimento a primeira dose da vacina anti-hepatite B e a BCG. Ambas as vacinas podem ser aplicadas em maiores que 2 Kg.
Resposta: Letra D
11) RESIDÊNCIA MÉDICA-2005
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO-UFRJ
Após receber, no período neonatal, a vacina BCG intradérmica, o lactente aos 6 meses de idade ainda não havia apresentado cicatriz vacinal. A conduta correta é:
a) Não revacinar pois se considera o lactente imunizado.
b) Revacinar o lactente sem realizar o teste tuberculínico.
c) Realizar teste tuberculínico e revacinar o lactente, caso o teste seja negativo.
d) Realizar teste tuberculínico, radiografia de tórax e revacinar o lactente caso os exames sejam negativos.
Comentário: Mais de 95% das crianças vacinadas apresentam cicatriz. Na ausência desta alteração, devemos revacinar a criança seis meses após a primeira dose (sem necessidade de realização do teste tuberculínico).
Resposta: Letra B
12) RESIDÊNCIA MÉDICA-2009
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ-ESPCE
Qual das seguintes vacinas não deve ser administrada a uma menina de 8 anos de idade que nunca foi imunizada previamente?
a) Vacina anti-hepatite B.
b) Vacina antitetânica.
c) Vacina tríplice bacteriana (difteria, coqueluche e tétano).
d) Vacina antipoliomielite oral.
e) Vacina antissarampo.
Comentário: A DPT (tríplice bacteriana celular) deve ser administrada a crianças de até 7 anos. A partir dessa idade não mais se recomenda o componente pertussis, e as crianças que nunca foram vacinadas deverão receber a dupla adulto (dT). A vacina dupla adulto é indicada a partir dos 7 anos para prevenção do tétano acidental e da difteria.
Resposta: Letra C
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